Novo dia útil, novas notícias do governo francês, secundado pela maioria dos media e dos súbditos. Como já aqui disse, o criminoso não descansa nem um dia.
1- as medidas securitárias de quase estado de sítio vão continuar por mais três meses. Na rádio, apenas o presidente de Câmara de Lyon (PS) contesta. Resta lembrar que os últimos grandes distúrbios foram exactamente na place Bellecour em pleno centro de Lyon. Esta lei tem que passar pela Assembleia nacional e pelo Senado, mas dadas as maiorias de direita, isto não é mais do que um pro-forma.
2- é grande a preocupação sobre a imagem negativa que os media estrangeiros estão a passar por todo o Mundo. Foram dadas ordens aos embaixadores franceses para desfazer esse "equívoco", fazendo passar uma imagem de perfeita ordem. Cheira a censura. Tresanda.
Ontem na rádio uma reportagem falava com um francês radicado nos arredores do Porto, que tenta em vão restabelecer a "verdade" sobre os acontecimentos de Paris junto dos seus amigos portugueses. Coitado, não sabe que os seus amigos portugueses, em especial naquela zona do país, sabem na pele como é ser imigrante em França.
3- vão cortar as "aides sociales" às famílias dos implicados nos distúrbios. Ou seja, Rendimento Mínimo Garantido, subsídios de desemprego, etc. Vamos portanto ter fome em plena Île-de-France. Os jornalistas devem ter tido tanta vergonha, que deram a notícia uma vez e nunca mais a repetiram. Na minha volta pelos principais jornais franceses, nem uma palavra. Mas eu ouvi, garanto que ouvi! O argumento do criminoso mor do país, estes pais são co-responsáveis pelos actos dos filhos, por não terem tomado conta deles.
Importa salientar que nas famílias com mais sorte, os pais têm dois empregos (num total de 12 ou 13 horas) cada um para poderem ter comida 30 dias por mês. Outros não têm mais do que o desemprego. Os passes de transporte para as zonas de residência destes bairros custam 68,1€ ou 84,4€ (consoante se respeitam às coroas 3 ou 4). Os tempos de transporte por dia ronda as duas ou três horas.
Só mesmo um grande criminoso retira a última côdea de uma família sem nada.
O apoio ao criminoso cresce de dia para dia. As sondagens dão-lhe cada vez mais carta branca para agir como lhe aprouver. A Assembleia Nacional e o Senado não são mais do que fantoches. A população apoia o crime e torna-se cúmplice. Instalou-se definitivamente no vocabulário dos franceses a diferença entre "français de souche" e "français d'origine maghrébine". Eles dizem que têm um modelo muito diferente do estado-unidense (e não americano; não consta que seja assim no resto da América). Mas alguém me explica a diferença entre isto e as designações "african-american", "native-american", "asian-american", "latin-american", etc?
É irónico, muito irónico, que na França das comemorações dos 60 anos da libertação e do fim do nazismo, a mesmíssima população apoie este apartheid e participe dele activamente nas "pequenas" discriminações monstruosas do dia-a-dia.
Mais uma questão: ONDE ANDA A ATTAC FRANCE nesta querela? Além de um comunicado de meia-dúzia de linhas no site, nada! Nem sequer se juntaram ao apelo da LDH (Liga dos Direitos Humanos), do MRAP e da LCR para uma manifestação no sábado passado!
1- as medidas securitárias de quase estado de sítio vão continuar por mais três meses. Na rádio, apenas o presidente de Câmara de Lyon (PS) contesta. Resta lembrar que os últimos grandes distúrbios foram exactamente na place Bellecour em pleno centro de Lyon. Esta lei tem que passar pela Assembleia nacional e pelo Senado, mas dadas as maiorias de direita, isto não é mais do que um pro-forma.
2- é grande a preocupação sobre a imagem negativa que os media estrangeiros estão a passar por todo o Mundo. Foram dadas ordens aos embaixadores franceses para desfazer esse "equívoco", fazendo passar uma imagem de perfeita ordem. Cheira a censura. Tresanda.
Ontem na rádio uma reportagem falava com um francês radicado nos arredores do Porto, que tenta em vão restabelecer a "verdade" sobre os acontecimentos de Paris junto dos seus amigos portugueses. Coitado, não sabe que os seus amigos portugueses, em especial naquela zona do país, sabem na pele como é ser imigrante em França.
3- vão cortar as "aides sociales" às famílias dos implicados nos distúrbios. Ou seja, Rendimento Mínimo Garantido, subsídios de desemprego, etc. Vamos portanto ter fome em plena Île-de-France. Os jornalistas devem ter tido tanta vergonha, que deram a notícia uma vez e nunca mais a repetiram. Na minha volta pelos principais jornais franceses, nem uma palavra. Mas eu ouvi, garanto que ouvi! O argumento do criminoso mor do país, estes pais são co-responsáveis pelos actos dos filhos, por não terem tomado conta deles.
Importa salientar que nas famílias com mais sorte, os pais têm dois empregos (num total de 12 ou 13 horas) cada um para poderem ter comida 30 dias por mês. Outros não têm mais do que o desemprego. Os passes de transporte para as zonas de residência destes bairros custam 68,1€ ou 84,4€ (consoante se respeitam às coroas 3 ou 4). Os tempos de transporte por dia ronda as duas ou três horas.
Só mesmo um grande criminoso retira a última côdea de uma família sem nada.
O apoio ao criminoso cresce de dia para dia. As sondagens dão-lhe cada vez mais carta branca para agir como lhe aprouver. A Assembleia Nacional e o Senado não são mais do que fantoches. A população apoia o crime e torna-se cúmplice. Instalou-se definitivamente no vocabulário dos franceses a diferença entre "français de souche" e "français d'origine maghrébine". Eles dizem que têm um modelo muito diferente do estado-unidense (e não americano; não consta que seja assim no resto da América). Mas alguém me explica a diferença entre isto e as designações "african-american", "native-american", "asian-american", "latin-american", etc?
É irónico, muito irónico, que na França das comemorações dos 60 anos da libertação e do fim do nazismo, a mesmíssima população apoie este apartheid e participe dele activamente nas "pequenas" discriminações monstruosas do dia-a-dia.
Mais uma questão: ONDE ANDA A ATTAC FRANCE nesta querela? Além de um comunicado de meia-dúzia de linhas no site, nada! Nem sequer se juntaram ao apelo da LDH (Liga dos Direitos Humanos), do MRAP e da LCR para uma manifestação no sábado passado!
Sem comentários:
Enviar um comentário