24 março 2006

Que se passou ao certo na EHESS?


Na Sorbonne os jornalistas entraram com os fotógrafos e os câmaras, e a fantochada propagandista do ministro foi desmontada em directo, enquanto ele falava. Nenhum jornalista, nem os mais favoráveis ao governo, viram de onde tinha aparecido o livro que ele mostrava como queimado. Quando tentaram filmar as paredes pintadas, só apareceram cartazes colados; quando procuraram as pistas das tais "queimas de livros" não havia cinzas.
Aliás, muitas das bibliotecas da Sorbonne não são naquele edifício, nem na mesma rua, algumas nem sequer no mesmo bairro.

Neste caso a coisa é diferente. Pelos vistos os jornalistas não entraram e tiveram que fiar-se no alarmismo propagandista dos responsáveis. As notícias limitam-se a uma sucessão de citações.

Mas há testemunhos de estudantes que afirmam lá ter estado e que havia um bom ambiente, e que o grupo seria constituído em parte por estudantes da casa, contrariamente ao afirmado pela imprensa.
Estas fotografias mostram mobiliário partido, paredes e mesas escritas, muita desarrumação. Mas não se vêem excrementos pelo chão nem computadores partidos, como afirmado pela reitoria de Paris. Será que faltam fotografias ou isto é mesmo tudo o que aconteceu, e foram tiradas por quem...?
É um caso que não se percebe.

De qualquer modo, mesmo que não haja mais do que umas cadeiras e mesas partidas e muitas paredes escrevinhadas, que raio de revolução é esta que (1) serve para denegrir um movimento popular que, embora limitado nas ambições, está à beira de conseguir resultados práticos; (2) suja e estraga equipamentos públicos que vão ser pagos pelo mesmo povo que dizem tentar salvar; e (3) deixam as paredes todas para os trabalhadores mais pobres da sociedade limparem - precisamente os pais dos jovens das banlieues?

Sem comentários: