18 dezembro 2009

José Sá Fernandes e a remodelação dos jardins de Lisboa

"O gosto do rei exige que as árvores e as plantas do seu jardim estejam dispostas em grupos regulares e fáceis de abarcar com o olhar, tal como os cortesãos durante o cerimonial cortês. As copas das árvores e os ramos dos arbustos devem ser talhados de forma a apagar quaisquer vestígios de um crescimento desordenado e selvagem. As áleas e os patamares floridos devem reflectir a mesma elegância e a mesma clareza das construções régias. Na arquitectura dos palácios e dos jardins, na harmonia perfeita entre as partes e o todo, na elegância de linhas de decoração que é em tudo semelhante à elegância dos gestos e movimentos do rei e dos cortesãos em geral, na maginificiência e nas dimensões das construções e dos jardins que serviam -independentemente da sua utilidade prática - para a autorepresentação do poder real, encontramos uma imagem mais fiel dos ideais do rei que na sua maneira de controlar e submeter os homens. (...) O gosto de Saint-Simon fá-lo sentir-se mais atraído pelo jardim à inglesa, que concede maior liberdade ao crescimento dos arbustos, das árvores e das flores; o jardim inglês corresponde ao gosto da classe superior de uma sociedade na qual o rei e os seus representantes nunca conseguiram instaurar por muito tempo um regime autocrático ou absolutista"



Norber Elias, A Sociedade de Corte, Lisboa, Editorial Estampa, 1995, pp.195-196.




Divulgo o texto de Tiago Taron que, julgo, deixa muito claro os processos através ou atrás dos quais se decidiu alterar radicalmente a fisionomia da maior parte dos jardins de Lisboa. Processos que demonstram que o controlo de gestao (democrática?) do território,na pequena como na grande escala, é risível. Os instrumentos são meramente formais (quando é efectivo o uso desse poder como o IPPAR e a câmara do Porto àcerca do tunel em frente ao Museu Soares dos Reis não tem consequências- o presidente continuou a obra, não sofreu sanções e foi reeleito com maioria absoluta). Assumamos que a equpa de espaços verdes tinha esta sagacidade e intrepidez e assume um novo modelo estético para os jardins da cidade -um modelo que está na moda na arquitectura paisagística - para além de não contarem com a participação de ninguém (quem vive com os jardins de perto uma vida inteira por exemplo) e com isso atirarem para o lixo as ideias de esquerda como é o orçamento participativo e o apelo à população para que participe nas escolhas da cidade, para além disto tudo pelos vistos a crise nao afecta os espaços verdes na cidade. Ou mudar os jardins todos na cidade fica mais barato que requalificar aqueles que precisam. Isto faz sentido?





17 dezembro 2009

Seis do Nove

A terra tremeu não porque a partir de hoje o casamento passa a ser um direito para homossexuais, mas porque este blogue celebra seis anos. Não é um terramoto mas é bom estar ligado às oscilações telúricas quando não mesmo ao magma do planeta. Parabéns ao assédio, Parabéns ao país.



09 dezembro 2009

Excelentes notícias

Depois de décadas sem destino o Museu de Arte Popular vai deixar de ser um fantasma à beira-rio. O edifício, em vias de classificação, é um notável testemunho da arquitectura modernista portuguesa onde trabalharam e deixaram marca muitos dos artistas desse período. Devolver-lhe a função original é assumir, num mundo cada vez mais mundializado, que o Museu Nacional de Etnologia deixa espaço, e que todo o espaço não será demais, à existência de um Museu vocacionado para a protecção do património popular. Sem os paternalismos e o discurso fascizante do Estado Novo sobre o bom e humilde povo português. Sem, por outro lado, cristalizar num entendimento obsoleto da museologia, mas sim colocar em contacto, e dar novas vidas e novos olhares ao nosso património popular. Há museus que trabalham, de forma notável, esta realidade a nível local (Museu do Trabalho em Setúbal, Museu de Íhavo).
Este anúncio a juntar ao assumir da insuficiência dos 0,3% do orçamento para a Cultura colocam altas -onde se querem- as expectativas na recém-chegada ministra Canavilhas.

06 dezembro 2009

SOS Azulejo

Um espaço que sempre idealizei mais ou menos com estas valências tomou forma através do projecto SOS AZULEJO. Aqui, para além de ficarmos a conhecer como proteger e tratar um dos aspectos mais curiosos e interessantes da história da arte portuguesa, ficamos também alertados para os imensos riscos que corre e, encontramos um espaço comum, com interlocutores vários (incluindo a polícia judiciária) para detectar situações de risco e cuidarmos em conjunto do que (nos) é caro. E promovem iniciativas de conhecimento e aprofundamento de conhecimento insubstiuíveis e imperdíveis.

27 novembro 2009

O fim da Agenda Cultural de Lisboa?

Na agenda Cultural de Novembro o editorial recomendava-nos que fossemos fazer uma assinatura anual de 15 euros para receber em casa a agenda cultural impressa. Apesar da existência do site não parece justo nem legítimo terminar com o acesso gratuito à informação de divulgação cultural de uma cidade como Lisboa. A Câmara até podia nem investir em mais nada, mas ninguém melhor que ela está no lugar de ser a fonte de reunião e divulgação de tudo quanto acontece por aqui. Sem publicidade obstusa e sem critérios editoriais.

12 novembro 2009

Os braços da Venus de Milo



A rtp 2 passou recentemente um programa de Waldemar Januzczak em três episódios desgarrados (entre e dentro de si) onde o crítico de arte, de forma entusiasta e vibrante, nos conduz, quase sempre sob paisagens deslumbrantes, sobre aquilo que o maravilha e exalta na história da escultura (chegando a incluir nesta categoria construções arquitectónicas da civilização Maia).


No 1º primeiro epiódio propõe-se explicar o êxito ao longo de séculos da escultura conhecida como a Vénus de Milo para concluir que esta escultura desmembrada concentra as características, também presentes nas estatuetas pré-históricas idênticas à Venus of Willendorf, definidoras da fertilidade e portanto essenciais ao ser-mulher. Esta estátua tem um sucesso que permanece ao longo do tempo segundo este crítico prolíxuo, não porque seja uma imagem repetida mil vezes e identificada por todos como o Nascimento de Vénus renascentista em todas as caixas de bom-bons (o ready made e o Wandy Wharhol já não tinham explorado esse fenómeno da massificação associada à imagem, e já outros teóricos não falam do fim da imagem?) mas porque sintetiza aquilo que interessa numa mulher (o seu peito para amamentar e as suas coxas e púbis para procriar). Chega a dizer: não está ali tudo o que interessa numa mulher? Fabrica pequenas réplicas com bracinhos para nos demonstrar que qualquer par de membros na Venus de Milo lhe teria retirado a importância que detém no reconhecimento universal. Talvez a sua teoria não seja de ignorar no que diz respeito à opção em emitir de forma repetida para a comunicação massificada determinadas imagens, que, na força da sua repetição, acabam por impôr-se, universalmente aceites, e transportadoras desses valores (não os que lhe deram origem) mas os que motivaram a sua ampla divulgação.

