Acompanhei aqui de longe o que se passou hoje em Lisboa, mas se alguém esteve ao vivo, diga alguma coisa.
Sempre foram 100 mil ou não? É que 100 mil já se pode contar em percentagem: 1% da população, um pouco mais se considerarmos só os eleitores! É pouquinho, mas é!
Sr. Sócrates, já sabemos que o seu papel é fingir que não é nada consigo e que este protesto em dia de semana e sem greve declarada até nem tem grande significado. Mas olhe que essa fita já custou as presidenciais a dois coleguinhas seus, e um discurso de retirada do meu ponto de vista bastante divertido: falo de Sarkozy (que se candidata, mas é muito provável que perca) e de Villepin (que chegou a pensar candidatar-se, mas a quem esse discurso arruinou qualquer possibilidade de carreira política nos tempos mais próximos; cumpre o mandato e segue para casa).
Pense lá outra vez antes de reincidir no discurso ridículo do Telejornal...
Sr. Sócrates, já sabemos que o seu papel é fingir que não é nada consigo e que este protesto em dia de semana e sem greve declarada até nem tem grande significado. Mas olhe que essa fita já custou as presidenciais a dois coleguinhas seus, e um discurso de retirada do meu ponto de vista bastante divertido: falo de Sarkozy (que se candidata, mas é muito provável que perca) e de Villepin (que chegou a pensar candidatar-se, mas a quem esse discurso arruinou qualquer possibilidade de carreira política nos tempos mais próximos; cumpre o mandato e segue para casa).
Pense lá outra vez antes de reincidir no discurso ridículo do Telejornal...
2 comentários:
Talvez fossem mesmo 100 mil...talvez não...pouco importa para a questão que gostaria de lhe colocar...considera mesmo que as pessoas que lá estavam querem a demissão deste governo, sendo que, na minha opinião claro, a queda de um governo PS traz um PSD e vice-versa...ou seja, já que a maioria PS foi obtida através da palhaçada que foi Santana Lopes, será que @s manifestantes desejam mesmo a queda do governo...
Há ainda outra hipótese...o que eles querem é este governo, no entanto, com um melhor desempenho e novas políticas/leis mais favoráveis à classe trabalhadora...mas nesse caso, a manif continua a fazer sentido com este tipo de organização e reivindicação?
Resumindo, sendo que não querem governos de direita pois tradicionalmente são pouco favoráveis às classes mais desfavorecidas nem querem este governo pseudo-socialista, então querem o quê?gritar para fingir/esquecer que não decidem nada nem nunca decidiram?mas será que pessoas que fazem parte das gerações que viram Abril de 74 ainda pensam que é possivel participar do processo de decisão das instituições fazendo 3 cruzes em cada 5 anos.
chega de manifs, chega de ilusões, chega de pseudo-democracias, está na hora de mudar as reivindicações reformistas com sindicatos vendidos, que opiniam que 1% de aumento é melhor que nenhum aumento como se na vida só houvessem duas estradas, uma à esquerda outra à direita, felizmente para mim, os guias da Michelin mostram-me que tenho muitos caminhos...
Eu também pensei nisso (em parte) ao escrever o post: saindo um governo PS, seria provavelmente o PSD a ganhar a seguir...
Acho que as pessoas não têm consciência do que podem fazer e da importância do voto (que não é negligenciável) e de outros meios de luta de que dispõem. Uns quererão a queda do governo, outros não...
Mas parece-me claro que há cada vez mais gente que está farta destes "socialistas" e que quer um governo verdadeiramente socialista, o que já não seria mau de todo.
Acho que o pavor de uma esquerda revolucionária ficou implantado nos genes sem qualquer motivo, apenas porque uns tipos engravatados dizem que é perigoso, e que isso impede a maior parte das pessoas de considerar o voto em todos os partidos que se candidatam.
Mas também penso que uma manifestação, uma primeira luta bem sucedida, pode levar as pessoas a perceber que têm mesmo o poder de construir o país que querem. Tem que ser aos poucos, pela educação popular, e sobretudo não pelo desprezo.
Há que considerar que os portugueses nem sequer têm realmente o direito a fazer greve. Está na letra da lei, mas na prática muitos trabalham em regimes precários, outros não podem dar-se ao luxo de perder um dia de salário. Ou seja, há formas de luta que na prática estão negadas a quem tem que alimentar uma família. Quando ninguém depende de nós, se falta jantar alguns dias, paciência; mas quando há crianças metidas não pode faltar a refeição. Ou seja, os caminhos na prática não são assim tantos; são mais do que a manif desorganizada e inconsequente, mas não são infinitos. Não é por acaso que as maiores manifestações, que as maiores lutas vêm dos jovens: são precisamente os que podem agir pelo sonho com muito mais liberdade do que quando se tem crianças a cargo.
Quanto à geração do 25 de Abril, na verdade essa geração é muito reduzida. Cada vez mais me apercebo de que a maior parte das pessoas ficou alheia, continuou a sua vidinha. Nem sequer sabem o que foi, e dizem que o Salazar fez o 25 de Abril e outras barbaridades do género. Os que fizeram e participaram no PREC, muitos acomodaram-se, muitos eram aproveitadores que só querem é estar na mó de cima a todo o instante e com o poder vigente, e que seriam MRPP naquela altura e passaram a PSD ou mesmo CDS agora. Alguns continuam a lutar.
E há mais coisas que se podem fazer. Por exemplo, em França há uma central sindical - SUD- que funciona de forma muito mais transparente, que tem propostas verdadeiramente alternativas, que está representada no Fórum Social. Não há equivalemte em Portugal e podia haver.
Quando foi a luta do CPE, as organizações que convocavam a manifestação tinham um plano de luta a longo prazo. Sabendo que o governo faz o seu papel de dizer umas patacoadas e não ía recuar, partiam para a 1a manif já com reuniões marcadas para a semana/ o dia seguinte, e com datas apontadas para a 2a manif. Se por acaso o governo recuasse, só era preciso desconvocar as reuniões já agendadas. Mas não ficavam à espera da reacção do governo para depois pensarem numa data para uma reunião, onde pensariam se fariam nova manif... processos sempre lentíssimos.
Enviar um comentário