Primeiro obrigam as faculdades a tornarem-se fundações. Depois essas fundações procuram beneméritos. Depois os grandes beneméritos passam a fazer parte dos conselhos consultivos da Fundação. Depois as Universidades atribuem títulos académicos como forma de agradecimento.
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15 abril 2010
04 março 2010
Leandro
"Ontem Christian não foi à escola. Mas na escola dele - E.B. 2,3 Luciano Cordeiro, onde partilhava o 6º ano com Leandro -, o dia foi normal. Nem portas fechadas nem luto nem explicação. O porteiro do turno da tarde entrou às 15 horas, bem disposto. "Sou jornalista, queria uma entrevista", ironizou. Tiro no pé. O JN estava lá. Perdeu o humor, convidou-nos a sair "já". A docente que saía do recinto também foi avisada, inverteu a marcha, já não saiu. Havia motivos para baterem tantas vezes no Leandro? Responde Christian: "Todos batem em todos". " JN, 04.03.2010
02 outubro 2009
Mariano Gago adere ao M.A.T.A.
"(...) Ainda no ano passado me dirigi às instituições do ensino superior solicitando a melhor colaboração dos seus responsáveis no sentido do combate a praxes que, embora afirmando uma intenção de integração dos novos alunos, mais não são que práticas de humilhação e de agressão física e psicológica de índole manifestamente fascista e boçal, indignas de uma sociedade civilizada e inconcebíveis em instituições de educação. A tolerância de muitos tem-se tornado cúmplice de situações sempre inaceitáveis e que, nalguns casos, conduziram mesmo a acidentes extremamente graves que produziram danos físicos irreversíveis e danos psicológicos porventura menos visíveis mas igualmente graves. (...)"
Se o Mariano Gago estudasse na minha faculdade, há uma década atrás, não seria eleito ou reeleito caso se candidatasse a algum órgão ou cargo, como aconteceu com muitos estudantes que não toleraram nunca este espírito académico reaccionário feito de rituais (que inclui tanto a praxe como a benção das fitas).
26 agosto 2009
12º ano
Demasiado tempo passou entre a passagem da escolaridade mínima do 9º ano para o 12º. Mas passou muito pouco desde os quatro anos iniciais obrigatórios até agora. Passou o tempo de um país diferente (pese embora as semelhanças crescentes com o passado ditatorial, assinaladas de forma brilhante aqui). Em termos históricos o país escolarizou-se de forma muito rápida e massiva, a quantidade levou a primazia sobre outros aspectos. No entanto, é de estranhar que em mais de vinte anos de participação na União Europeia se tenha deixado o alargamento da escolaridade obrigatória para o fim do processo de integração e coesão (os pacotes, os quadros de apoio). Depois de cimentar o país, de abrir-lhe as fronteiras, de desmantelar parte da agricultura e pescas, depois de deixar de haver gente a chegar às universidades, então resolve-se alargar o período de escolarização. Os números do abandono escolar e do insucesso são tão significativos que esta medida em quase nada atinge esse universo a não ser de forma negativa. Um aluno que não queira fazer nada na escola, por exemplo, tem agora oportunidade de estar lá mais uns anos sem nada fazer (a escola a funcionar como um tampão social, menos um para engrossar as fileiras do desemprego). De qualquer forma isto não tem peso se comparado com o benefício social a que corresponde um maior período de escolarização formal. Quanto mais tempo durar este período maior tempo e possibilidade terá alguém de continuar a escolarizar-se e aprender pela vida fora (de forma livre e não formal).

Não esquecerei nunca uma familiar da minha geração que, findo o 6º ano feito com as melhores notas, ao contrário de mim gostava da escola, o pai obrigou a vir para casa ajudar ao trabalho da família. Não estudou mais. Um par de anos depois alargava-se a escolaridade para o 9ºano.
31 março 2009
Em Lisboa não há estudantes
Por cá o Sócrates não manda bater em estudantes como o Governo Regional da Catalunha porque não há estudantes em quem bater. Descobri a semana passada que para ter o meu cartão de estudante teria de ir bater ao stand do Santander, com porta aberta para a Av. de Berna e para o interior da faculdade. Se não quiser com a modalidade de cartão multibanco também são eles a providenciar recolhendo orbrigatoriamente os meus dados.
