13 abril 2006

Axé, moça!

Jorge Amado
Bahia de Todos os Santos


Na verdade já é quinta-feira... isto de estar em casa muda completamente os meus horários rotineiros. É possível que enquanto eu estiver aqui estes posts de dias fixos se atrasem um pouco. Agora vamos ao que interessa!

Há alguns anos, na Feira do Livro, eu tinha como objectivo principal comprar um livro do Jorge Amado. Não tinha lido nada dele e achava impensável não o fazer com toda a urgência. Encontrei este livro "por acidente": eu esperava um romance, primeiro desiludi-me, mas depois voltei a pegar-lhe e já não consegui largá-lo. Também nunca mais deixei de ter a ideia de ir à Bahia. Apaixonei-me por uma cidade num continente onde nunca estive! Parece impossível? Eu também achava...

O Jorge Amado descreve (com aquela escrita dele... parece temperada com especiarias) o que é a Bahia e o que é ser bahiano. Oficialmente a cidade chama-se São Salvador, mas um bahiano a sério chama-lhe Bahia. Como diz o autor, é nas ruas que se diz o nome de uma cidade, e esta é Bahia desde que foi fundada em 1549.
Fala da música, da literatura, da arquitectura, da pintura: a Arte e os artistas da cidade. Mas dos movimentos literários passa ao candomblé e às ruas. As procissões, as festas católicas da Conceição, que é também Iemanjá, dona das águas. E sabe-se depois que Iemanjá viaja na mesma barca que o Senhor dos Navegantes, na procissão marítima deste santo. Fala do Carnaval, dos edifícios e monumentos. É um livro sobre África, Europa, América do Sul: todas as raças, todos os povos e todos os credos.
No fim de uma visita pelos orixás, voltamos aos serões em casa do Jorge Amado e da sua Zélia, ou dos amigos.
E claro, não pode acabar sem um espaço comercial!

Um último conselho do mestre:

"Compre poesia, ela é tão essencial quanto o pão"

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