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01 janeiro 2025

Hanukkah invites us to bring light into the world - JVP

Tragically, the Zionist movement chose to put its faith in human power and national territorial sovereignty, seeking to create a “Third Jewish Commonwealth” in historic Palestine. In so doing, it forged a wholly new Jewish identity: an internalization and inversion of European antisemitic themes of Jewish feebleness. This ideal prioritized physical strength and militarism, and was often exemplified by the revival of the Maccabees as Jewish heroes, forsaking the miracle of the oil for a focus on violent militarism. 

This reinterpretation has troubling implications today, as it echoes in the ongoing violence in Gaza, where militarism perpetuates suffering and destruction, often using ancient symbols of Jewish tradition as forms of psychological violence. The enduring message of Hanukkah — resilience through faith and light — has been overshadowed by this glorification of force.

 One of the most striking examples of this distortion is the sight of menorahs being lit amidst the rubble of Gaza by IDF soldiers. These acts, extensions of the militarization of Hanukkah through Zionism, desecrate the profound message of the holiday. The Hanukkiah, a beacon of hope and divine presence, has been reduced to a tool of domination. Such actions betray the ethical core of Jewish tradition, which calls for the pursuit of justice and collective human dignity


Jews Voice for Peace

1.01.2025

05 agosto 2014

J`accuse

"Quando bombistas suicidas se fazem explodir em autocarros nas cidades de Israel não vejo ninguém preocupado com a curva etária dos passageiros estraçalhados. Por que será?" escreve Eduardo Pitta no seu blogue em 2006. É um blogger particularmente activo, escreve sobre literatura futebol o bes o ps e o psd, diríamos que é um activo incansaável. E de repente, passado quase um mês da mais completa barbárie na faixa de Gaza eis que o seu blogue está omisso, nem uma palavra. Suponho que seja um tema tão difícil que não quis entrar nem somente referir nenhuma informação em relação à catástrofe que, pelas suas características hediondas, não deixa ninguém indiferente. Mas engano-me redondamente. Este não é um tema ausente da reflexão do blogue de Eduardo Pitta. Está presente por todo lado. Mas os bombardeamentos isaelitas que fizeram desde dia 8 do mês passado perto de 1900 mortos na sua maioria civis não merecem uma única palavra deste autor, comentador. O seu silêncio está cheio de sangue. Como o estão as palavras dos que se precipitam a vir falar de sionismo como se da cultura e história semita se tratasse, quem se precipita a vir justificar enquadrar legitimar o que não pode ter em nenhum lugar no mundo onde queiramos ou seja possível viver a mínima desculpa. A dívida de Israel com a História e com a humanidade tornou-se demasiado grande para ser saldada sem acusar os que a silenciam ou justificam de cúmplices deste Holocausto.

08 novembro 2012

Refugiados palestinianos no Líbano



Un reportage dans les camps de réfugiés palestiniens au Liban.
Durée 27 min. Réalisation : Chris Den Hond et Mireille Court. Tournée en juillet 2012.

02 dezembro 2011

Novas Resoluções da ONU sobre a Palestina

30.11.2011



"(...) Hoje cedo, a Assembleia concluiu o seu debate anual sobre a questão da Palestina, com delegações a expressar amplo apoio à aplicação da liderança palestina de setembro para a plena participação das Nações Unidas. Enquanto oradores apoiaram a troca de prisioneiros recente entre Israel e os palestinos, assim como o recente acordo intermediado pelo Egito, que tinha preparado o caminho para eleições palestinas no início do próximo ano, eles apontaram que tais ações positivas haviam sido minado pela construção de colonatos de Israel bem como a sua recente decisão de reter cerca de US $ 100 milhões em receitas fiscais da Autoridade Palestina.
O Quarteto diplomático sobre o processo de paz no Oriente Médio deve obrigar Israel a acabar com a sua intransigência, particularmente em relação à construção de assentamentos, acrescentou, enfatizando a igual importância na unidade política entre os palestinos para o progresso no processo de paz e de reconstrução na Faixa de Gaza (...)"






17 setembro 2010

Não à associação do Queer Lisboa com o criminoso apartheid israelita!

Pela rejeição imediata do apoio da embaixada israelita ao Festival!
Concentração frente ao cinema São Jorge, Avª da Liberdade, Lisboa

6ª feira, 17 de Setembro, 19h.

divulguem e compareçam!



