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24 janeiro 2012

O Governo e a informação

Se este governo chega com a fúria , não de viver mas a de vender sectores estratégicos do país e aliena a participação do estado no governo desses sectores (água, electricidade, transportes, energia, informação, sáude, etc.), se o governo quer que entre o Estado e estes serviços ou bens desvaneça/desapareça a relação, porque é que o governo (Miguel Relvas?) vem interferir na programação da RDP? E porque é que terminam as crónicas, ao fim de dois anos, de duas pessoas que fizeram críticas ao governo?


A censura, o tema (Angola-corrupção-branqueamento político do governo português) a reconfiguração do Estado Assistencialista, a utilização do Estado para assaltar ilegitimamente os cidadãos, através do fisco, através da justiça, através das nomeações políticas para cargos com remunerações inadmissíveis, o confisco de parte do ordenado dos funcionários públicos, o discurso das virtudes da"poupança" do Presidente da República dirigido a uma população com perto de 2 milhões de pobres, a utilização da polícia para reprimir e diminuir a liberdade dos cidadãos (violência da polícia durante a greve geral de 24 de nov.), a precarização de todas as relações laborais e a diminuição do valor trabalho enquanto se oferecem os negócios rentistas aos grupos (e amigos) do costume (scuts, parcerias público-privadas, scuts), tudo isto, para além da crise financeira (crise do capitalismo) que assola as bolsas mundiais (e a Economia) muito para além desta crise, transporta-nos directamente para as imagens a preto de branco do Estado Novo, para uma memória não muito distante, do fascismo. Depois de instalada a ditadura financeira na Europa e no resto do mundo é necessário que a outra, a ditadura política, a acompanhe. Para "explicar" e "convencer" os renitentes que não há alternativa a empurrar milhões em todo o mundo para a pobreza. E entre nós vem com aquele sabor da tradição bolorenta, sabor de gerações.

09 setembro 2011

O reaccionário e facínora Paiva Couceiro



O director da Torre do Tombo convida todos para a assinatura do acordo entre a família do Militar, responsável por campanhas de pacificação e avassalamento em Angola e Moçambique e por incursões monárquicas contra a 1ª República (o único militar a bombardear os soldados revoltosos em Lisboa no dia 5 de Outubro de 1910) sobre o seu arquivo passar aos cuidados do Estado (interessa ver os termos do acordo de doação). Interessante é o convite, emitido por um Instituto Público referir um familiar de Paiva Couceiro como D.Miguel. Como se entre a missa realizada na Alameda da Universidade para abençoar fitas (?!) e estas nomenclaturas não tivessem corrido entretanto os tais 100 anos da República nem os 37 de democracia e laicização do Estado. Tenho esperança que a praça em Lisboa com o nome desta abominável figura mude de nome para homenagear, por exemplo, aqueles que ele perseguiu e matou quando combatiam pela autonomia e liberdade.

06 outubro 2008

Por um Museu da Liberdade


Foi pintado ontem na António Maria Cardoso. Um ensaio de um mural que deviamos ter nesse rua frente ao novo condomínio de luxo construído onde funcionou a sede da PIDE/DGS, já que o esperado Museu da Resistência e Liberdade terá de se constituir noutro lugar. Juntei às ligações o link para o movimento cívico Não Apaguem a Memória.

29 outubro 2006

Tarrafal, o campo da morte lenta: 70 anos

Foi só há 70 anos que abriu o campo de concentração do Tarrafal, o da morte lenta. Foi só há 70 anos que Portugal passou a ter um campo de concentração e morte. Nas colónias, claro, porque na metrópole, no "verdadeiro" Portugal, não se faziam trabalhos sujos. Isso era deixado às colónias, neste caso a Cabo Verde.

Só setenta anos depois, já Salazar se candidata a grande português. Só setenta anos depois, ainda os presos torturados estão vivos, já o carrasco é elogiado, estrela de televisão, posto lado a lado e comparado em pé de igualdade com quem construiu o país e definiu a nossa portugalidade. Como se a frigideira por onde passaram alguns dos presos no Tarrafal fosse uma pequena questão de opinião, divergências sem significado. Como se fosse igualmente válido ser preso num campo de concentração ou ser carrasco desse mesmo campo, é só uma questão de lados.

O branqueamento é rápido, e visivelmente eficaz. Para a opinião pública, campo de concentração é algo que tem a ver com os alemães, lá longe na Polónia. As notícias da imprensa sobre este assunto são escassas na internet. Excepção do DN, com uma entrevista a Edmundo Pedro sobre a sua tentativa de fuga.

Para não esquecer, não deixar branquear, nem deixar repetir, a ver uma exposição a ver na Torre do Tombo sobre a Guerra Civil Espanhola e o Tarrafal.