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08 novembro 2012

Refugiados palestinianos no Líbano



Un reportage dans les camps de réfugiés palestiniens au Liban.
Durée 27 min. Réalisation : Chris Den Hond et Mireille Court. Tournée en juillet 2012.

05 outubro 2006

60 Anos de resoluções sobre o Médio Oriente III

1980 O estatuto de Jerusalém Resolução 478

Rm Agosto de 1980, o CS [conselho de Segurança] pede a Israel que anule a sua "lei básica", onde estabelece Jerusalém como capital una e indivisível". A resolução 478 considera tal lei "nula" e censura, "nos mais fortes termos", a recusa israelita em cumprir anteriores resoluções ao alterar o estatuto da cidade que os palestinianos também reinvindicam como capital.
1981 Anexação dos Golã Resolução 497
aprovada a 17 de Dezembro de 1981 (...) exorta Israel a abdicar da anexação dos Golã, estabelecendo que esta é "nula, inválida e sem efeito legal internacional". Ao longo dos anos 1990, com Yitzhak Rabim e depois Ehud Barak no poder em Israel e Bill Clinton na Casa Branca, foi esboçado um plano de compromisso. As negociações falharam quando o anterior Presidente sírio Hafez al-Assad recusou ceder o controlo do Lago de Tiberíades, hoje um dos principais reservatórios de água de Israel. Em 2003, Ariel Sharon anunciou a expansão dos colonatos e moshavim (comunas agrícolas) nos Golã.
2004 Síria e Hezbollah Resolução 1559
(...) pede ao Líbano que estenda a sua soberania a todo o território nacional, de onde devem retirar "todas as forças estrangeiras", numa alusão aos soldados sírios. Exorta ainda ao "desarmamento" de todos as milícias libaneses e não libanesas". Como condição para pôr em prática esta resolução, Beirute impôs a evacuação das Shebaa Farms e de Kfar-Shouba por Israel e o regresso de libaneses detidos em cadeias israelitas. O Hezbollah, a única milícia que restou após o fim da guerra civil em 1990, nunca foi desarmado. Em 2005, a Síria foi forçada a retirar os últimos 14 mil de uma força inicial de 40 mil soldados do país vizinho, cuja soberania nunca reconheceu, depois de enormes protestos populares motivados pelo assassínio do antigo primeiro-ministro libanês Rafiq Hairiri, a 14 de Fevereiro. O suspeito principal do crime é o o regime de Damasco.
Sofia Lorena, Público, 13 de Agosto de 2006

26 setembro 2006

60 Anos de resoluções sobre o Médio Oriente II

1973 Yom Kippur Resolução 338
Em 1973, a guerra do Yom Kippur (para os judeus) ou de Outubro (para os árabes), desencadeada por sírios e egípcios em ataques no Suez e nos Golã, motivou a aprovação, a 23 de Outubro de 1973, de uma resolução do CS com terminologia rara: estipulando um cessar-fogo imediato, a entrar em vigor em 12 horas depois da votação, e determinando o cumprimento da resolução 242. O texto refere-se a si próprio no artigo 1 omo uma "decisão", o que o torna vinculativo. Num contexto de ameaça à paz, esta escolha de palavras remete para a Carta da ONU, dando-lhe força de lei internacional.
1978 Oucpação do Líbano Resolução 425
Aprovada cinco dias depois da invasão israelita do Líbano, a resolução 425 (de 19 de Março de 1978 pede a Israel que cesse "imediatamente" as suas acções militares contra a integridade territorial do Líbano" e retire as suas forças de "todo o território libanês". Israel, que em 1982 expandiu a ocupação com uma invasão em grande escala, cehgando a cercar Beirute, demorou 22 anos a proceder à evacuação exigida. O texto decidiu ainda o estabelecimento da Força Interina da ONu no Líbano (UNIFIL), que deverá agora receber novos contingentes.
Em Maio de 2000, Israel retirou o seu exército do País do Cedro, mas a sua aviação continuou a ultrapassar a Linha Azul (fronteira reconhecida pela ONU). Beirute insite que Israel ainda ocupa território libanês, nomeadamente Shebaa Farms (uma área que a ONU classificou como território sírio). Em 1982 foi criada a milícia xiita Hezbollah, que desde então combateu Israel e após a sua retirada passou a controlar o sul do Líbano, lançando regularmente ataques contra os israelitas, sobretudo nas Shebaa Farms. O actual conflito começou depois de um desses ataques.
1979 Ilegalidade dos colonatos Resolução 446
Os colonos judaicos palestianos e noutros territórios árabes ocupados desde 1976 "não têm validade legal e constituem uma obstrução séria para obter uma paz justa e duradoura no Médio Oriente", afirma a resolução 446 do CS, aprovada a 22 de Março de 1979. Em Setembro de 2005, Israel unilateralmente retirou colonos e soldados da Faixa de Gaza, mas continua a controlar ou supervisionar as fronteiras deste território, o mais densamente povoado do mundo e que as agências humanitárias já classificaram como "uma grande prisão". Em curso está agora uma grande ofensiva, lançada após o rapto de um soldado (...) Mantém-se a ocupação parcial da Cijordânia (com expansão de blocos de colonatos).

14 agosto 2006

Cessar fogo

Finalmente!!!