Inicia-se na próxima 6ª feira a 14ª edição do Queer Lisboa, Festival de Cinema emanado do movimento LGBT (lésbico, gay, bissexual e transgénero) e da sua mobilização contra as discriminações em função da orientação sexual e da identidade de género em Portugal, logo, merecedor do nosso apreço e da nossa solidariedade. Nesta edição, porém, tal como nos últimos três anos e apesar de alertas que já lhe foram dirigidos no ano passado, o Festival propõe-se receber apoio financeiro e institucional da embaixada israelita em Lisboa.

Este apoio não é inocente. Corresponde ao que tem sido o comportamento da representação de Israel noutros países relativamente ao tema LGBT, denunciado pelos próprios movimentos LGBT em Israel como uma política coordenada para transmitir internacionalmente a ideia de que Israel é um oásis de tolerância no que toca aos direitos LGBT, e uma nação respeitadora dos Direitos Humanos e do direito internacional, ocultando assim a ocupação da Palestina e as sistemáticas violações dos direitos dos palestinianos.

Assim, um conjunto de colectivos - LGBT, feministas, anti-racistas, pela paz no Médio Oriente e outros -, em coordenação internacional com colectivos e activistas congéneres israelitas, palestinianos, do estado espanhol, canadianos, norte-americanos ou italianos, entre outros, decidiu convocar uma manifestação pela rejeição imediata do apoio da embaixada israelita ao Festival!



Esta não é uma acção contra o Queer Lisboa, contra a mostra de filmes israelitas ou a vinda de realizadores de Israel, e muito menos 'anti-Israel', mas sim pela paz para todos os povos do Médio Oriente, pelos direitos do povo palestiniano e contra as violações sistemáticas dos Direitos Humanos por Israel. É precisamente por prezarmos o Queer Lisboa e o seu significado que não queremos vê-lo associado a este apoio. Por isso mesmo, esta semana, também o cineasta canadiano John Greyson, premiado na última edição do Queer Lisboa, uniu a sua voz à nossa reivindicação, solicitando a dissociação do Festival relativamente ao apoio desta embaixada, sob pena de não permitir a exibição do seu filme, prevista para dia 21 na presente edição do Festival.
Sem pretendermos negar os avanços duramente conquistados pela comunidade LGBT em Israel (não extensivos aos habitantes dos territórios ocupados por Israel) nos últimos anos, ou as atitudes repressivas da homossexualidade em alguns outros países do Médio Oriente, esta utilização abusiva da temática LGBT faz tábua rasa dos avanços igualmente conseguidos em países árabes da região, bem como da intervenção dos movimentos LGBT nesses países, negando que também em Israel a homofobia continua a ser estrutural em grande parte da sociedade, enquanto contribui para recusar os direitos humanos mais básicos à população palestiniana dos territórios ocupados, qualquer que seja a sua orientação sexual ou identidade de género.

Não podemos esquecer que não existe liberdade de género ou de sexualidade quando se é discriminado com base na etnia e se vive sob ocupação militar, confinado a bantustões de terra, cercado por muros da vergonha, privado de bens essenciais, sujeito a checkpoints, demolições de casas e a bombardeamentos.

Falamos de um apartheid israelita, porque Israel é um país fundado na ideia de diferentes direitos para povos diferentes, negando aos palestinianos o direito de regresso às suas terras, ocupando a Faixa de Gaza e a Cisjordânia e tratando de forma diferente os palestinianos residentes em Israel. Sem surpresa, Israel foi o último e melhor “amigo” do apartheid sul-africano mesmo até ao momento da sua abolição.

É por esta política de violação sistemática dos Direitos Humanos que Israel é actualmente alvo de uma campanha mundial de Boicote, Sanções e Desinvestimento que se tem traduzido em diferentes áreas, à semelhança do boicote a que foi sujeita a África do Sul durante os anos da segregação racial naquele país. Em Junho passado, a indignação internacional pelo ataque do exército israelita a um navio turco que transportava ajuda humanitária destinada à Faixa de Gaza, durante o qual foram assassinados nove activistas desarmados, veio reforçar a mobilização para este boicote, bem como o seu sucesso crescente.