06 novembro 2009

Amantes inconfessos

O Paraíso é aquele lugar onde o humor é britânico, os cozinheiros são franceses, os mecânicos são alemães, os amantes são portugueses e tudo é organizado pelos suíços.
O Inferno é aquele lugar onde o humor é alemão, os cozinheiros são britânicos, os mecânicos são franceses, os amantes são suíços e tudo é organizado pelos portugueses...
Recebi esta anedota por e-mail. Não deixa de ser curiosa esta ideia dos portugueses como bons amantes. Uma ideia, como alguém referia recentemente, que a própria literatura reclama contantemente. Nesta anedota empurraram-se os franceses para a cozinha para deixar livre o poema e a prestação amorosa aos portugueses. Se um dos defeitos é fácil de adivinhar a suposta qualidade em destaque não revela, para além dos resquícios de marialvismo, a ausência de outras caracterísiticas a salientar?

02 novembro 2009

20 outubro 2009

A Cidade é a Festa

As festas da Cidade este Verão confirmaram a tendência assumida nos últimos anos aqui e ali, pela mão de privados, dos poderes públicos e por tudo aquilo que fica pelo meio. Descobriu-se que a cidade é o melhor palco para se celebrar a ela própria e que o espaço ao ar livre, numa cidade exposta aos bem aventurados tempos do sol mediterrânico e dos ventos atlânticos, favorece, como em todo o meridiano temperado, a vida fora de portas. Mais cosmopolita viu os jardins encherem-se de gente, finalmente. E as obras de recuperação dos espaços verdes acompanham. Mais cosmopolita vê as ruas encherem-se de bicicletas, e a ciclovia segue a par e pedalada. Mais cosmopolita vê as feiras multiplicarem-se aos sábados domingos e feriados. Os Arts`nd Crafts, os produtos biológicos (que ainda têm pouco de sustentável) as velharias, os livros usados. Todos os cafés multiplicam os lugares de esplanada, já pelo Inverno adentro. Há uns anos todos se queixavam da falta de esplanadas na capital. Abriram quiosques à antiga onde se bebe a bica com a cabeça sob as árvores.
As festas da Cidade de Lisboa este ano tiveram o grande mérito de perceber esta mudança do paradigma da vivência do espaço público, esta necessidade da vivência do espaço público, e encontrou formas, no cinema ao ar livre espalhado por sítios inéditos e supreendentes, a música nas praças tirando partido dos miradouros. Espalhou iniciativas, levando-as a vários lados preterindo assim a lógica dos grandes eventos (reduzidos também a pouco por questões da crise) em espaços centralizadores (os espaços âncora). A disseminação, a entrada gratuita, a diversidade, são características definidoras e identitárias de um programa de cultura que para nosso Bem a cidade tomou, ouviu, através dos seus poderes públicos.
A continuidade de Costa é assim, também por outros motivos que outras áreas de actuação explicarão, a validação desta opção em concreto, que é tanto um sinal da necessidade democrática dos cidadãos de Lisboa como a vivência do espaço público implica, necessariamente, o entrusamento com o governo/a gestão da polis.

06 outubro 2009

O erro de António Costa


A quatro dias das eleições autárquicas este tipo de inaugurações cai sempre mal. Se fosse uma exposição organizada pela candidatura de Costa às eleições era perfeitamente adequada e compreensível. Agora inaugurada pelo Presidente da Câmara, organizada pela Câmara, apoiada por uma faculdade de arquitectura sabe mal. As câmaras não têm de parar durante os processos eleitorais mas confundir aparelho do Estado para onde foram eleitos e aparelhos de partido que os apoiam é demasiado grave. O jornal da freguesia de Marvila, dirigido pelo respectivo presidente, Belarmino Ferreira da Silva, apareceu agora por ai (apesar de dizer Setembro) com quatro páginas (num conjunto de 6) dedicadas ao Presidente António Costa e profusamente ilustradas com a sua figura. Maus sinais são António Costa precisar destes expedientes à Isaltino de Morais e outros eu-é-que-sou-o-presidente.
Marvila recebeu 50 milhões de euros em investimento. Não podemos afirmar que são demais ou desprovidos de razão. Estamos perante uma freguesia que é quase inteiramente habitada por residentes de habitação social. Mas como é que nunca ouvimos nenhuma opinião desta freguesia em relação ao "atracar" da terceira ponte no seu território.? Perante uma alteração tão profunda, que implica tantas consequências, muitas das quais nem previsíveis, porque é que o Presidente da Junta de Marvila ou os marvilenses não têm opinião?
A Ponte 25 de Abril também foi amarrada do lado de Lisboa a um dos bairros, à semelhança de Marvila, por onde passou todo o processo de industrialização urbana e que deixou traços, também na população. Não deixa de ser curioso ser o período histórico relacionado com a industrialização o mais sacrificável, como se o património urbano não devesse salvaguardar as memórias dos vários períodos que a cidade atravessou.
Quem atravessa a Avenida de Ceuta até Alcântara sabe o pandemónio que nunca deixou de ser o acesso à Ponte 25 de Abril. Quem tenta aceder à Ponte Vasco da Gama sabe também a quantidade de alcatrão e vias que é necessário construir nos acessos a este equipamento. Não é necessário ser um técnico para entender que a Terceira Ponte vai significar uma intrusão violenta bem no centro de tecido histórico de Lisboa (até monumentos nacionais estão afectados). Este é o erro de Costa e dos demais candidatos a quem não ouvi ainda opinião. Este e o planear a cidade à margem dos seus cidadãos (em que PDM estava previsto a construção da Fundaçao Champallimaud junto à Torre de Belém?).

02 outubro 2009

Mariano Gago adere ao M.A.T.A.

"(...) Ainda no ano passado me dirigi às instituições do ensino superior solicitando a melhor colaboração dos seus responsáveis no sentido do combate a praxes que, embora afirmando uma intenção de integração dos novos alunos, mais não são que práticas de humilhação e de agressão física e psicológica de índole manifestamente fascista e boçal, indignas de uma sociedade civilizada e inconcebíveis em instituições de educação. A tolerância de muitos tem-se tornado cúmplice de situações sempre inaceitáveis e que, nalguns casos, conduziram mesmo a acidentes extremamente graves que produziram danos físicos irreversíveis e danos psicológicos porventura menos visíveis mas igualmente graves. (...)"
Se o Mariano Gago estudasse na minha faculdade, há uma década atrás, não seria eleito ou reeleito caso se candidatasse a algum órgão ou cargo, como aconteceu com muitos estudantes que não toleraram nunca este espírito académico reaccionário feito de rituais (que inclui tanto a praxe como a benção das fitas).

25 setembro 2009

Ainda nos programas eleitorais



"12. CANCELAMENTO DA CONSTRUÇÃO DAS BARRAGENS
DO RIO SABOR, TUA E FRIDÃO


A barragem prevista para o Rio Sabor, o último rio selvagem em Portugal, é irrelevante para a produção de energia eléctrica, não serve para o abastecimento humano ou para a irrigação de campos agrícolas, não terá um contributo visível no cumprimento das metas nacionais estabelecidas no Protocolo de Quioto nem sequer serve para a regularização dos caudais do Douro. Deve ser por isso cancelada. O mesmo se aplica à barragem do Tua, que destruirá uma linha férrea histórica e uma paisagem única, e à barragem do Fridão, que afecta gravemente a população de Amarante. in programa eleitoral do BE, p.75


Talvez seja pouco este enunciado, conviria aprofundar as questões da energia e da necessidade ou não da construção de barragens. Conviria enunciar que a organização e planeamento do território tem de ser feito por todos (a comunidade) e não vir dirigido de um gabinete. Como ficámos a saber desde Côa não há empreendimentos insubstituíveis. E o Vale do Tua não devia estar integrado na paisagem património mundial que é o Douro Vinhateiro?