No meu tempo já havia os cartões de estudante da CGD mas sempre como opção. Tinhamos sempre a possibilidade de ter um cartão de estudante passado e timbrado única e exclusivamente pela instituição de ensino. As contas de cada faculdade obrigam aos mais reles negócios. Mas os estudantes parecem não estar muito preocupados. (um colega disse-me que ficou satisfeito porque foi ao balcão do santander e deram-lhe O Expresso e a Visão dessa semana e nem sequer é cliente do banco). Entre um universo de 4507 estudantes desta faculdade votaram 44 alunos (de entre os quais 33 votos válidos) para os órgãos da faculdade. Como era uma lista única terão sido os próprios mais os suplentes.
27 março 2009
22 dezembro 2008
A escola e a economia
Os gatos saíram do saco e ninguém os vai conseguir meter lá outra vez. Os professores portugueses politizaram-se e ninguém os vai despolitizar. Perceberam que estão frente a frente duas concepções de escolas incompatíveis nos seus pressupostos, na sua concepção do humano e acima de tudo nos interesses que servem. De um lado, aquilo que apareceu referido nos cartazes como a Escola Pública e a que os nossos colegas franceses chamam, talvez com mais propriedade, a Escola Republicana, que se define pelo acesso de todos ao melhor que a nossa civilização oferece. Do outro lado, o inimigo: a escola tecno-burocrata, para a qual não há «civilizações», mas sim «economias», e cujo projecto consiste em ensinar uma pequena elite económica, ficando reservado a todos os outros aquilo a que Maria de Lurdes Rodrigues chama «qualificação".
José Luís Sarmento em Escola Pública ou Escola Republicana?
12 novembro 2008
20 abril 2008
Maio de 68 a Canja Laranja
Continuamos no automóvel, continuamos a trabalhar. Ainda não passa das oito horas, a temperatura se encontra pelos 10 graus centígrados com belo sol e quase sem nenhuma nuvem no céu. Ao encontramos com o Canja que também já se encontra na aventura laboral de todos os dias, peço informações preciosas: Tá tudo? – O notável portuense da gema responde: Tá tudo! Tudo Canja Laranja! Com os outros companheiros de trabalho, não paramos para o cumprimento matutino. A dinâmica do trabalho não dá para tanto. Mas com o Canja,impossível não pararmos.- Até amanhã. – Digo rindo. E qual alma não sorri para o Canja?!O Canja retribui o nosso último cumprimento (separação momentânea. Amanhã nos encontraremos novamente.), sempre da mesma maneira, sorrindo e a acenar com mão: «Canja Laranja!». O cara, o gajo é muito gente boa, Ou! («A gente não faz amigos,reconhece-os». W. Shakespeare.).