Respondendo ao apelo de 170 organizações da sociedade civil palestiniana, incluindo múltiplos intelectuais e artistas palestinianos, israelitas e de todo o mundo pela implementação de um boicote cultural internacional ao estado de Israel e às suas políticas criminosas, o movimento LGBT tem agido em vários países. Na Marcha do Orgulho de Madrid deste ano, a organização decidiu vedar a participação a grupos sionistas, enquanto a última edição do Festival de Cinema LGBT de Toronto, Canadá, recusou pela primeira vez o apoio da Embaixada de Israel.

Outro exemplo nesta área foi o Festival de Cinema de Edimburgo, que recusou o apoio da embaixada local e procedeu à devolução do dinheiro.
Compete ao Queer Lisboa a dissociação imediata do apoio desta embaixada e a recusa do dinheiro do apartheid israelita.



Contamos com a vossa presença!

PANTERAS ROSA

30 junho 2010

Quem tem memória é imprescindível e perigoso- O caso de Helen Thomas


Helen Thomas

Memória de Elefante

Os sucessivos presidentes tinham-se habituado a resignar-se com as suas perguntas incómodas. Os colegas tentavam não levar demasiado a sério as críticas que lhes dirigira no livro Watchdogs of Democracy? The Waning Washingnton Press Corps and how it Has Failed the Public (...) Afinal, era a decana dos correspondentes da Casa Branca, há muito que ganhara direito a sentar-se na primeira fila e fizera a cobertura de todas as presidenciais desde Kennedy. (...) há poucos dias, um rabino e documentarista convidado a ir à Casa Branca, cruzou-se com ela e perguntou-lhe se tinha alguma mensagem para os israelitas. ."Saiam da Palestina. As pessoas de lá estão sob ocupação. A terra dos judeus é na Alemanha, Polónia e América", respondeu. O vídeo com o comentário foi posto no Youtube. (...) a Hearst Newspapers obrigou-a à reforma compulsiva"


Revista Visão, 17 de Junho de 2010, p.26

15 junho 2010

"A violência ilustrada" por Ricardo Noronha

"(...) A violência que esta e outras imagens ilustram não carece de qualquer manipulação ou instrumentalização. A semiótica prolonga o conflito, mas não o produz. E como uma das partes do conflito tem a seu favor os mais poderosos instrumentos para operar esse prolongamento, é inteiramente legítimo identificar aí um terreno de combate. Não foi um fotógrafo que produziu aquela imagem. Foi uma violência inteiramente desproporcionada e cinicamente empregue para reduzir um povo ocupado à capitulação. E é sobretudo isso nos deveria chocar. A nossa impotência face ao horror, o frágil suporte daquilo que nos habituámos a considerar normal apenas porque acontece todos os dias."