Morreram em Israel cerca de 40 pessoas, e no Líbano mais de 1200. O Telejornal acabou de mostrar os refugiados de ambos os lados: as condições em que vivem não são sequer comparáveis. As tendas israelitas são grandes, limpas, arrumadas, com sacos-cama e espaços de privacidade. Quando voltarem, estas pessoas vão encontrar as suas casas inteiras com tudo o que lá deixaram. Aliás, lembro uma reportagem da semana passada em que as pessoas no centro de Jerusalém se passeavam calmamente enquanto soava o alarme. Sabiam que o perigo não era assim tão grande e as probabilidades de apanharem uma bomba relativamente remotas. O/A "jornalista", coitadinho/a, concluía que, face ao perigo diário e rotineiro, as pessoas perdiam o medo. Os libaneses não perderam o medo, mesmo sendo rotineiro. Os londrinos há 60 anos também não. O/A "jornalista" não sabe que o medo não se perde pela rotina. Casos de insanidade nessas condições acontecem, mas não são a regra, e o mais comum é o contrário: ter medo mesmo quando não é justificado.

Do outro lado, as condições de vida dos refugiados são muito direferentes. Para eles, voltar a casa é uma aventura, porque as pontes, as estradas, as vias foram destruídas. E ao chegar, pode haver apenas um monte de escombros à espera.

Agora fala-se em desarmar terroristas: devia começar-se pelos terroristas mais perigosos e armados, não? Quando é que se desarmam os governos terroristas?



Bom, pelo menos nas últimas 14 horas não houve bombardeamentos. Esperemos que seja para continuar assim, e que agora a UE e a ONU (deveria falar nos EUA, mas não conto muito com isso) tenham uma boa desculpa para fomentar uma Paz verdadeira no Líbano, sem invasores exteriores e sem guerra civil.

E a Palestina?

11 agosto 2006

Beirute III

"Beirute" (dos Trovante) fica enquanto tiver que ficar. Esperemos que seja pouco tempo.

Com esta história dos planos terroristas descobertos hoje, é só mais uma desculpa para legitimar e continuar esta política do terror e as guerras dos EUA e amigos/ lacaios contra quem lhes apetece. Cá espero mais informação sobre esta história, que por enquanto ainda não está nada clara...


No sábado houve uma manifestação internacional contra as invasões, mas parece que os portugueses se afundaram ou se afogaram nas praias. Cá não houve nada!

18 julho 2006

Beirute (II)

Trovante
"Um destes dias" - Beirute
1990
(podia ser 2006)


Em Beirute
Nem o sol nasce
Em Beirute
Como merece

É mais quente que o ar do deserto
É mais escuro que um buraco aberto
Na memória de uma terra ainda morna
Que já não torna a ser Beirute

17 julho 2006

Beirute


Ainda à espera da música, vou falando do assunto: Beirute.

Não sei dizer mais do que o que me lembro. Lembro-me de que era pequena e a guerra das notícias era na Palestina e no Líbano. Foi dos primeiros países longínquos que percebi onde era. As notícias davam refugiados miseráveis a tentar fugir sem condições, a ser apanhados por tropas e mortos ali mesmo.

Das notícias, mudaram apenas os pivots do telejornal. Os sucessivos governos israelitas (com a excepção de Yitzhak Rabin) continuam sem entender que em guerra não vivem nem deixam viver. Não entendem que a violência estatal e instituída como parte de uma política e de uma estratégia nacional não é comparável à violência de grupos. Uma coisa é ter um país cujo objectivo principal, o que significa encaminhamento dos impostos e da força militar, é destruir os vizinhos.
Outra é ter um grupo cuja clandestinidade / legitimidade depende da população local e dos meios que esta lhe dá. E a população em geral só aceita viver assim quando não vê outra forma, quando já não tem uma vida a perder: sem família, sem emprego, sem perspectivas, sem poder recorrer a um médico, sem direitos, quantas vezes sem comida, com tudo isto já ali a dez metros, do outro lado do muro. Pergunte-se a um alemão como é viver assim, quantos deles preferiram matar-se a tentar atravessar o muro, porque o emprego ou a família tinham ficado do outro lado da rua (e as condições das Alemanhas não era sequer comparável). Pergunte-se a um irlandês quando cresceu o IRA: deixou de ser um grupúsculo afastado da população imediatamente depois dos grandes ataques ingleses a civis. E porque é que a ETA e o IRA desapareceram? Porque o terror inglês e espanhol acabaram e a população do País Basco e do Ulster deixaram de legitimar os grupos terroristas.

E pergunte-se ao governo israelita como era viver no ghetto de Varsóvia: não sei se estes governantes lá viveram eles próprios, mas sabem bem como era. Tão bem, que conseguem uma imitação pior que o original.


Eu cresci, a minha vida mudou completamente. Já sou da geração que tem filhos. Viajei, andei na escola, aprendi línguas, vi cinema, teatro, concertos... Se no mesmo dia nasceu alguém no Líbano ou na Palestina, muitos não estarão vivos; e se estão, a vida deles não mudou, nem fizeram nada destas coisas. Continuam a procurar sobreviver cada dia mais um dia só, e ter alguma coisa que comer.
Em Israel há uma ilusão de vida normal, há dinheiro, escolas, hospitais. Também há medo e mortes na rua no dia-a-dia, e é provavelmente esse medo que os leva a legitimar estes governantes, mas isso só provoca mais violência e mais medo.