A ministra da Educação foi escolhida a dedo, undolitá e fica a Maria José Rodrigues. Agora vem dizer e acho que repetir que a culpa do insucesso escolar se deve aos professores. Bem sucedida a pior campanha de difamação da classe profissional de que há memória (nem com a Ferreira Leite!) afinal era preciso preparar a opinião pública para os cortes e ataques a direitos considerados até há pouco tempo invioláveis. Mas já a campanha venceu em quase todas as frentes e a senhora continua, a título desconhecido a fazer considerações da pior espécie. Quem já trabalhou em escolas no ensino público sabe que o insucesso escolar é um problema social grave, problema para o qual docentes têm vindo a chamar a atenção há anos. Entretanto, tanto nos governos ps como nos psd, sairam decretos a facilitar a transição de anos u níveis, como a tentar esconder a vergonha nacional. Mais medidas não se viram ( se considerarmos esta uma medida). Entretanto as escolas hoje podem escolher os seus alunos, sim as escolas públicas escolhem os alunos que entram nos seus estabelecimentos, e existe uma escola secundário do Restelo, por exemplo, com um bom lugar no rankin, que selecciona os alunos pelas notas que trazem de trás. Há aquelas escolas onde há docentes que apesar do ME ter tornado possível essa aberração não limitam a entrada a alunos comportando-se como uma escola pública. Mas se esta escola ou aquela quiser expulsar um aluno porque apontou uma arma a colegas e professores e porque a sua família veio fazer uma espera a alguns professores o ME pode obrigar a escola a aceitar de volta o menino através dos seus serviços regionais. Penso que fica tudo dito em relação à autonomia das escolas.
A escola podia ser um espaço de combate às fortes desigualdades sociais, ou seja podia combater o insucesso escolar, tivesse para isso meios, e estes meios nem serão sempre materiais, provavelmente os mais importantes nem serão este tipo de bens. O mais importante é ter bons profissionais, mas se tivermos uma classe profissional mal tratada continuamente, dois exemplos rápidos: comissões ministeriais para aprovar os manuais! Imagina-se as centenas de pessoas que será preciso contratar para tal trabalho? E se é o professor que conhece a matéria e serve para a ensinar já não serve para escolher o manual que vai usar?! Faz sentido? Faz sentido haver no ME quem receba queixas sobre determinados manuais que possam não cumprir da melhor forma com os currículos (e isso já existe); segundo: pais vão avaliar professores e essa avaliação serve para a sua progressão na carreira! Estes dois pequenos exemplos ilustram bem como não será possível para já haver mais sucesso escolar e como não se prevê para Portugal nenhuma mudança de paradigma (país com menos licenciados, país com menos gente escolarizada....na ue)
Face a isto ainda temos de ouvir a Ministra ir dizendo o que lhe apraz, o que nos vale é que de facto os professores portugueses têm muito mais educação do que a senhora e continuarão o seu trabalho o melhor que forem capazes.
1 comentário:
Depois de toda a difamação que têm feito contra os funcionários públicos em geral e professores em particular, esta agora é só para arrumar de vez, caso ainda sobrasse algum pai/mãe com opinião favorável dos professores.
No fundo, não muda muito.
Os pais que iam conversar com os professores e tentar fazer o melhor pelos filhos, hão-de continuar a fazê-lo.
Os que iam insultar e até agredir os professores, vão continuar, mas agora já de forma legal!!! De qualquer modo, impunes, sempre foram...
"Dividir para reinar", o mote já é antigo. E quando se é profundamente incompetente, é a única forma de se safar.
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