14 janeiro 2009

Le Monde Diplomatique-edição portuguesa

A guerra contra Gaza já estava na agenda
por José Goulão
Para entender o que está a passar-se actualmente em Gaza é necessária muito mais informação do que a proporcionada pela chusma de comentadores instantâneos que invadem as rádios e televisões e pelos enviados ou residentes que, não conseguindo entrar na faixa invadida, se conformam em ser veículos bisonhos, acomodados e passivos da realidade fabricada no Estado-Maior israelita. Ao menos podiam dar conta de episódios das importantes manifestações internas israelitas contra a guerra, mas parece que isso poderia parecer uma perigosa dissonância. É natural concluir-se que, tal como a agressão militar tem vido a ser preparada há mais de seis meses, também a correspondente acção de propaganda foi montada durante o mesmo período.A primeira vez que estive em Gaza foi em Fevereiro de 1988. A primeira Intifada começara pouco mais de dois meses antes precisamente naquele território ocupado, com uma dinâmica e persistência que surpreendeu a própria Resistência Nacional Palestiniana dirigida pela Organização de Libertação da Palestina (OLP).Nessa altura o Hamas não era mais do que um grupinho fundamentalista inspirado nos Irmãos Muçulmanos, organização fundada no Egipto em 1928, que se dedicava a agitação religiosa e alguma assistência social. Em 1988, porém, o Hamas foi ganhando fôlego, pretendendo distinguir-se pela chama revolucionária, decretando greves gerais e acções de resistência próprias que nunca convergiam com as desencadeadas pelas direcções da Intifada e da OLP. O Hamas actuava, visivelmente, como uma organização divisionista, potencialmente perturbadora da mobilização popular.Hoje, apesar de o pudor ou o desconhecimento impedirem comentadores e enviados ou residentes de se debruçarem sobre tal facto, já não é novidade que os serviços secretos israelitas, a Mossad, tiveram um papel determinante no relançamento e engrandecimento do Hamas. Tal foi reconhecido mesmo por ex-ministros israelitas e está profusamente demonstrado por informação disponível na Internet. Nem dá muito trabalho.Essa foi a génese do Hamas que hoje conhecemos. Como atingiu as dimensões actuais? Sempre à sombra da guerra e do boicote aos processos de negociações conduzido pelos governos de Israel e as administrações norte-americanas – primeiro mediadoras do processo de Oslo e depois as cabeças de cartaz do falecido Quarteto (Estados Unidos, Rússia, União Europeia e Nações Unidas), que já nascera moribundo.Quando se iniciou a Autonomia Palestiniana como processo transitório para um Estado independente e Yasser Arafat regressou à Palestina, no Verão de 1994, a voz do Hamas mal se ouvia. As populações palestinianas dos territórios estavam em festa e acreditavam no bom desfecho de todo o processo.Shimon Peres, Benjamin Netanyahu, Ehud Barak, Ariel Sharon e Ehud Olmert, mais Bill Clinton e, sobretudo, George W. Bush foram inviabilizando paulatinamente as negociações israelo-palestinianas, assumissem as formas que assumissem, enquanto a Fatah (força dominante da OLP) e a Autoridade Palestiniana se foram enrodilhando na falta de alternativas estratégicas às negociações.Essas foram assumidas pelo Hamas, que capitalizou gradualmente o descontentamento popular, mesmo de vastos sectores não religiosos ou religiosos não radicais, até se transformar na maior organização da Resistência e ganhar as eleições gerais palestinianas de 2006. O não reconhecimento do governo do Hamas pelos Estados Unidos, Israel e o mundo em geral – nem mesmo em aliança com a Fatah – poupou o movimento islâmico ao desgaste do exercício do poder e de ser forçado a actuar no terreno em vez de privilegiar a propaganda nas mesquitas e a mobilização paramilitar.Quando a Fatah e o Hamas chegaram ao limiar da guerra civil, em 2007, o grupo islâmico assumiu o controlo de Gaza, enquanto Israel aproveitava a ocasião para impor um rigoroso bloqueio humano e de bens essenciais ao território. Em fase de plena construção do muro que fracciona a Cisjordânia em autênticos bantustões, a balcanização dos territórios palestinianos aprofundou-se.A tomada de Gaza pelo Hamas terá surpreendido o mundo, mas não os dirigentes de Israel. Basta conhecer o Plano Dagan.Meir Dagan é o chefe da Mossad, reconduzido por sucessivos governos israelitas desde o início do século. Ele idealizou uma estratégia de actuação que se tornou a cartilha de Ariel Sharon praticamente desde que este ressurgiu em força com a mediática invasão da Esplanada das Mesquitas em 2000, tolerada pelo então chefe do governo, Ehud Barak (o ministro que agora conduz a agressão a Gaza), e que inviabilizou a possibilidade iminente de palestinianos e israelitas se entenderem nas negociações de Taba, no Egipto.Percorramos, em síntese, alguns passos previstos no Plano Dagan. A operação «Vingança Justificada» tinha como objectivo enfraquecer, tornar maleável ou mesmo destruir a Autoridade Palestiniana. Sahul Mofaz, enquanto ministro da Defesa, apresentou-a com o título «A destruição da Autoridade Palestiniana e o desarmamento de todas as forças armadas». Isso, contudo, não impediu Israel e os Estados Unidos de fornecerem armas à Fatah na fase em que incentivavam a guerra civil entre os dois principais movimentos palestinianos. Entretanto, Israel exige agora o desarmamento do Hamas como pressuposto para um cessar-fogo.Outro ponto do Plano Dagan era o desaparecimento de cena de Yasser Arafat (um velho objectivo de Sharon desde a invasão do Líbano em 1980) e a sua substituição por uma direcção da Autoridade Palestiniana mais colaborante com Israel. Um objectivo como este mantém acesa a tese do assassínio do histórico dirigente palestiniano. A balcanização dos territórios palestinianos, o lançamento de vagas de terror contra as populações e o bloqueio de Gaza são outros aspectos do plano. Sem esquecer que, quando estava prestes a ser acordada a trégua de meados de 2008 em Gaza, Ehud Barak notificou as Forças Armadas para prepararem uma operação de grande envergadura contra este território para desencadear daí a alguns meses. Lendo o Plano Dagan não é de descartar que em alguma fase deste processo Israel abra uma «válvula de escape» em Gaza para que haja uma fuga em massa – limpeza étnica é a expressão correcta –, eventualmente para a Jordânia, atendendo ao comportamento actual do Egipto. Neste contexto é natural que venham à memória as conhecidas palavras de Ariel Sharon: «Não é necessário criar outro Estado palestiniano. A Jordânia é a Palestina».
* Jornalista. Resenha da intervenção proferida em 7 de Janeiro de 2009 na sessão pública organizada pelo MPPM– Movimento pelos Direitos do Povo Palestino e pela Paz no Médio Oriente – na Federação das Colectividades de Cultura e Recreio, em Lisboa.

