19 agosto 2004

Acção de Formação

A formadora explicava o desenvolvimento de códigos de linguagem específicos em contextos particulares, trocando-se o sentido comummente aceite das palavras por outros, contra as normas da língua:

"- Por exemplo a seguir ao 25 de Abril,...vejo que não há aqui ninguém, ou quase ninguém, que já fosse nascido nessa altura..., havia pessoas que não estavam satisfeitas com as mudanças, pessoas que gostavam era...do 24 de Abril, do fascismo, enfim, eram fascistas! Ora, estas pessoas, que trabalhavam na função pública ou em empresas, que não estavam de acordo com a nova situação, eram pessoas que davam mau ambiente de trabalho, não queriam colaborar, então dizia-se que era necessário sa-ne-ar os locais de trabalho, os escritórios, as empresas, ou seja, no fundo era tirar de lá as pessoas e então dizia-se, er-ra-da-mente, que se estava a sanear essas pessoas. Ora elas não eram saneadas, porque isso não faz sentido, é um erro no uso da língua, o que era saneado era o local de trabalho. O secretário de estado de qualquer coisa era fascista, então dizia-se que ele tinha sido saneado, mas estava errado, o que se tinha era tirado a pessoa do cargo. Estão a ver?"

Depois ainda dizem que o 25 de Abril não valeu a pena...
...e vocês, o que é que acham?

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