23 setembro 2009

II Colóquio«Os Comunistas em Portugal - 1921-200»

25 e 26 de Setembro de 2009
Biblioteca-Museu República e Resistência
Espaço Cidade Universitária - Rua Alberto de Sousa, n.º 10 A, Zona B do Rego
1600-002 Lisboa
Sexta-feira, 25 de Setembro

17h30 APRESENTAÇÃO E ABERTURA DOS TRABALHOS

17h45
António Monteiro Cardoso / Investigador do Centro de Estudos de História Contemporânea Portuguesa do ISCTE e professor da ESCS do IPL
Desertar ou ficar. Os comunistas e a incorporação no exército colonial

18h15 Paula Godinho / Departamento de Antropologia e Instituto de Estudos de Literatura Tradicional da da Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Alpiarça, 1950 - Entre configurações de classe, a «propaganda subversiva» eo instante duma bala

18h45 DEBATE


19h15 Sónia Ferreira / Investigadora, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas / CRIA da Universidade Nova de Lisboa
As invisibilidades da resistência no feminino: um estudo de caso

19h45 Miguel Cardina / CES - Centro de Estudos Sociais, Faculdade de Letras
da Universidade de Coimbra
A extrema-esquerda no Estado Novo: tortura, silêncio e memória

20h15 António Paço / Jornalista e historiador
Cunhal e o PCP durante o período da II Guerra Mundial

20h45
DEBATE // ENCERRAMENTO DO PRIMEIRO DIA DOS TRABALHOS
Sábado, 26 de Setembro

10h00 REINÍCIO DOS TRABALHOS

10h15 João Paulo Monteiro / Editor de O Comuneiro
Há um marxismo português? A influência das ideias socialistas em Portugal

10h45 João Madeira / Investigador do Instituto de História Contemporânea
O PCP, as Jornadas de Maio de 1962 e as «condições indispensáveis para o levantamento nacional»

11h15 José Manuel Lopes Cordeiro / Universidade do Minho
O combate do PCP ao «esquerdismo»: «O radicalismo pequeno-burguês de fachada socialista» revisitado

11h45 Ricardo Noronha / Investigador do Instituto de História Contemporânea
O 28 de Setembro

12h15 DEBATE
13h00 PAUSA PARA ALMOÇO

15h00 José Neves / Historiador, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas da Universidade Nova de Lisboa
Comunismo e nacionalismo económico em Portugal

15h30 Raquel Varela / Investigadora do Departamento de História do ISCTE
Nacionalizações: controle operário ou salvação do capitalismo?
Estudo do caso das nacionalizações na Revolução portuguesa de 1974-75

16h00 DEBATE

16h30 António Barata / Membro do colectivo «Política Operária»
As políticas de frente popular

17h00 Ana Barradas / Membro do colectivo «Política Operária»
Caderno inédito de Francisco Martins Rodrigues sobre os primórdios do Partido Comunista

17h30 DEBATE

18h30 Encerramento dos trabalhos.

Organização: Política Operária, com a colaboração da Biblioteca-Museu República e Resistência.
Contactos: abarradas@netcabo.pt; penagomes@sapo.pt; baratantonio@hotmail.com; Telef. 214713129, Telem. 936094996, 960135270.
Estará disponível numa banca de publicações o último livro das Edições Dinossauro, Lutas Velhas, Futuro Novo, com algumas intervenções do I Colóquio.

22 setembro 2009

Terminou o reinado de José Manuel Fernandes

José Manuel Fernandes exagerou. Não tem feito outra coisa nos últimos anos mas a duas semanas das eleições e com golpes tão baixos revela um à vontade que só encontra explicação na posição de enorme poder que lhe tem sido dada. Demitir-se é o mínimo.
"(...) Noutras crónicas, o provedor suscitou já diversas observações sobre procedimentos de que resulta sempre o benefício de determinada área política em detrimento de outra – não importando quais são elas, pois o contrário seria igualmente preocupante. Julga o provedor que não é essa a matriz do PÚBLICO, não corresponde ao seu estatuto editorial e não faz parte do contrato existente com os leitores. É pois sobre isso que a direcção deveria dar sinais claros e inequívocos. Não por palavras (pois a coisa mais fácil é pronunciar eloquentes declarações de isenção), mas sim por actos." Provedor dos Leitores do Público, 20 de Setembro de 2009.

17 setembro 2009

Usos da memória:a «marca Portugal» no jogo das identidades



debate 17 de Setembro 5.ª feira 21h30

O passado histórico português tem sido alvo de inúmeras e distintas apropriações. As lutas pelas memórias da nação, tanto no âmbito da discussão académica como no desenvolvimento de debates políticos e ideológicos, suscitam interpretações do passado muitas vezes realizadas em nome de projectos contemporâneos de sociedade. No número de Setembro de 2009, o Le Monde diplomatique – edição portuguesa publicou um dossiê que pretende realizar um exercício crítico sobre estes «usos da história» que, longe de se confinarem a debates restritos, se projectam sobre formas generalizadas de entender e interpretar o mundo. Com o objectivo de aprofundar a reflexão sobre esta temática convidámos os autores dos quatro artigos que integram esse dossiê.DebateUsos da memória: a «marca Portugal» no jogo das identidades.
Com a participação de Diogo Ramada Curto, João Luís Lisboa, Miguel Jerónimo e Nuno Domingos. O debate terá lugar na zona do bar do Instituto Franco-Português (Av. Luís Bivar, 91 - Lisboa), no dia 17 de Setembro, quinta-feira, às 21h30.
A partir dos artigos sobre o tema publicados na edição de Setembro do Le Monde diplomatique - edição portuguesa: «A memória dos descobrimentos, da expansão e do império colonial, de Diogo Ramada Curto; «10 notas sobre os conflitos no tempo», de João Luís Lisboa; «As marcas de Portugal: ensaios sobre o esquecimento», de Miguel Jerónimo, e «Memória nacional e cultura mediática», de Nuno Domingos.

16 setembro 2009

Domigos Lopes deixa pcp

Vem hoje no Público. As críticas são conhecidas, não trazem nada de novo a não ser a curiosidade em saber se para Domingos Lopes todas as questões que enumera e com as quais disside da direcção actual do PCP eram suportáveis desde que se mantivesse candidato ao Alandroal. Ou o não ser candidato ao município foi a gota de água num processo de perseguição interna que faz parte do projecto político de depuração estalinista de que Jerónimo tem dado a cara, tão simpática para os opositores e comunicação social quanto inofensiva? Luísa Mesquita e Isabel do Carmo foram há quanto tempo?
Se fossem militantes novos ou sem grande experiência de militância voluntária ou profissional eu compreendia que acordassem um dia destes para o falso centralismo democrático ou para a estalinização do partido, assim é difícil. Tem estado Domingos Lopes a lutar furiosamente dentro do Partido para fazer vencer a sua visão sobre a Primavera de Praga? Tem estado à espera que os mortos ressuscitem?
Para alguma remissão Domingos Lopes escreveu sobre a viragem para trás que constituiu o XVI Congresso, também no Público.