09 janeiro 2009

Protesto frente à Embaixada de Israel



"...A faceta humanitária da tragédia foi explicada por Fernando Nobre, da Assistência Médica Internacional (AMI): "O povo está encurralado, sem água nem electricidade, com 700 mortos e 3.000 feridos". "Os hospitais estão com as suas capacidades esgotadas e não é um corredor humanitário aberto durante três horas por dia a poder resolver o problema", denunciou. Fernando Nobre apelou a "um cessar-fogo imediato para se poder tratar dos feridos, levar água e electricidade à população e, sobretudo, estabilidade emocional, em particular às crianças, que vivem um verdadeiro pesadelo psicológico devido ao terror instalado".




A morte de Mohammed Al-Dura em Setembro de 2006, captada em vídeo nas imagens acima, representa para mim o que é Israel. A sua violência cega, o extermínio sem pudor dos que os rodeiam e recusam entregar-lhes a dignidade. É com muita consternação que leio pessoas que prezo apresentarem o argumento de direitos históricos para ancorarem uma espécie de culpa hereditária pelo exodus judeu ao longo dos séculos. Portugal tem a esse nível uma herança pesada que creio ter pago com as consequências nefastas para a economia, para não dizer outras, da expulsão dos judeus do seu território. A história dos últimos 60 anos após a criação, imposta, daquele território, parece dizer-nos que a coexistência pacífica e livre deste país com os que o circundam não é possível. Haverá dos dois lados quem pense o contrário. Os factos demonstram o contrário. Que outra linguagem conhece Israel diferente da que tem usado nos últimos dias? Como comparar rocket`s lançados sobre territórios que Israel se comprometeu abandonar, vindos de uma população exposta à fome, ao desemprego, à indignidade da usurpação das suas casas, oliveiras, terras, água, à indignidade dos check points, com os bombardeamentos vindos de um país com todo o poderio bélico possível?

06 janeiro 2009

Como Israel celebra o Natal

A matar mais de 500 pessoas em uma dúzia de dias.
Indispensável ler no Spectrum e indispensável ir protestar frente à embaixada do país construído com 60 anos de ininterrupto sangue dos outros à sua volta.

8 de Janeiro a partir das 18h em frente do check-point que a embaixada israelita instalou na colonizada Rua António Enes, nº 16, a S. Sebastião, Metro Picoas, seguindo pela 5 de Outubro é a segunda à esquerda