Universidade. Uni Ver Sidade.«Ouvia» – por volta dos 10 anos de idade – os estudantes universitários (aqueles que o meu meio ambiente me permitia nesta época ouvir. O que sempre serei sempre grato por estas audições.) apensar o mundo, a tentar avistar as cidades.) Algumas das minhas memórias da saudosa década de 70.O que eu observo (e quem não observa?) é que a grande maioria dos estudantes universitários de hoje em dia, estão, em vez de tentar pensar o mundo, em vez de tentar avistar cidades – ao contrário do bom senso filosófico Socrático -, estão é a tentar enxergar as suas futuras contas bancárias pós-diploma-na-mão. – Desta forma, encontramos uma certa ilustração prosaica: para um poeta andarilh ofrancês (e não só.) - habituado a ler todos os dias -, essa grande maioria dos estudantes é motivo de chacota. Portanto, compreendemos bem o sentimento do «andarilho leitor». Uma competitividade selvagem entre eles que só vendo, Janes Joplin (o Brasil não esquece quando, em 1970, você esteve no Rio de Janeiro. Cantou em um Bordel e foi expulsa do Copacabana Palace. Pois, aqui transmito a saudade que todos nós brasileiros temos de você!)! Janes, temos ou não temos razões para, ao pensar o futuro, coçarmos acabeça?!«A História é a Economia em acção». Karl Marx (Economista, filósofo esocialista alemão). Como é grande a pressão que os estudantesuniversitários sentem hoje em dia…Estudantes universitários que se movimentam, cada vez mais, pressionados nessa especialização medonha (horripilante) – inevitável nos dias que correm? Eis o tema. É que eu (contribuidor financeiro) – Brasil: Número de Contribuinte:Talvez noventa e cinco milhões e tal. Em Portugal, talvez Seis milhõese tal. - sinto que alguma coisa não vai muito bem no mundo académico nesse nosso início de século XXI digital (tocou, foi! Assim como um beijo acelerado, assim como um rápido prazer.): só os dois melhores , vingarão no mundo profissional? E os restantes a depender dos tais contactos pessoais? (Mais um paradoxo: num mundo tão competitivo como o nosso, «cunha» não quer dizer eficiência profissional. Portanto, a empresa que contracta «cunha», está a colocar a vida de sua empresa em risco.). Estudantes universitários sentem que não têm tempo para ler qualquer tipo de literatura que não sejam as das suas especializações (mesmo assim, exclusivamente curricular). É que, julgo, pensar o mundo, tentar enxergar as cidades, requer uma certa dose de audácia. Multidisciplinar (um trabalho multidisciplinar crítico (não ingénuo),diz respeito a inúmeras interacções e interferências, e portanto é sinónimo de complexidade.).Ora, vivemos, mais do que nunca, numa sociedade muito complexa e em evolução-digital (dia-a-dia em «velocidade digital»: Tocou, foi! Comoum beijo rápido e de pouco prazer.). Como pensar o mundo de maneira humanista neste formato académico actual? Como tentar enxergar cidades nesta especialização sem margem para um pensamento académico Multidisciplinaridade Humanista?E agora, meus amigos? Nos amanhãs, serão eles, os estudantes universitários de hoje, que nos governarão; tanto nas questões públicas, como nas questões privadas. Um outro facto curioso que eu acho é que na década de 70, quase que não encontrávamos estudantes com famílias com pouquíssimos recursos financeiros a estudar nas universidades públicas, tanto no Brasil como aqui em Portugal. Agora que celebramos a conquista desta tão antiga e suada reivindicação democrática, as coisas andam desta maneira (estadoletárgico?). Dá o que pensar. Será qual o motivo? Ou não será tanto assim? Estarei a enxergar coisas onde não existe? É um assunto bastante complexo, e tal complexidade só poderá ser respondida,obviamente, com uma certa dose de multidisciplinaridade. O enigma académico torna-se maior, quando observamos alguns professores que só transmitem aos alunos o que decoram (do Imitar do Copiar de maneira simplesmente irracional) durante as suas vidas lectivas não profissionais. Quantos são os professores que passam a metade de suas vidas na escola, na universidade e o grande resto do tempo que lhes restam, em frente da televisão: estes professores quando me encontram, normalmente, perguntam-me imediatamente sobre Literatura. Ora bolas, eu não compreendo necas de nada sobre literatura. O escritor existe para escrever e não para entender de literatura (isso, obviamente não implica que quem estuda literatura não possa escrever.).