16 março 2006

Esclarecimento relativo à notícia de abertura do Telejornal na RTP às 20h00

1. O desfile foi composto por alunos do ensino superior e secundário, professores, pais, sindicatos e partidos políticos.

2. Os grupos "mais radicais" era um pequeno grupo de 40 ou 50 pessoas, o que num universo de centenas de milhar de manifestantes é ínfimo.

3. O gás lacrimogénio foi usado repetidas vezes na rua - sempre seguido durante pelo menos hora e meia - não só contra esse grupo de 40/50 pessoas, mas para o meio da manifestação (onde estavam grupos de pessoas a conversar calmamente, de mãos nos bolsos...). A estação de metro de Sèvres-Babylone foi igualmente gaseada, atingindo assim milhares de pessoas, dado que se trata de uma estação central onde se cruzam três linhas e que, num espaço fechado, o gás fica concentrado muito mais tempo, atingido todos os que ali passem durante várias horas.

4. As "contidas" forças da polícia de choque (CRS), chegaram a fechar todo o cruzamento da Rue de Sèvres e os acessos ao metro para quem vinha do recinto da manifestação, impedindo a saída e a dispersão dos manifestantes não envolvidos nos distúrbios (que aliás estavam num outro ponto do cruzamento). Depois começaram a avançar na avenida, batendo com os bastões nos escudos, onde estavam três grupos: um grupo de percussionistas rodeados de público a dançar e bater palmas, um outro grupo de manifestantes sentados calma e pacificamente no chão e ligeiramente afastada uma rapariga sozinha frente aos polícias, sentada a ler (bem, que ameaça!!!). eu estava frente a tudo isto, encostada a uma montra de um café. Logo ao meu lado, um grupo de raparigas adolescentes, muito novas, gritavam que só queriam sair dali e ir para casa. A única intenção que se consegue encontrar neste bloqueio é a de provocar reacções de pânico, tendo assim uma boa desculpa para atacar.

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