4ª FEIRA-DIA 1 - 18H FRENTE À RESIDÊNCIA OFICIAL DO PRIMEIRO MINISTRO
Abaixo-assinado aqui http://www.petitiononline.com/19592c11/
Fátima Bonifácio strikes again. Num artigo publicado hoje no Público, a senhora introduz-nos em alguns aspectos da sua vida enquanto vai desfiando um concentrado de ideias feitas do mais bacoco senso comum luso-pessimista, naquele registo apocalíptico de autoflagelamento colectivo que os intelectuais portugueses tão bem sabem encarnar quando falam para o povo. O problema é que "a Fátima" (é como eles se tratam lá no departamento) é professora universitária de História há 25 anos. Tem não sei quantos livros publicados sobre o nosso século XIX. Podia fazer alguma ideia das suas responsabilidades para lá da sala de aulas e dos arquivos (já que nas salas de aulas da licenciatura ninguém a vê há quase dez anos). Mas não faz. Aliás, isto lembra-me uns textos do Ricardo sobre alguns intelectuais da nossa praça (Filomena Mónica, Fernando Ruivo, Fátima Bonifácio), a estreiteza de vistas de quem se quer posicionar criticamente face a alguma coisa e é incapaz de ir mais longe que a sua mundividência de paróquia, acabando por se constituir a si próprio como medida de todas as coisas. Entre uma bica e um pastel de nata, o artigo diz isto: o ensino em portugal é uma merda e tem piorado, a culpa é "da escola", dos alunos que chegam analfabetos às universidades e das famílias que educam as crianças na preguiça mental. Como argumentação de apoio é referida a experiência de 25 anos de ensino na FCSH da Universidade Nova de Lisboa a alunos cada vez mais ignorantes. A conclusão é óbvia e transparente: não há dinheiro que resolva o problema.
Eu acho que tanta clarividência, tanto estudo das questões, tanta problematização, tanto esforço na busca de soluções só podem merecer um Ministério para Fátima.
Uma coisa é certa, minha querida: Setembro espera por ti nas paredes da faculdade onde não dás aulas há quase dez anos.
"E eu defendo-me um bocadinho do lixo informativo que nos submerge todos os dias. Faz parte da opressão submegir-nos em montes de estímulos absolutamente desnecessários que só têm como função distrair-nos do essencial, ocupar-nos o tempo, a atenção, tirar-nos autonomia crítica."
Visão, 22 Abril 2004
As férias são como o futebol, há quem jogue
e há quem fique na bancada.
Nem de propósito, a primeira das imagens que acabei de linkar era uma das fotografias que a exposição da Relaçon mostrava, o que me levou a consultar o catálogo Magnum em linha e a perceber que as fotografias, com toda a informação necessária incluindo legendas, estão disponíveis no sítio da agência.
Ide até lá e inscrevei-vos, não vos arrependereis.