É na academia que é o local mais indicado para citar diariamente os escritores. Aqui fora, numa mesa de bar, o que devemos citar diariamente é a vida. O escritor não é a vida. O escritor é uma das realizações da vida. E citá-los obsessivamente numa mesa de bar é um fenómeno redutor perante ao que interessa objectivamente, a vida. O mais engraçado, o que tem mais piada nisso tudo para mim é que nunca me perguntaram sobre o F. Capra. O que eu responderia desta maneira:«Estou sempre de acordo com a junção da parte esquerda do cérebro coma sua parte direita: a junção do pensamento filosófico do Ocidente como pensamento filosófico do Oriente».Manifestamente, sabemos quantos excelentes docentes existem por esse mundo, como sabemos também que existem muito bons políticos. Uma coisa directamente ligada à outra: cem porcento de excelentes professores eum mundo menos injusto – uma simples metáfora sobre a importância dos professores em nossas vidas. Efeméride (vem mesmo bem a calhar): a assinalar os 40 anos do Maio de68 (Em Maio de 1968 e também ao longo de todo esse ano, o mundo assistiu a generalização de um levantamento no qual, mais do que os regimes e os governos, eram postos em causa os aparelhos políticos, as formas da vida quotidiana, os sistemas interligados do ensino e do trabalho, o sem-sentido da existência esmagada pela a rotina.),encontro um dos escritos do médico e pensador francês que muito contribuiu para o movimento, Jean Carpentier: «gosto de captar e de gozar imediatamente um olhar, um sorriso, um gesto, uma palavra que ainda não estejam emporcalhados, comercializados pelos cálculos racionais (controlo de si próprio, o «que-hão-de-dizer», a angústia do futuro e o resto… As imposições do sistema sociocultural). O que parte do coração é belo.». Em 1968, cantava-se«We want the wold and we want it now» Jim Morrison. E nos dias de hoje alguns muitos estudantes universitários estão a cantar «Nós queremos dinheiro, agora e sempre!»?Pois é, meus caros. E quem eu venho encontrar em minha vida, aqui no Porto, na Cidade Invicta: O Canja Laranja! Que, sem «especialização» e sem «multidisciplinaridade», vai resolvendo a sua vida sendo umverdadeiro poeta e conseguindo estar muito bem integrado no cotidiano urbano actual. Pois é, naquela mesma via que diz que viver é um estado paradoxal…O aprendiz de escritor:
- Mas Frediz Devaneio, eu sou sua namorada…
- Não. Nós somos grandes amigos e com umas histórias sexuais pelo omeio. Temos que ter consciência que as nossas histórias sexuaispoderão um dia terminar. Mas a nossa estima, nunca.
- Ah é?! Então está tudo acabado entre nós!...
- Pronto! Sou o seu namorado!....
- E sobre aquele teu novo projecto?...- Não se preocupe com isso! Coisa quente, Maria do Carmo, quentíssima,quentíssima mesmo, Maria do Carmo! Coisa grande, coisa de gente grande, Maria do Carmo! Desta vez, vai! Estou mais do que muito confiante desta vez, não vai falhar, deixa comigo! Realidade de 500,550 mil libras! É mesmo um colosso de projecto! Nunca tive um projecto tão bom em minha vida e olha que bons projectos é coisa que não faltanesta minha vida de músico e escritor azarado…
- Hum…
- Não? Você vai ver! Essa nossa jantarada de 5,50 com o vinho e o café já incluído, logo logo, vai acabar, Maria do Carmo! Coisa quente mesmo, tou falando, projectão internacional! Daqueles de Multinacional na história e tudo mais....
- Hum…
- Pronto! Se não der 500, 450… sei lá, uns cinquenta mil vai, isso eu garanto garantido! Daí, já vou ter mais tempo em pensar em um outroprojectão!...
- Hum…
- Cinco, quatro mil?!...- Hum…- Mil euros?!
- Hum…- 150 euritos e não falamos mais nisso?!
Nós que nascemos no Ocidente, somos de uma maneira ou de outra(aspecto cultural), não tem volta a dar, cristãos. A cultura está aí todos os dias e ai de quem andar pelado pela a rua! Eu que já fui índio um dia, digo-te, meu: Andar pelado, nu com a mão no bolso pelas ruas desse mundão, hospital psiquiátrico! Ah, mas na hora! É um tal de preconceito, aversão a índio que só vendo. Ah pois é, mas não sou bobo, não! Sei que xenofobia dá processo.Portanto, quero ser indemnizado pela a nossa cultura! 500 mil libras e estamos conversados.
Frederico Patasca
09 março 2008
Qual é o problema da escola?