05 outubro 2006

60 Anos de resoluções sobre o Médio Oriente III

1980 O estatuto de Jerusalém Resolução 478

Rm Agosto de 1980, o CS [conselho de Segurança] pede a Israel que anule a sua "lei básica", onde estabelece Jerusalém como capital una e indivisível". A resolução 478 considera tal lei "nula" e censura, "nos mais fortes termos", a recusa israelita em cumprir anteriores resoluções ao alterar o estatuto da cidade que os palestinianos também reinvindicam como capital.
1981 Anexação dos Golã Resolução 497
aprovada a 17 de Dezembro de 1981 (...) exorta Israel a abdicar da anexação dos Golã, estabelecendo que esta é "nula, inválida e sem efeito legal internacional". Ao longo dos anos 1990, com Yitzhak Rabim e depois Ehud Barak no poder em Israel e Bill Clinton na Casa Branca, foi esboçado um plano de compromisso. As negociações falharam quando o anterior Presidente sírio Hafez al-Assad recusou ceder o controlo do Lago de Tiberíades, hoje um dos principais reservatórios de água de Israel. Em 2003, Ariel Sharon anunciou a expansão dos colonatos e moshavim (comunas agrícolas) nos Golã.
2004 Síria e Hezbollah Resolução 1559
(...) pede ao Líbano que estenda a sua soberania a todo o território nacional, de onde devem retirar "todas as forças estrangeiras", numa alusão aos soldados sírios. Exorta ainda ao "desarmamento" de todos as milícias libaneses e não libanesas". Como condição para pôr em prática esta resolução, Beirute impôs a evacuação das Shebaa Farms e de Kfar-Shouba por Israel e o regresso de libaneses detidos em cadeias israelitas. O Hezbollah, a única milícia que restou após o fim da guerra civil em 1990, nunca foi desarmado. Em 2005, a Síria foi forçada a retirar os últimos 14 mil de uma força inicial de 40 mil soldados do país vizinho, cuja soberania nunca reconheceu, depois de enormes protestos populares motivados pelo assassínio do antigo primeiro-ministro libanês Rafiq Hairiri, a 14 de Fevereiro. O suspeito principal do crime é o o regime de Damasco.
Sofia Lorena, Público, 13 de Agosto de 2006

26 setembro 2006

60 Anos de resoluções sobre o Médio Oriente II

1973 Yom Kippur Resolução 338
Em 1973, a guerra do Yom Kippur (para os judeus) ou de Outubro (para os árabes), desencadeada por sírios e egípcios em ataques no Suez e nos Golã, motivou a aprovação, a 23 de Outubro de 1973, de uma resolução do CS com terminologia rara: estipulando um cessar-fogo imediato, a entrar em vigor em 12 horas depois da votação, e determinando o cumprimento da resolução 242. O texto refere-se a si próprio no artigo 1 omo uma "decisão", o que o torna vinculativo. Num contexto de ameaça à paz, esta escolha de palavras remete para a Carta da ONU, dando-lhe força de lei internacional.
1978 Oucpação do Líbano Resolução 425
Aprovada cinco dias depois da invasão israelita do Líbano, a resolução 425 (de 19 de Março de 1978 pede a Israel que cesse "imediatamente" as suas acções militares contra a integridade territorial do Líbano" e retire as suas forças de "todo o território libanês". Israel, que em 1982 expandiu a ocupação com uma invasão em grande escala, cehgando a cercar Beirute, demorou 22 anos a proceder à evacuação exigida. O texto decidiu ainda o estabelecimento da Força Interina da ONu no Líbano (UNIFIL), que deverá agora receber novos contingentes.
Em Maio de 2000, Israel retirou o seu exército do País do Cedro, mas a sua aviação continuou a ultrapassar a Linha Azul (fronteira reconhecida pela ONU). Beirute insite que Israel ainda ocupa território libanês, nomeadamente Shebaa Farms (uma área que a ONU classificou como território sírio). Em 1982 foi criada a milícia xiita Hezbollah, que desde então combateu Israel e após a sua retirada passou a controlar o sul do Líbano, lançando regularmente ataques contra os israelitas, sobretudo nas Shebaa Farms. O actual conflito começou depois de um desses ataques.
1979 Ilegalidade dos colonatos Resolução 446
Os colonos judaicos palestianos e noutros territórios árabes ocupados desde 1976 "não têm validade legal e constituem uma obstrução séria para obter uma paz justa e duradoura no Médio Oriente", afirma a resolução 446 do CS, aprovada a 22 de Março de 1979. Em Setembro de 2005, Israel unilateralmente retirou colonos e soldados da Faixa de Gaza, mas continua a controlar ou supervisionar as fronteiras deste território, o mais densamente povoado do mundo e que as agências humanitárias já classificaram como "uma grande prisão". Em curso está agora uma grande ofensiva, lançada após o rapto de um soldado (...) Mantém-se a ocupação parcial da Cijordânia (com expansão de blocos de colonatos).