14 setembro 2009

Um pequeno passo para os animais, um grande para a humanidade

14. PROMOÇÃO DO RESPEITO PELOS ANIMAIS
(...)
A responsabilização dos seres humanos pelas suas relações com outras espécies animais não pode ser nem antropocêntrica (considerando apenas interesses de forma parcial e especista), nem fetichista pelo sofrimento dos animais (chegando a ignorar a exploração dos próprios humanos). A exploração pecuária mostra uma outra face da realidade do modelo capitalista. Na União Europeia, cada cabeça de gado é subsidiada em mais de 2 euros por dia. Este valor excede o rendimento diário de dois terços da população mundial. Nada justifica tal custo: o consumo de carne em Portugal é excessivo, a produção de gado é a principal causa da desertificação e da poluição dos rios e contribui mais para as alterações climáticas que o sector dos transportes. Se a roda dos alimentos aconselha a que 5% das calorias que se ingerem venham da carne, peixe e ovos e se em Portugal a dieta real atinge os 15% nesta categoria, não há razão para atribuir
40% dos subsídios a este sector.
Da parte do governo só existe indiferença pelo tema. Tem protelado a prometida lei de protecção dos animais que puna actos de violência injustificada. A ASAE tem encerrado explorações pecuárias ilegais, mas nunca considerando os modos de tratamento dos animais. De resto tem havido total inoperância e cumplicidade na manutenção das terríveis condições em que animais são usados e abusados todos os dias.
ANIMAIS DE COMPANHIA
• Todos os cães e gatos devem receber microchip (apenas é obrigatório em cães que tenham nascido depois76 de 2008);
• Base de dados única para os dados destes microchips, que permita fácil e rápida consulta e introdução de dados pelos médicos veterinários municipais através da internet. Actualmente existem 3 bases de dados com graves lacunas, o que impede a devolução de um animal perdido ou roubado ou a punição de quem tenha abandonado o seu animal;
• Esterilização de todos os animais adoptados em canis e gatis municipais. Estas esterilizações devem ser feitas no próprio espaço do canil e gatil ou, na ausência de condições apropriadas, em clínicas veterinárias locais através de protocolos;
• Disponibilização da extensão dos protocolos de esterilização a outros animais de companhia;
• Definição legal das regras de tratamento de animais de companhia.
ANIMAIS NO ENTRETENIMENTO
• Fim do uso de animais nos circos, promovendo a qualificação de profissionais do novo circo;
• Apoiar a requalificação de praças de touros fixas com pouca ou nenhuma utilização em espaços culturais(como aconteceu com a criação de um Centro de Ciência Viva em Viana do Castelo);
• Fim de rodeos, de touradas de morte ou à vara.
EXPERIMENTAÇÃO ANIMAL
• Criação de um banco de cérebros em Portugal para promover uma investigação científica séria, eficaz e segura na área das Neurociências (como Alzheimer e Parkinson), acabando com o sacrifício de centenas de animais por ano para efeitos deste estudo;
• Eliminar parte da criação de animais usados no ensino, promovendo protocolos com autarquias, clínicas veterinárias, etc., para uso de cadáveres de animais.
ALIMENTAÇÃO
• Fim da produção de ovos por galinhas de bateria (criação intensiva) promovendo a transição para produção de ovos “free-range” (criação extensiva);
• Subsidiar alimentos que promovam a saúde e as necessidades da população portuguesa e não os interesses dos produtores.

PROMOÇÃO DE RESPONSABILIDADE
• Criação de um abrigo preparado para receber animais domésticos e selvagens, de forma a impedir que, por falta de espaços, seja dada a guarda dos animais a quem os maltratou ou negligenciou.
• Incluir as associações de protecção de animais na lei do mecenato, tal como já acontece com organizações de defesa do ambiente e outras.
in programa eleitoral do Bloco de Esquerda, pp.74-75
• Proibição da criação de chinchilas, coelhos, raposas ou martas para pêlo.

08 setembro 2009

Fuck Them"

"(...) Manuela Ferreira leite usou um carro do Governo Regional na deslocação que fez do centro do Funchal para a Quinta da Vigia, sede do executivo regional, dali para um almoço de campanha com candidatos e dirigentes sociais-democratas madeirenses e, segundo a Lusa, também na viagem do Funchal para o aeroporto. Já durante viagem ao concelho da Ribeira Brava, para assistir à cerimónia de homenagem ao mais antigo autarca do país, António Ramos, Ferreira Leite deslocou-se numa viatura particular." in Público


Engraçado Ferreira Leite vir dizer que na Ilha da Madeira se respira democracia ao contrário da asfixia democrática no continente. São os sinais de desespero de quem não tem programa, não tem ideologia que difira das opções do governo sócrates e perdeu a seriedade que fez com que os seus apoiantes a elegessem contra Marques Mendes (alguma vez a teve?). Tomando de empréstimo a caracterização feita ontem por Ana Drago (excelente excelente) de Paulo Rangel, partido de incompetentes.
"citando Alberto João Jardim aos jornalistas no dia 7/09/09

26 agosto 2009

12º ano

Demasiado tempo passou entre a passagem da escolaridade mínima do 9º ano para o 12º. Mas passou muito pouco desde os quatro anos iniciais obrigatórios até agora. Passou o tempo de um país diferente (pese embora as semelhanças crescentes com o passado ditatorial, assinaladas de forma brilhante aqui). Em termos históricos o país escolarizou-se de forma muito rápida e massiva, a quantidade levou a primazia sobre outros aspectos. No entanto, é de estranhar que em mais de vinte anos de participação na União Europeia se tenha deixado o alargamento da escolaridade obrigatória para o fim do processo de integração e coesão (os pacotes, os quadros de apoio). Depois de cimentar o país, de abrir-lhe as fronteiras, de desmantelar parte da agricultura e pescas, depois de deixar de haver gente a chegar às universidades, então resolve-se alargar o período de escolarização. Os números do abandono escolar e do insucesso são tão significativos que esta medida em quase nada atinge esse universo a não ser de forma negativa. Um aluno que não queira fazer nada na escola, por exemplo, tem agora oportunidade de estar lá mais uns anos sem nada fazer (a escola a funcionar como um tampão social, menos um para engrossar as fileiras do desemprego). De qualquer forma isto não tem peso se comparado com o benefício social a que corresponde um maior período de escolarização formal. Quanto mais tempo durar este período maior tempo e possibilidade terá alguém de continuar a escolarizar-se e aprender pela vida fora (de forma livre e não formal).

Não esquecerei nunca uma familiar da minha geração que, findo o 6º ano feito com as melhores notas, ao contrário de mim gostava da escola, o pai obrigou a vir para casa ajudar ao trabalho da família. Não estudou mais. Um par de anos depois alargava-se a escolaridade para o 9ºano.