A escola pública formou a geração da Ministra da Educação bem como as gerações que sairam ontem à rua demonstrando que, apesar da Educação no nosso país não ter tido um único plano continuado nos últimos 3o anos (para além da sua universalização aos níveis do básico e o alargamento do ensino obrigatóro) e ter sido constantemente sovada com reformas e mais reformas sem que houvesse o discernimento de avaliar o seu resultado, ela não deixa de ser, perante o país das desigualdades profundas que galopam as últimas décadas, para além do mais importante esteio da democracia, uma sobrevivente vitoriosa. E não seria possível não fossem os professores. A classe profissional mais heterogénea, onde se encontram todas as áreas de formação, que se relaciona diariamente com aquilo que constitui o conjunto social do país. Não existe nenhuma realidade semelhante.
E quando, ontem, ao ouvir a Ministra falar em soluções fáceis, em soluções difíceis, em soluções soluções soluções, não consegui deslindar (nem ontem nem antes) qual é o problema ou os problemas que, no entender da Ministra reclamam soluções. Escapou a este governo-como pode ter escapado ao partido do governo que se debate na vida política há mais de 3o anos?- que as soluções se encontram depois dos problemas e não há ninguém no país que tenha maior património de reflexão sobre os problemas da escola pública do que os professores.
Isto é tão evidente como evidente é hoje que, com ou sem Ministra, as "reformas" impostas estão já a caminho do eco-ponto azul mais perto da escola.
02 novembro 2007
Pobres casados
A Associação de Famílias Numerosas tem vindo há cerca de oito anos a reclamar a equiparação a pais casados ao que já existe para pais separados ou divorciados em termos de regimes de isenção em sede de IRS. O seu presidente João Castro, esta semana, em entrevista à Rádio Europa, diz já contar com o apoio do CDS e do BE. E diz também o seguinte: “os pais que se separam têm um aumento de qualidade de vida entre 10 a 20% “ porque podem isentar mais ou menos esta percentagem a mais com as despesas dos seus filhos. Já conhecemos mais ou menos esta Associação e as preocupações que tem pela (sua) natalidade mas vir sugerir o contrário do que é do mais senso comum - um dos constrangimentos do divórcio não é a questão económica? - e receber o apoio de partidos como o BE já é um bocadinho de abuso. Diz ainda o sr. João Castro: “o alargamento do horário escolar não é uma política para a família. Porque a família está separada.” Não nos disse quantos filhos tem o sr. João Castro e quantas vezes ia multiplicar o valor a deduzir em sede de IRS mas com a ausência de preocupação sobre a ridícula rede do pré-escolar e com esta frase lapidar percebemos o que realmente importa a esta Associação
20 setembro 2007
Menos Educação
Resultados da OCDE divulgados terça colocam Portugal como o país onde o Estado gasta menos por aluno (5020,00) . Abaixo só seis países europeus, nomeadamente a Grécia (4.447), a República Checa (3.884), a Hungria (3.747), a Estónia (2.946), a Polónia (2.877) e a Eslováquia (2.648). Mesmo assim, nestes países, a percentagem de pessoas que concluem o ensino secundário é em média três vezes aquela que se verifica no nosso país (só seguido pelo México).
Face a isto o governo português avança com acordos com instituições bancárias e serve de fiador, tanto para os empréstimos para ir estudar como para os computadores "oferecidos". O investimento está todo do lado do aluno/família. Termos o Zapatero seria sorte a mais mas ter esta ministra da educação e este governo não deve ser só azar.
Face a isto o governo português avança com acordos com instituições bancárias e serve de fiador, tanto para os empréstimos para ir estudar como para os computadores "oferecidos". O investimento está todo do lado do aluno/família. Termos o Zapatero seria sorte a mais mas ter esta ministra da educação e este governo não deve ser só azar.
13 setembro 2007
A Educação a Crédito
Ontem uma campanha mal montada varreu as escolas em cerimónicas de entrega de computadores portáteis a estudantes. É para usarem neste ano lectivo? É o choque tecnológico? É oferta do Sócrates? O que é isto afinal?
