12 novembro 2005

Fátima

Não é exactamente sobre a procissão de hoje em Lisboa que quero falar. Sinceramente, é-me indiferente.

O que me incomoda é que se juntem milhares e milhares para procissões, para peregrinações tão sofridas, para jogos de futebol, e até para gastar rios de dinheiro a acompanhar equipas de futebol ao estrangeiro, mas não sejam capazas de se juntar para resolver os problemas da vida que têm. Porque é que tanta gente age como se as duas coisas fossem incompatíveis? Como se o Deus em que acreditam quisesse que continuem cada vez mais miseráveis, ou então pedem-lhe que resolva os problemas que têm que ser as pessoas a resolver.

Se o mesmo número de pessoas que hoje encheram as ruas de Lisboa e os estádios do país se juntassem de hoje a uma semana para exigir os salários dignos, o governo tinha mesmo que se mexer.

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