17 março 2006

Cheira a azeitonas, queijo, vinho, e migas

Melro
Janita

Este ou outro disco do Janita. Pouco importa. Todos os que conheço têm uma surpresa... e todos têm a música do Alentejo. As saias, os coros, os romances...
E o Janita tem na voz essa mistura bem tradicional e alentejana de povos e gentes: ora são os ciganos, a música andaluz, árabe, lisboeta, um sem fim. Como as gentes que se cruzaram sempre por ali: judeus mais ou menos convertidos, cristãos, ciganos, árabes que foram ficando, a Espanha ali ao lado, as migrações pelo país, o trabalho sazonal por todo o lado.

(À parte: não sei quem raio inventou a ideia que se diz por aí de que a música portuguesa é pobre! Toda a vida ouvi essa frase, até da parte de músicos, e nunca percebi as razões, também ninguém mas soube explicar...)


Este disco teve a colaboração de (isto parece um desfile do melhor que houve e há no país): José Afonso, Vitorino, Pedro Caldeira Cabral, Durval Moreirinhas, António Sérgio, Luís Caldeira Cabral, um poema de Manuel da Fonseca, outro de António de Sousa, entre outros.

Como a Lotte Lenya está ali no cantinho muito descansada, e chegou há pouco tempo, adicionei o Janita logo por baixo. Trata-se do tema "Saias do Freixo", tradicional do Redondo, com arranjo de João Salomé, Vitorino e Pedro Caldeira Cabral.

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