O programa Novas Oportunidades igual ao protocolo estabelecido entre Governo e Bancos para o financiamento dos estudantes no Superior implica que estes computadores vão ser pagos-150,00 mais 35,00 durante 36 meses= 1450,00Euros + obrigatoriamente 15,00 num serviço de internet durante 12 meses (escolhe-se entre a sapo e as operadores móveis). Face aos custos actuais de internet e face aos custos e condições de crédito podemos dizer que são boas condições para adquirir um portátil. Mas só quando comparamos com as condições do mercado de empréstimos. O governo não gasta um tusto. O governo não investe num portátil. O governo engana o povo numa cerimónia de entrega de computadores a alunos. O governo serve, única e exclusivamente de fiador. O choque tecnológico na educação é esta entrega à banca de um bem e de um direito. Os direitos em prestações suaves doem menos?

18 janeiro 2007
A ministra que tinha um fraquinho por tribunais...
Hoje mais um aluno foi fazer exame de 12º ano às ordens de um tribunal. Mais um daqueles alunos do exame de física que pôs o ME em tribunal: o 6º que ganhou!
Espero que lhe tenha corrido bem e que daqui a um mês haja mais um aluno na Faculdade de Medicina Dentária.
Só que com todas estas histórias, o aluno não se livra do stress destes meses de espera, de ter que passar por um processo em tribunal e de ter perdido um semestre inteiro de aulas na universidade.
Nós andamos a pagar tribunais para estes porem o ME a fazer aquilo que é uma das suas competências mais básicas. E ainda exames individuais a cada aluno que, com razão, defende o seu direito em tribunal e ganha o processo. Ai da ministra que me venha dizer outra vez que não tem dinheiro!
Espero que lhe tenha corrido bem e que daqui a um mês haja mais um aluno na Faculdade de Medicina Dentária.
Só que com todas estas histórias, o aluno não se livra do stress destes meses de espera, de ter que passar por um processo em tribunal e de ter perdido um semestre inteiro de aulas na universidade.
Nós andamos a pagar tribunais para estes porem o ME a fazer aquilo que é uma das suas competências mais básicas. E ainda exames individuais a cada aluno que, com razão, defende o seu direito em tribunal e ganha o processo. Ai da ministra que me venha dizer outra vez que não tem dinheiro!
08 janeiro 2007
Ainda mais um divórcio da ministra

Ao contrário do restante ensino público, o ensino artístico tem quase exclusivamente professores contratados. Alguns têm os contratos renovados durante décadas, de tal modo que se tornam indispensáveis na casa. No Conservatório de Lisboa e na Escola Superior há muitos casos de grandes Mestres que continuam contratados sem fazer parte do quadro. Professores que ensinaram várias gerações de músicos e que se tornaram referências da vida musical: Mestres!
Chamo Mestre não no sentido de quem tem o diplomazinho de mestrado (desses até eu tenho um...), mas sim quando me refiro àquelas pessoas de rara sabedoria, com conhecimento profundo do que ensinam e uma vontade incessante e contagiante de procurar saber mais. Neste caso refiro-me ao Paulo Brandão.
Quando estas pessoas não estão no ensino público, ficam inacessíveis para a maior parte da população. Alguns dão aulas no privado, outros não dão aulas de todo. Ou seja, toda essa sabedoria fica sem transmissão para outros e para a população, para continuação, para desenvolvimento.
Na última quinta-feira, a um terço do ano-lectivo, o compositor Paulo Brandão e mais alguns colegas professores do Conservatório foram informados de que os contratos não seriam renovados. Os alunos chegaram para as aulas e foram informados de que aquelas disciplinas estavam suspensas até ser possível haver novo professor, não se sabe quando.
Choveram petições e assinaturas, telefonemas para o Ministério da Educação, visitas ao gabinete da Ministra, e nada. A dita senhora tranca-se no gabinete com o secretário de Estado e não recebem ninguém. Não há apelo nem reunião que adiente. Deram a ordem, a ordem está dada, não há mais nada a dizer; ou haverá, consoante a decisão agora entregue aos tribunais.