19 agosto 2009

a Gripe a

"(...) Independentemente da dimensão que venha a assumir esta e outras pandemias resultantes da actual conformação agro-ecológica-medicinal, são sempre os cidadãos que pagam. Por um lado, sofremos os impactos gerados pelo modelo de produção intensiva de carne no nosso ambiente (nitratos, metais pesados e agentes patogénicos, entre outros impactos) e na nossa saúde, directa e indirectamente. Por outro lado, o dinheiro que descontamos é canalizado para os acordos que os Governos estabelecem com as farmacêuticas para a aquisição de antibióticos e vacinas.

Pior ainda é que, mais uma vez, os impactos não são igualmente distribuídos. Se os países ricos ou os cidadãos abastados têm capacidade de comprar um antibiótico patenteado por uma das maiores farmacêuticas e produzido em regime exclusivo, já o mesmo não se passa com outros países ou com populações desfavorecidas. Também estes sofrem duplamente, pois não só têm sido vítimas da externalização de uma produção suinícola intensiva e altamente poluente (que ninguém gosta de ter ao lado de casa), como são os que agora têm menos meios (pelo menos económicos e institucionais) para combater a pandemia.(...)"

17 agosto 2009

Eleições para Lisboa#3


“Lisboa com sentido” mas sem verdade

Os números da gestão Santana Lopes em Lisboa

publicado no Público, Julho de 2009.


Pedro Santana Lopes (PSL) e PSD aproveitam o facto de o tema das finanças da Câmara Municipal de Lisboa (CML) ser complexo e desconhecido para a maioria dos cidadãos e jornalistas, para lançar a confusão sobre a gestão financeira de Santana da autarquia.

Até agora, PSL tem feito declarações soltas de como tem sido perseguido por “um mito” de que tinha deixado um buraco na CML. Nada de extraordinário em período de campanha eleitoral. Mas hoje, Miguel Frasquilho (MF), deputado do PSD, decidiu defender o indefensável e passar a artigo de opinião, com números e percentagens, a tese do mito:

1. MF compara a despesa executada nos vários anos, chegando à conclusão de que a que corresponde aos anos de Santana-Presidente, não foi assim tão avultada.

Esquece-se que esses números correspondem a “despesa paga” e não a “despesa feita”. O problema financeiro criado não está no facto de se ter mantido ou mesmo diminuído o valor das despesas pagas, mas sim, de ter aumentado muito o valor da despesa incorrida, uma paga, outra por pagar, aumentando por conseguinte as dívidas a fornecedores.

Se era o “despesismo” que se queira analisar, talvez valesse a pena olhar antes para a Demonstração de Resultados e ver que os Custos e Perdas Operacionais cresceram EUR 73,4 milhões entre 2001 e 2004.

A verdade é que as Dívidas a Fornecedores (curto-prazo) eram de EUR 54,5 milhões em 2001 e subiram 259% para EUR 196,7 milhões em 2004.

2. Ainda na área da despesa, Santana e Frasquilho consideram sempre importante sublinhar que “o quadro de pessoal foi emagrecido”. Esquecem-se de outros números. Se o quadro da Administração Pública teve menos admissões do que saídas, já o contingente de avençados e assessores de todo o tipo disparou.

Em 2001, não havendo números oficiais disponíveis, os “prestadores de serviços” seriam cerca de 400. Segundo o Relatório de Gestão da CML, em 2004, já eram 1.365. A título de exemplo comparativo, note-se que o Relatório de Gestão de 2008 indica a existência de 196 “prestadores de serviços”.

3. MF compara números agregados de 3 anos em que PSL foi Presidente (2002-2004), com números agregados de Carmona-Presidente e António Costa-Presidente (2005-2008).

Esta é uma peça-chave da estratégia de PSL, que em minha opinião não é séria. Quando PSL saiu da CML para S. Bento alteraram-se as políticas e as práticas que estavam a ser implementadas? Houve uma substituição da equipa que dirigia o executivo para além da natural “promoção” do seu Vice-Presidente Carmona Rodrigues? Não voltou Santana à CML por alguns meses depois de ter sido demitido de Primeiro-Ministro? E quando Carmona se candidatou à Câmara nas eleições de Outubro de 2005, não se candidatou nas listas do PSD?

Porque junta então Frasquilho, para efeitos de análise, todos os mandatos de 2005 a 2008? Mesmo se quiserem renegar o mandato que se iniciou em 2005, em que o PSD venceu as eleições em Lisboa, creio que PSD e PSL deverão, no mínimo, assumir todo o “mandato Santanista”, até finais de 2005, assumindo também os números da sua gestão, sem atirar as culpas para o passado.

Bernardino Aranda
Economista no Gabinete do Vereador José Sá Fernandes




Nota: Sobre os valores do passivo, tem sido utilizado o argumento de que foram inseridos nos exercícios que vão de 2002 a 2004, valores de compromissos mais antigos. Efectivamente, esta prática, que é normal – ainda este ano foi introduzido no passivo o resultado da regularização contabilística com a Sociedade Gestora da Alta de Lisboa, com um impacto de EUR 167 milhões – exige maior cuidado na análise dos passivos, mas não altera a realidade. Aliás, neste âmbito, sobre alguns números utilizados por PSL, há que esclarecer, por exemplo, que as dívidas relacionadas com a Parque Expo só entraram no passivo depois do mandato 2002-2004, que PSL assume como sendo o seu. Por outro lado, os EUR 185 milhões, relativos ao Programa Especial de Realojamento, tinham já entrado no passivo, na sua quase totalidade, até ao ano de 2001.

11 agosto 2009

Ardem mal mas cortam-se bem

"Verificando-se que editoras nacionais estão a proceder à desativação comercial dos livros não esgotados mediante a sua destruição, e que esta hipótese é igualmente contemplada pela editora do Estado português, Imprensa Nacional - Casa da Moeda, o MIL: MOVIMENTO INTERNACIONAL LUSÓFONO considera isto um escandaloso crime de lesa-património, que vai fazer desaparecer muitos milhares de volumes preciosos da nossa cultura que, apesar do seu valor, não tiveram sucesso comercial junto do grande público.
Perante esta situação, o MIL apela a todos os cidadãos que assinemesta petição, exigindo que as editoras nacionais, e em particular aImprensa Nacional - Casa da Moeda, não destruam as obras em questão,oferecendo-as antes às bibliotecas, escolas e centros culturaisnacionais, aos leitorados de Português e departamentos onde se estudea Língua e a Cultura Portuguesas nas universidades estrangeiras, bemcomo às universidades e centros culturais dos países lusófonos. Paratanto, os Ministérios da Cultura, da Educação e dos NegóciosEstrangeiros (este através do Instituto Camões), bem como a TAP AIRPortugal, devem-se articular com as Editoras na estratégia dadistribuição e transporte dos livros a nível nacional e internacional.
Em vez de se destruir património precioso e insubstituível, esta é umaótima oportunidade de se prestar um serviço à cultura e à educaçãonacionais, bem como de promover a cultura portuguesa no espaçolusófono e no mundo, tarefa por todos reconhecida como fundamental naqual o Estado não se tem empenhado devidamente."

