O Lusitano
Gérard Lesne
Ensemble Circa 1500
Dir. Nancy Hadden
Gérard Lesne
Ensemble Circa 1500
Dir. Nancy Hadden
Se nós não investimos e não investigamos a nossa música, há quem o faça e lhe dê o real valor que tem, e que é muito! Aqui está a prova: a nossa música do século XVI.
Estas duas peças trazem-me excelentes recordações da adolescência. Cantei-as várias vezes, com várias formações, e diverti-me sempre!
Esta primeira é de crítica social. Borzeguis, pelo que soube, eram sapatos. E pelos vistos, sapatos pretos era coisa que não se queria na corte.
Não tragais borzeguis pretos
Não tragais borzeguis pretos
Que na corte são defesos
Ora com borzeguis pretos
Não tragais o que defeso
Porque quem trae o vedado
Anda sempre aventurado
A ser avexado e preso
Verenvos andar aceso
Ora em cuydados secretos
Ora com borzeguis pretos
Não tragais borzeguis pretos
Que na corte são defesos
Ora com borzeguis pretos
Porque quem trae o vedado
Anda sempre aventurado
A ser avexado e preso
Creyabos andar aceso
Ora em cuydados secretos
Ora com borzeguis pretos
Não tragais borzeguis pretos
Que na corte são defesos
Ora com borzeguis pretos
E se saber a razão
Deste meu trago quereis
A cor que trago nos pés
Me deu do coração
Porque os meus cuydados
Acesos e mais secretos
Eram a ventura pretos.
Esta segunda explica-se a ela própria...
Estas duas peças trazem-me excelentes recordações da adolescência. Cantei-as várias vezes, com várias formações, e diverti-me sempre!
Esta primeira é de crítica social. Borzeguis, pelo que soube, eram sapatos. E pelos vistos, sapatos pretos era coisa que não se queria na corte.
Não tragais borzeguis pretos
Não tragais borzeguis pretos
Que na corte são defesos
Ora com borzeguis pretos
Não tragais o que defeso
Porque quem trae o vedado
Anda sempre aventurado
A ser avexado e preso
Verenvos andar aceso
Ora em cuydados secretos
Ora com borzeguis pretos
Não tragais borzeguis pretos
Que na corte são defesos
Ora com borzeguis pretos
Porque quem trae o vedado
Anda sempre aventurado
A ser avexado e preso
Creyabos andar aceso
Ora em cuydados secretos
Ora com borzeguis pretos
Não tragais borzeguis pretos
Que na corte são defesos
Ora com borzeguis pretos
E se saber a razão
Deste meu trago quereis
A cor que trago nos pés
Me deu do coração
Porque os meus cuydados
Acesos e mais secretos
Eram a ventura pretos.
Esta segunda explica-se a ela própria...
Puestos estan frente a frente
Puestos estan frente a frente
Los dos valerosos campos,
Une es del Rey Maluco,
Otro de Sebastiano
El Lusitano.
Moço animoso y valiente,
Robusto, determinado,
Aunque de poca experiencia
Y no bien aconsejado,
El Lusitano.
Brama que envistan los moros
Y el exército contrário
Ya se vá llegando cerca
A ellos dize Santiago,
El Lusitano.
Dispara la artelharia,
La nuestra mal disparando
Llueven balas, llueve muerte,
Saetas y mosquetazos.
El Lusitano.
Que por los lados ya todos
Es vanguardia nuestro campo
Y con sangre de los muertos,
Está echo un grande lago.
El Lusitano.
Todo lo anda el buen Rey,
Dando muertes muy gallardo,
La espada tinta de sangre,
Lança rota, sin cavallo.
El Lusitano.
Que el suyo passado el pecho
Ya no puede dar un passo,
A Jorge Dalbiquerque pide
Le dè su rucio rodado.
El Lusitano
Daselo de buena gana,
Y el Rey cavalga de un salto,
Mirale el Rey como jaze,
De espaldas casi espirando.
El Lusitano.
Mas le dize que se salve,
Pues todo es roto en pedaços,
Y el Rey se vá a los moros,
A los moros, Sebastiano,
El Lusitano.
Busca la muerte en dar muertes,
Sebastiano el Lusitano,
Diziendo aora es la hora,
Que un bel morir, tuta la vita honora.
Puestos estan frente a frente
Los dos valerosos campos,
Une es del Rey Maluco,
Otro de Sebastiano
El Lusitano.
Moço animoso y valiente,
Robusto, determinado,
Aunque de poca experiencia
Y no bien aconsejado,
El Lusitano.
Brama que envistan los moros
Y el exército contrário
Ya se vá llegando cerca
A ellos dize Santiago,
El Lusitano.
Dispara la artelharia,
La nuestra mal disparando
Llueven balas, llueve muerte,
Saetas y mosquetazos.
El Lusitano.
Que por los lados ya todos
Es vanguardia nuestro campo
Y con sangre de los muertos,
Está echo un grande lago.
El Lusitano.
Todo lo anda el buen Rey,
Dando muertes muy gallardo,
La espada tinta de sangre,
Lança rota, sin cavallo.
El Lusitano.
Que el suyo passado el pecho
Ya no puede dar un passo,
A Jorge Dalbiquerque pide
Le dè su rucio rodado.
El Lusitano
Daselo de buena gana,
Y el Rey cavalga de un salto,
Mirale el Rey como jaze,
De espaldas casi espirando.
El Lusitano.
Mas le dize que se salve,
Pues todo es roto en pedaços,
Y el Rey se vá a los moros,
A los moros, Sebastiano,
El Lusitano.
Busca la muerte en dar muertes,
Sebastiano el Lusitano,
Diziendo aora es la hora,
Que un bel morir, tuta la vita honora.
2 comentários:
é que se está mesmo a ver uma adolescente a divertir-se a cantar isto
:)
senhor J. felizmente nem todos podemos gostar do mesmo... pena é que o seu comentário apenas revele ignorância e desprezo pela verdadeira Música. Sou também adolescente ouvi pela primeira vez esta música ontem ao vivo e acapela e não consigo deixar de a ouvir. Parabéns ao redactor do blogue que demonstrou que jovens normais como nós podem ter interesses culturais que não os das grandes massas, muitas vezes ( sempre) de qualidade inferior à nossa música medieval.
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