O processo de premeditadamente ir despedindo ou deixando desertar os melhores professores e mais competentes destas duas escolas vem de muito longe. Ficam os mais novos, alguns absolutamente fantásticos e que de certeza um dia atingirão esse patamar de Mestre, mas nessa altura serão também corridos, se a coisa não mudar.
Está mais que visto que esta ministra só consegue lidar com os seus professores através dos tribunais, como um casal em processo de divórcio litigioso. E nem com a quantidade de processos que tem perdido e as quantias que tem pago de indemnizações ela aprende.
08 dezembro 2006
De vigarista a carteirista
Primeiro havia um contrato escrito, coisa séria, com assinaturas e tudo, carimbos e tudo o mais de costume em contratos sérios com o Estado de um país.
Horário extraordinário é pago a preço de horas extraordinárias. Parece normal para qualquer contratado... Tarefas adicionais levam uma tarifa adicional. Nada de estranho...
Depois, sem o pré-aviso normal e exigido legalmente para a cessação de contrato, lá se vai o pagamento das horas extraordinárias: o pagamento, não as horas nem as tarefas. Uma das partes não cumpre o contrato.
Mas não lhe chega. Nesse país as leis não podem ter efeitos retroactivos. Certíssimo. Mas este contratante Estado, porque pode, quebra o contrato e ainda vai à carteira do outro contratante buscar os pagamentos que já tinham sido feitos dentro do contrato válido, e antes de qualquer anúncio de incumprimento.
Até a Fenprof se viu aflita para comentar tal coisa. É que perante tamanho descaramento não há mais que dizer. Um roubo é um roubo, não há comentário que lhe valha. Se fosse no Metro ía dentro, como é no gabinete do MNE, fica tudo bem...
Horário extraordinário é pago a preço de horas extraordinárias. Parece normal para qualquer contratado... Tarefas adicionais levam uma tarifa adicional. Nada de estranho...
Depois, sem o pré-aviso normal e exigido legalmente para a cessação de contrato, lá se vai o pagamento das horas extraordinárias: o pagamento, não as horas nem as tarefas. Uma das partes não cumpre o contrato.
Mas não lhe chega. Nesse país as leis não podem ter efeitos retroactivos. Certíssimo. Mas este contratante Estado, porque pode, quebra o contrato e ainda vai à carteira do outro contratante buscar os pagamentos que já tinham sido feitos dentro do contrato válido, e antes de qualquer anúncio de incumprimento.
Até a Fenprof se viu aflita para comentar tal coisa. É que perante tamanho descaramento não há mais que dizer. Um roubo é um roubo, não há comentário que lhe valha. Se fosse no Metro ía dentro, como é no gabinete do MNE, fica tudo bem...
02 novembro 2006
Estatuto da Carreira Docente
Alberta Marques Fernandes pegou nos argumentos do( representante de 14 sindicatos) Mário Nogueira que arrancou à força de o contradizer e fez com eles o seu contraditório à Ministra da Educação. Apesar do espanto da jornalista do jornal2 perante as respostas no final elogiou a convicção da Ministra. Convicta parece de facto. Faltou perguntar se a exclusão de 2/3 dos professores dos três últimos escalões da carreira se devia entender à luz dos cortes orçamentais e da diminuição das despesas do Estado. Porque a convicção da Ministra não convence. Necessário introduzir nas escolas um modelo de gestão das organizações (onde muito menos do que 1/3 chega a chefe) que premeie a excelência e responsabilize os que ganham mais. Ou seja, diz a ministra, os professores em fim de carreira ganham o dobro dos que iniciam [grande coisa, deve ser isso que a carreira tem de aliciante] mas não fazem nem metade. Sim, é verdade que as turmas bicudas se atiram aos recém-chegados em muitas escolas. Mas parece-me perfeitamente razoável que um professor a dar aulas há 20 anos possa ver reduzido de alguma forma o seu tempo de desgaste, seja na componente lectiva seja na atribuição de cargos vários. E se é avaliar e obrigar a trabalhar que se pretende em que é que a desvalorização salarial proposta neste projecto de governo contribui?