PARA ASSINAR:http://www.gopetition.com/online/28707.html
Mesmo tratando-se de títulos com sucesso comercial, com procura garantida mas não de forma intensa e constante, verifica-se a mesma situação, os livros são simplesmente desfeitos e nem uns mieráveis exemplares sobram para satisfazer uma encomenda tardia. Tudo em nome da economia e da boa gestão cegas, o custo de uma prateleira cheia durante um ano é superior a poder vender a meia dúzia de livros guardados na dita. É tenebroso mas é verdade. Há uns tempos consegui reunir as condições de adquirir um livro técnico sobre construção e arquitectura tradicional portuguesa. Um trabalho exímio, feito por especialistas e procurado dentro de áreas diferentes (arquitectura; engenharia, antropologia, etc.). O que encontrei, em vez do livro, foi o relato da destruição de muitos exemplares desse livro que passou a contar como indisponível.

Contra a corrupção a informação


José M. Silva reúne neste blogue informação recolhida na imprensa de forma rigorosa sobre processos de corrupção ou de comportamentos menos lícitos relacionados com eleitos e nomeados para os mais variados cargos públicos.

06 agosto 2009

14º livro à Quarta

A legibilidade dos factos assim tão-somente depende do alfabeto que tivermos para os ler, nunca do curso que levarem nas calhas rectilíneas da odisseia humana. São todos os relatos um relato, os homens todos eles outro homem, deles depende apenas e de cada um a morte que for de todos.

Mário Cláudio, Amadeo, Planeta DeAgostino, 2000 (1984, D.Quixote),p.108
É a minha estreia com o Mário Cláudio. Não identifico nesta imagem romanceada, palavrosa num excesso redondo de verbo, o Amadeo de Sousa Cardozo que construí, que construímos, ao ler sobre ele ou somente pelo contacto com a sua obra. A sua pintura é mais clara, mais imediata que o mundo para onde o texto nos empurra, melancólico e pardo. De qualquer forma Mário Cláudio vai deixando por todo o lado (e por isso difícil de encontrar/dilucidar ) frases como esta.

05 agosto 2009

Isaltino e as Rotundas


Faz parte da melhor tradição autárquica nas últimas décadas o empenho profundo na construção e embelezamento das rotundas. Não fosse ser possível mudar os candeeiros de iluminação pública mais que uma vez em cada mandato alguns autarcas viam-se limitados na sua veia inspirada de golfinhos, palmeiras, repuchos(o ex-libris) e canteiros em mosaicos multicor, a esta via circular distribuidora do trânsito. A menos de dois meses para as eleições autárquicas é entrar em Oeiras, ali em Miraflores junto à casa de Isaltino de Morais, para ver o afinco com que máquinas e homens trabalham para o embelezamento do Concelho.

04 agosto 2009

Bem esteve Marques Mendes

Isaltino Morais foi condenado a sete anos de prisão e a perda de mandato. Ver a notícia no Público de hoje. Foi também condenado a pagar cerca de 500 mil euros de indeminização ao Estado. Pergunto-me se esse valor pode compensar de alguma maneira a ausência completa de planeamento e gestão do território no imenso concelho de Oeiras, durante tão longo período? Viver dos dinheiros das licenças de loteamento, enriquecer a Câmara e o bolso do Presidente de forma tão descarada e continuada como no caso de Isaltino de Morais tem, como é fácil de calcular, efeitos não só na sustentabilidade/credibilidade do sistema democrático (político/autárquico) mas também de forma ainda mais grave, consequências práticas na qualidade de vida de todos. Casas de má qualidade, casas construídas em sítios sobrelotados, casas que vão trazer problemas em termos ambientais. Alguém se lembra de um deslize de terras aqui há um mês junto à ribeira de Algés? E de umas engenheiras da Câmara que ficaram "soterradas até aos joelhos" (ipis verbis na televisão SIC) quando foram averiguar o acidente? Ainda lá está, tudo parado, a rua fechada (um rua em que já foram mudados as pedras do passeio e o alcatrão um par de vezes em menos de 10 anos!) as máquinas. Todos a pagar o engenho e arte de uma obra mal feita, consequência de outras iguais, construção em altura sem medida de várias torres no leito de cheia da mesma ribeira (que desagua na do Jamor). Estas histórias estão por todo o país certamente, da terra mais pequena à capital de distrito ou do país. É muito bom ver a justiça a funcionar célere. Quatro anos quando um recurso a meio fez voltar o processo ao início. O recurso de Isaltino fez suspender a sentença. Esperamos todos- Manuela Ferreia Leite em primeiro lugar como candidata ao lugar cimeiro do governo - que os recursos não sirvam, como serviram a Leonor Beleza, para estragar mais ainda o país. Isaltino preso é o prenúncio do fim da crise.

20 julho 2009

Eleições para Lisboa

Quem é que fingiu ter recuperado milhares de casas devolutas em Lisboa? Pinturas de fachada com tudo lá dentro podre (sim, uma delas vi, rua da Madalena, edifício da câmara com buracos no chão, vigas do telhado a cair, escadas em colapso) mas com a pintura de fachada a brilhar (o aspecto da cidade também conta mas pintar um edifício podre, fotografá-lo e colocá-lo no site da câmara municipal a dizer: já recuperámos não sei quantas casas em Lisboa?).


Quem é que espalhou mega cartazes na cidade a dizer: Aqui vai nascer um projecto de... Renzo Piano ou whatever who?


Quem é que encerrou a Feira Popular?

18 julho 2009

Maria João Pires


"De repente um pouco por toda a parte os comentários são unânimes em como afinal ela não é assim tão boa pianista.
Este é o país que não tem uma companhia de ópera e não dá pela falta dela!!! Estas são as pessoas que não têm uma orquestra por capital de distrito e não contestam!!! Este é o povo que assiste (não assiste, porque não vai lá — ainda por cima!) à Companhia Nacional de Bailado a dançar ao som de uma gravação, porque não há uma orquestra dedicada à CNB e em vez de se revoltarem contra isso, ainda acham que a Cultura tem dinheiro a mais!
Ora neste país de melómanos, de onde aparecem repentinamente todos estes críticos altamente informados e com capacidade atestada para comentar o valor da Maria João Pires enquanto pianista? Estes altíssimos musicólogos, muito mais sabedores que qualquer Barenboim que — pobre ignorante — continua a admirá-la e a querer e gostar de trabalhar com ela?!
Fica o vídeo: para que não voltem a comentar sem ter tido a oportunidade de a ouvir pelo menos uma vez. Já agora, os ignorantes deste vídeo, que insistem em trabalhar com tão terrível pianista — o que se confirma na audição — são Pierre Boulez e a Filarmónica de Berlim, que não vou apresentar, uma vez que qualquer coisa que eu possa dizer ficará certamente muito aquém do que a maioria dos tão bem informados melómanos-comentadores sabem! Disparem à vontade, que eu aposto que o Wolfgang estará regaladinho se puder ouvir o seu concerto assim."
Escreve a Helena Romão aqui

16 julho 2009

Miguel Vale o que Vale Almeida

Diz o antropólogo que o Sócrates tem um estilo próprio sem obedecer a um guião estético ou a um foclore de referências específico. Talvez fosse acertado que consultasse os seus colegas especializados em matérias de folclore.
De resto nada do que é dito contraria os textos ou o pensamento a que Miguel Vale de Almeida habituou os leitores do seu blogue.

