(...)Resumindo o acordo: das quatro mil obras de arte da colecção do empresário, apenas 862 fazem parte do protocolo e passarão a ocupar o centro de exposições do Centro Cultural de Belém (CCB), totalmente cedido a uma nova fundação privada. Esta fundação terá como presidente honorário e vitalício Joe Berardo, que fica com o poder exclusivo de nomear ou destituir o director do futuro museu, que terá o seu nome. O Conselho de Administração é composto por dois membros designados por Berardo, os únicos que podem deliberar a fusão, cisão, dissolução ou transformação da fundação.A nova fundação será subsidiada pelo Estado e os custos inerentes ao funcionamento do museu serão suportados pelo CCB. Este vende os bilhetes, mas o dinheiro é para a fundação. O protocolo prevê o investimento anual do Estado de 500 mil euros para aquisição de novas obras. Custos logísticos, manutenção e recuperação serão a cargo do Estado.Já assinado o protocolo, não se sabe como será o museu, quem o vai dirigir e qual o valor do reportório artístico. Dez anos de negociações com o Estado português, dez reuniões com este Governo, dez anos de acomodato das peças. No final deste período, a colecção pode ou não continuar em Portugal. Se o Estado quiser comprar a colecção, terá de ser, pelo menos, pelo valor a ser determinado por uma leiloeira. Mas Berardo não fica obrigado a vender.Ao abrigo deste acordo, Lisboa dificilmente poderá receber outros grandes certames e inserir-se no circuito internacional de exposições. Já Berardo garantiu que pode continuar a expor pelo mundo fora. (...)
Joana Amaral Dias in DN d`hoje
1 comentário:
O Estado sempre se demitiu no que se refere à cultura. Agora a novidade é que paga para se demitir!
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