17 outubro 2006
Parabéns, Sra. Ministra!
Não deve estar longe dos recordes dos ministros da educação do seu amigo Cavaco em números de adesão a greves.
E mais! Esta mulher é espantosa, as coisas que ela consegue! Na reportagem de hoje às 20h na RTP, os pais, apesar das dificuldades que o fecho das escolas lhes traz, compreendem a posição dos professores, e alguns até disseram concordar! Pela primeira vez em muito tempo, esta ministra conseguiu que alguns pais mostrasse solidariedade.
É obra!
E mais! Esta mulher é espantosa, as coisas que ela consegue! Na reportagem de hoje às 20h na RTP, os pais, apesar das dificuldades que o fecho das escolas lhes traz, compreendem a posição dos professores, e alguns até disseram concordar! Pela primeira vez em muito tempo, esta ministra conseguiu que alguns pais mostrasse solidariedade.
É obra!
01 junho 2006
A Ministra sem Educação

A escola podia ser um espaço de combate às fortes desigualdades sociais, ou seja podia combater o insucesso escolar, tivesse para isso meios, e estes meios nem serão sempre materiais, provavelmente os mais importantes nem serão este tipo de bens. O mais importante é ter bons profissionais, mas se tivermos uma classe profissional mal tratada continuamente, dois exemplos rápidos: comissões ministeriais para aprovar os manuais! Imagina-se as centenas de pessoas que será preciso contratar para tal trabalho? E se é o professor que conhece a matéria e serve para a ensinar já não serve para escolher o manual que vai usar?! Faz sentido? Faz sentido haver no ME quem receba queixas sobre determinados manuais que possam não cumprir da melhor forma com os currículos (e isso já existe); segundo: pais vão avaliar professores e essa avaliação serve para a sua progressão na carreira! Estes dois pequenos exemplos ilustram bem como não será possível para já haver mais sucesso escolar e como não se prevê para Portugal nenhuma mudança de paradigma (país com menos licenciados, país com menos gente escolarizada....na ue)
Face a isto ainda temos de ouvir a Ministra ir dizendo o que lhe apraz, o que nos vale é que de facto os professores portugueses têm muito mais educação do que a senhora e continuarão o seu trabalho o melhor que forem capazes.
03 novembro 2004
A governamentalização do Ministério da Educação
Em Dezembro do ano passado o governo aprovou um Decreto que estabeleceu as regras novas deste último concurso de professores. Portanto, um decreto a um mês de ser posto em prática. Era urgente. Entretanto inúmeros serviços do ME foram extintos (ex:os centros de acção educativa) serviços e pessoal que participava na realização destes concursos de forma mais descentralizada. Afinal estamos a falar de todos os níveis de ensino, desde o pré-escolar até ao 12º ano. Em causa estão factores de corte nas despesas, menos funcionários, menos serviços. Tudo na linha programática do governo. Até aqui tudo perceptível. Entretanto gasta-se uma pipa de massa para uma empresa informática de amigos e este é o concurso com mais erros na história de colocação de professores em Portugal. Todos perdem menos aqueles que querem instrumentalizar o Ministério da Educação, afinal desde há quanto tempo não víamos um ministro a ditar sentenças no funcionamento directo de um serviço, de um concurso?"Eu disse, eu mandei, eu fiz assim,eu averiguei". As mãos na massa toda. Todos perdem menos aqueles que face ao desastre podem ver finalmente avançar a escola do compadrio, a escola sem critérios. Em virtude das vagas que ficaram por ocupar em inúmeras escolas foram colocados as ofertas dessas vagas pelas próprias escolas em jornais (como todos temos a oportunidade de ver nos classificados por aí). Nada de errado se o Decreto/Lei 35/2003 não tivesse retirado a obrigatoriedade das escolas, nas ofertas directas de vagas, respeitarem os critérios do concurso nacional. Ou seja, se o concurso não tiver credibilidade tanto melhor porque assim temos agora as escolas públicas por esse país fora a escolher os seus professores como tivemos o ministério da educação a escolher a empresa de informática dos amigos.
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