Cultura para e não de todos

Para seguir eventos gratuitos em Lisboa neste blogue.

05 julho 2009

Museu de Arte Popular

Há algo de muito interessante a acontecer, um grupo de cidadãos envolvendo-se para salvar, resgatar, requalificar o Museu de Arte Popular. A imensa dificuldade em lidar com este legado (a visão infantilizada de Povo que era aqui apresentada pelo Estado Novo, visão que servia na perfeição a ideia do povo pobre mas honrado, feliz nas suas tarefas do campo), a mudança da etnologia para o respetivo Museu Nacional no Restelo (edifício igualmente fantástico) com o seu enorme espólio fizeram deste museu (o edifício e o espólio) um fantasma que se tem mantido e reservado à incúria e ao abandono nas últimas décadas, para pobreza e infelicidade de todos nós.
Está em curso uma petição e foi criado este blogue para que não só a memória do artesanato e das práticas quase sempre sem registo escrito possa sobrevir mas para que, os lisboetas, as pessoas, possam decidir da vida da sua cidade (aqui dos equipamentos culturais mais permanentes).

02 julho 2009

Para continuarmos a comer bacalhau


Há escolhas de consumo que a maioria de nós não pode fazer. Mas é fácil deixar de comprar peixe no Pingo Doce e no Feira Nova enquanto não cumprirem requisitos de pesca sustentável. Não compre peixe no sítio do costume, obrigada Greenpeace.

28 junho 2009

Rodrigo Leão


Há autores que, apesar de não fazerem nada de realmente original há quase 20 anos, têm toda a imprensa com eles, ou porque convidam estrelas da música internacional para abrilhantar o cd ou/e porque aprenderam a dominar a máquina mediata e vazia da comunicação espectáculo.

21 junho 2009

Che Guevara dois filmes piores que um

Estive a ver os filmes sobre o Che Guevara filmados ao estilo da série 24 por Steven Soderbergh. Um gangue de narcotráfico perdido na selva seria igualmente empolgante... Estes dois filmes conseguem fazer da Revolução Cubana e da guerrilha treinada por Che Guevara nas montanhas bolivianas durante um ano algo de terrivelmente chato e desafeiçoado. Apesar da vida-como-ela-é ser, com frequência, no quotidiano enquanto acontece, bastante diferente das fantasias à volta de acções plenas de significado histórico e mitológico, o merchandising não é suficiente para vulgarizar ou banalizar alguém com a envergadura do argentino Guevara. Alguém que justamente, tendo filhos e uma vida relativamente tranquila por que esperar, passa um ano no meio de uma selva com fome e sacrifícios, arriscando a vida e acabando por perdê-la num processo que dificilmente chegaremos a perceber terá perdido por dificuldade de noção ou visão política ou se foi traído -pelo abandono dos apoios-e deixado à sua sorte. Benitio del Toro, belíssimo, com a ingrata tarefa de representar uma das pessoas com a imagem mais mediatizada do planeta, é firme, talvez lhe falte o sorriso e o sonho, como faltam nos dois filmes, que ficam tão desapaixonadamente aquém. O desfecho da guerrilha de Ghe faz-me acordar para a frase sobre o comunismo e a juventude do mundo. Não no sentido ontológico do mundo, como se fosse começar de novo, uma nova cronologia a.C. e d.C., mas que o comunismo é, em tempos históricos, muito jovem. Apesar de ser tão antiga como a história dos homens, o homem predador do homem e o homem lutando contra as suas circunstâncias e contra os seus predadores. De forma consequente, coordenada, ideológica e eficaz, esta história tem pouco mais de 150 anos. Estamos no princípio.

05 junho 2009

Eleições Europeias: derrotar o real

Acho que se deve votar. O voto branco, nulo e a abstenção são ignorados pelo sistema político. O voto será sempre uma escolha relativa, táctica, prática. Se excluirmos 25% de cidadãos bafejados pela graça, a imensa maioria não se identifica com nenhum programa, líder ou sub-líder, para andar por aí em comícios ou arruadas. Deixo de lado a fauna abjecta dos directores gerais e esposas, assessores, pequenos e médios autarcas e famílias, directores de hospitais e de agrupamentos de centros de saúde, administradores delegados filhos e filhas, brochistas e esposas. Essa gente é o esteio do regime. Vive da tença. O seu entusiasmo é proporcional às ajudas de custo. Organizam-se em sociedades discretas onde tratam dos valores e da sua reprodução. Deviam ser ignorados pelas pessoas de bem.
Deixo de lado os excursionistas, os pobres de espírito, o exército de reserva, os que fazem fila para um lugar na plateia e batem palmas, sorriem, dizem ohhhh de espanto a mando dos cartazes.
Deixo de lado os rapazes de família que vêem na chatice das tarefas partidárias a tarimba para um futuro radioso.
Deixo de lado os convictos. Os militantes dos partidos minoritários. Eu tive a fé deles e a doença deles.
Mas se excluirmos os pulhas, os excursionistas e os convictos que alimentam o espectáculo do regime, o que resta é a multidão que os suporta com indulgência e agora, ao que parece, se prepara para abster.
Como tomar banho na praia, beber um copo ou dormir são actos insignificantes, é preferível a insignificância do nosso voto. Um voto contra Sócrates, que representa o pior dos últimos trinta e cinco anos: inscreveu-se no PS porque se enganou na porta, assinou projectos que simbolizam a degradação imobiliária do país interior, transformou o PS no partido dos Coelhos e dos Varas, dos Campos e dos Vitais, esteve na trapalhada do Freeport, na entrega do CCB, criou a dona Lurdes e a dona Ana, privatizou o ar e nacionalizou o BPN, foi elogiado ad nausea pelo dr. Dias Loureiro. Aos socialistas que votam nessa sêxtupla de pesadelo que assombra as rotundas da pátria- Campos e Estrela, Gomes e Estrela, Capoulas e Estrela, Vital e Estrela, Elisa e Estrela – devíamos dizer: jamais esqueceremos
Assino por baixo do Luís em a Natureza do Mal

28 maio 2009

Cineclima em Almada hoje à noite


Mostra de filmes sobre Alterações Climáticas
SPOTS PUBLICITÁRIOS, DOCUMENTÁRIOS, ANIMAÇÕES
Cineclima – Mostra de filmes sobre Alterações Climáticas
Como evento paralelo aberto à comunidade, decorre no Auditório Lopes Graça, Fórum Municipal Romeu Correia, na noite de dia 28 de Maio, véspera do Dia Nacional da Energia, uma mostra de filmes que versam o tema doaquecimento global e das Alterações Climáticas que afectam o Planeta.
Esta exibição engloba documentários, filmes de animação e spots publicitários sobre estas temáticas,
procurando informar e sensibilizar para a importância do papel de cada um na resolução deste problema
global. Esperam-se algumas novidades mundiais, designadamente o recém estreado “The Age of Stupid” de Franny Armstrong que é exibido pela primeira vez em Portugal, bem como um documentário inédito sobre o trabalho que cientistas Portugueses realizam actualmente na Antártida estudando a espessura da camada de gelo polar.

ALINHAMENTO DA SESSÃO:
Spots Publicitários; 9’ – (VÁRIOS) (INGLÊS)
Filmes publicitários, cheios de acção, dramatismo e por vezes forte ironia, que não deixam ninguém indiferente ao problema das
Alterações Climáticas.
“Condomínio da Terra”; 1’ – (VERSÃO PORTUGUESA, 2009) (PORTUGUÊS)
Silvia Alberto dá a cara pelo “Condomínio da Terra” e apela ao Compromisso de Gaia. Com a chancela da Quercus.
“As Alterações Climáticas”; 3’ – (PORTUGAL, 2006) (PORTUGUÊS, com legendagem em INGLÊS)
Crianças de Almada explicam aos crescidos os problemas das Alterações Climáticas.
“La maison en petit cubes”; 15’ – (JAPÃO, 2008) (SEM DIÁLOGOS)
Um Homem vai adicionando pisos à sua casa à medida que o nível das águas sobe. Premiado com um Óscar, esta animação de
Kunio Katô não deixa ninguém indiferente.
Spots de Animação “Animals Save the Planet”; 3’ – (REINO UNIDO, 2008) (INGLÊS) Pequenos e divertidos filmes de animação onde
animais personificam acções que os humanos devem adoptar para combater as alterações climáticas.
Permafrost! Ciência Polar a 62’S; 14’ – (PORTUGAL, 2009) (PORTUGUÊS com legendagem em INGLÊS)
Uma equipa de cientistas portugueses estuda a camada de solo gelado na Antártida – o permafrost. Um impressionante testemunho da contribuição da investigação portuguesa para o conhecimento que o Mundo tem das Alterações Climáticas. Emestreia absoluta.
“The Age of Stupid”; 92’ – (REINO UNIDO, 2009) (INGLÊS, legendagem em PORTUGUÊS a confirmar)
Em 2055, um Homem num Mundo devastado pelas Alterações Climáticas recorda variadas provas que, em 2007, mostravam que
algo poderia ter sido feito. Pergunta-se a si próprio, porque é que não se alterou o rumo das coisas quando ainda erapossível?
Um drama recém-estreado no Reino Unido que chega a Portugal através do CINECLIMA de Almada.

FÓRUM ROMEU CORREIA, ALMADA, DIA 28 DE MAIO 2009, 21.30H
ENTRADA: 3.00EUR. REDUÇÃO DE 50% PARA ESTUDANTES E REFORMADOS

26 maio 2009

Arquivo Universal

A Condição do Documento e a Utopia Fotográfica Moderna

Menos de dois meses foi o tempo da melhor exposição que passou pelo Museu Berardo e nos últimos tempos, certamente, por Lisboa. 1000 imagens num mundo em que levámos a imagem à saturação não é tarefa fácil. E não é a quantidade que justifica o arrojo e a ambição deste projecto. A quantidade está lá como condição necessária para tentar o balanço da história da fotografia em 150 anos. A fotografia enquanto documento. De que forma este tipo de documento nos permitiu alterar o olhar sobre o objecto? E como não salvámos o mundo por podermos a partir da imagem verdadeira ( agora objectivada ao limite só ultrapassado com a imagem em movimento) demonstrar, revelar, apontar, concluir.

Jorge Ribalta é o comissário da exposição organizada pelo Museu d`Art Contemporani de Barcelona (MACBA). Uma exposição que devia ficar, nalgum sítio em qualquer parte do mundo, mas ficar.

14 maio 2009

11 maio 2009

V
Eu aqui a ouvir
falar de ondas
e portos e regimes
dissipatórios e reflexivos
Eu aqui a falar
da erosão costeira
e tão longe da praia
tão londe da quimera
que me fez chegar
ao sonho primordial.
Ao som do pássaro
o som da tua pele
o brilho das escamas de prata
sob a minha voz.

25 abril 2009

35 anos



Ergue-te ao sol do verão

Somos nós os teus cantores

Da matinal canção

Ouvem-se já os rumores

20 abril 2009

Genial


Cristina Branco transforma em ouro quase tudo quanto canta. Até o Rui Veloso e o Carlos Tê conseguem ser menos maus na sua voz. Não precisava de ter ido a tanta gente tão diferente de uma só vez. Mas o resultado, ao vivo, para já, é inexcedível.
Ao décimo disco não é possível mais esconder esta paixão.

07 abril 2009

A História das Coisas


Tirando o discurso sobre o governo estar lá para cuidar de nós, ideia que mina a possibilidade do governo das coisas nas mãos das pessoas - e esta devia guiar qualquer projecto de democracria - subscreve-se tudo o resto, aplaude-se a simplicidade e a capacidade de síntese.

31 março 2009

Em Lisboa não há estudantes

Por cá o Sócrates não manda bater em estudantes como o Governo Regional da Catalunha porque não há estudantes em quem bater. Descobri a semana passada que para ter o meu cartão de estudante teria de ir bater ao stand do Santander, com porta aberta para a Av. de Berna e para o interior da faculdade. Se não quiser com a modalidade de cartão multibanco também são eles a providenciar recolhendo orbrigatoriamente os meus dados.
No meu tempo já havia os cartões de estudante da CGD mas sempre como opção. Tinhamos sempre a possibilidade de ter um cartão de estudante passado e timbrado única e exclusivamente pela instituição de ensino. As contas de cada faculdade obrigam aos mais reles negócios. Mas os estudantes parecem não estar muito preocupados. (um colega disse-me que ficou satisfeito porque foi ao balcão do santander e deram-lhe O Expresso e a Visão dessa semana e nem sequer é cliente do banco). Entre um universo de 4507 estudantes desta faculdade votaram 44 alunos (de entre os quais 33 votos válidos) para os órgãos da faculdade. Como era uma lista única terão sido os próprios mais os suplentes.

20 março 2009

Debate entre economistas

A CRISE DO CAPITALISMO E O FUTURO
ECONOMIA DE CASINO OU ECONOMIA SUSTENTÁVEL?

Colóquio com os economistas::: Carlos Gomes:: João Rodrigues:: José Castro Caldas:: Ricardo Paes Mamede
21 de Março Sábado 15h Auditório do Metropolitano de Alto dos Moinhos
(Estação de metro de Alto dos Moinhos, linha azul)


Actualmente, o mundo rico atravessa a crise económica mais grave desde a Grande Depressão, em 1929. Agora, sob a pressão da crise, até mesmo a comunidade financeira mais ortodoxa reclama reformas. No entanto, estas propostas não vão suficientemente longe, uma vez que não tomam em consideração os problemas sistémicos por detrás desta crise.
O que é necessário, no interesse da grande maioria da população, são verdadeiras mudanças em direcção a um outro paradigma, em que a finança seja um instrumento ao serviço da justiça social, da estabilidade económica e do desenvolvimento sustentável. Não podemos aceitar que, nos próximos anos, se regresse ao status quo.
Uma oportunidade histórica foi criada. Dependerá da pressão da opinião pública a sua transformação numa política radicalmente diferente.

13 março 2009

João Mesquita

Coimbra - 3 de Junho de 1957 Lisboa -13 de Março de 2009

Era meu vizinho e por isso tinha oportunidade de lhe lançar olhares de admiração de quando em quando. Que triste e tão triste notícia.