Continuamos no automóvel, continuamos a trabalhar. Ainda não passa das oito horas, a temperatura se encontra pelos 10 graus centígrados com belo sol e quase sem nenhuma nuvem no céu. Ao encontramos com o Canja que também já se encontra na aventura laboral de todos os dias, peço informações preciosas: Tá tudo? – O notável portuense da gema responde: Tá tudo! Tudo Canja Laranja! Com os outros companheiros de trabalho, não paramos para o cumprimento matutino. A dinâmica do trabalho não dá para tanto. Mas com o Canja,impossível não pararmos.- Até amanhã. – Digo rindo. E qual alma não sorri para o Canja?!O Canja retribui o nosso último cumprimento (separação momentânea. Amanhã nos encontraremos novamente.), sempre da mesma maneira, sorrindo e a acenar com mão: «Canja Laranja!». O cara, o gajo é muito gente boa, Ou! («A gente não faz amigos,reconhece-os». W. Shakespeare.).
Universidade. Uni Ver Sidade.«Ouvia» – por volta dos 10 anos de idade – os estudantes universitários (aqueles que o meu meio ambiente me permitia nesta época ouvir. O que sempre serei sempre grato por estas audições.) apensar o mundo, a tentar avistar as cidades.) Algumas das minhas memórias da saudosa década de 70.O que eu observo (e quem não observa?) é que a grande maioria dos estudantes universitários de hoje em dia, estão, em vez de tentar pensar o mundo, em vez de tentar avistar cidades – ao contrário do bom senso filosófico Socrático -, estão é a tentar enxergar as suas futuras contas bancárias pós-diploma-na-mão. – Desta forma, encontramos uma certa ilustração prosaica: para um poeta andarilh ofrancês (e não só.) - habituado a ler todos os dias -, essa grande maioria dos estudantes é motivo de chacota. Portanto, compreendemos bem o sentimento do «andarilho leitor». Uma competitividade selvagem entre eles que só vendo, Janes Joplin (o Brasil não esquece quando, em 1970, você esteve no Rio de Janeiro. Cantou em um Bordel e foi expulsa do Copacabana Palace. Pois, aqui transmito a saudade que todos nós brasileiros temos de você!)! Janes, temos ou não temos razões para, ao pensar o futuro, coçarmos acabeça?!«A História é a Economia em acção». Karl Marx (Economista, filósofo esocialista alemão). Como é grande a pressão que os estudantesuniversitários sentem hoje em dia…Estudantes universitários que se movimentam, cada vez mais, pressionados nessa especialização medonha (horripilante) – inevitável nos dias que correm? Eis o tema. É que eu (contribuidor financeiro) – Brasil: Número de Contribuinte:Talvez noventa e cinco milhões e tal. Em Portugal, talvez Seis milhõese tal. - sinto que alguma coisa não vai muito bem no mundo académico nesse nosso início de século XXI digital (tocou, foi! Assim como um beijo acelerado, assim como um rápido prazer.): só os dois melhores , vingarão no mundo profissional? E os restantes a depender dos tais contactos pessoais? (Mais um paradoxo: num mundo tão competitivo como o nosso, «cunha» não quer dizer eficiência profissional. Portanto, a empresa que contracta «cunha», está a colocar a vida de sua empresa em risco.). Estudantes universitários sentem que não têm tempo para ler qualquer tipo de literatura que não sejam as das suas especializações (mesmo assim, exclusivamente curricular). É que, julgo, pensar o mundo, tentar enxergar as cidades, requer uma certa dose de audácia. Multidisciplinar (um trabalho multidisciplinar crítico (não ingénuo),diz respeito a inúmeras interacções e interferências, e portanto é sinónimo de complexidade.).Ora, vivemos, mais do que nunca, numa sociedade muito complexa e em evolução-digital (dia-a-dia em «velocidade digital»: Tocou, foi! Comoum beijo rápido e de pouco prazer.). Como pensar o mundo de maneira humanista neste formato académico actual? Como tentar enxergar cidades nesta especialização sem margem para um pensamento académico Multidisciplinaridade Humanista?E agora, meus amigos? Nos amanhãs, serão eles, os estudantes universitários de hoje, que nos governarão; tanto nas questões públicas, como nas questões privadas. Um outro facto curioso que eu acho é que na década de 70, quase que não encontrávamos estudantes com famílias com pouquíssimos recursos financeiros a estudar nas universidades públicas, tanto no Brasil como aqui em Portugal. Agora que celebramos a conquista desta tão antiga e suada reivindicação democrática, as coisas andam desta maneira (estadoletárgico?). Dá o que pensar. Será qual o motivo? Ou não será tanto assim? Estarei a enxergar coisas onde não existe? É um assunto bastante complexo, e tal complexidade só poderá ser respondida,obviamente, com uma certa dose de multidisciplinaridade. O enigma académico torna-se maior, quando observamos alguns professores que só transmitem aos alunos o que decoram (do Imitar do Copiar de maneira simplesmente irracional) durante as suas vidas lectivas não profissionais. Quantos são os professores que passam a metade de suas vidas na escola, na universidade e o grande resto do tempo que lhes restam, em frente da televisão: estes professores quando me encontram, normalmente, perguntam-me imediatamente sobre Literatura. Ora bolas, eu não compreendo necas de nada sobre literatura. O escritor existe para escrever e não para entender de literatura (isso, obviamente não implica que quem estuda literatura não possa escrever.).É na academia que é o local mais indicado para citar diariamente os escritores. Aqui fora, numa mesa de bar, o que devemos citar diariamente é a vida. O escritor não é a vida. O escritor é uma das realizações da vida. E citá-los obsessivamente numa mesa de bar é um fenómeno redutor perante ao que interessa objectivamente, a vida. O mais engraçado, o que tem mais piada nisso tudo para mim é que nunca me perguntaram sobre o F. Capra. O que eu responderia desta maneira:«Estou sempre de acordo com a junção da parte esquerda do cérebro coma sua parte direita: a junção do pensamento filosófico do Ocidente como pensamento filosófico do Oriente».Manifestamente, sabemos quantos excelentes docentes existem por esse mundo, como sabemos também que existem muito bons políticos. Uma coisa directamente ligada à outra: cem porcento de excelentes professores eum mundo menos injusto – uma simples metáfora sobre a importância dos professores em nossas vidas. Efeméride (vem mesmo bem a calhar): a assinalar os 40 anos do Maio de68 (Em Maio de 1968 e também ao longo de todo esse ano, o mundo assistiu a generalização de um levantamento no qual, mais do que os regimes e os governos, eram postos em causa os aparelhos políticos, as formas da vida quotidiana, os sistemas interligados do ensino e do trabalho, o sem-sentido da existência esmagada pela a rotina.),encontro um dos escritos do médico e pensador francês que muito contribuiu para o movimento, Jean Carpentier: «gosto de captar e de gozar imediatamente um olhar, um sorriso, um gesto, uma palavra que ainda não estejam emporcalhados, comercializados pelos cálculos racionais (controlo de si próprio, o «que-hão-de-dizer», a angústia do futuro e o resto… As imposições do sistema sociocultural). O que parte do coração é belo.». Em 1968, cantava-se«We want the wold and we want it now» Jim Morrison. E nos dias de hoje alguns muitos estudantes universitários estão a cantar «Nós queremos dinheiro, agora e sempre!»?Pois é, meus caros. E quem eu venho encontrar em minha vida, aqui no Porto, na Cidade Invicta: O Canja Laranja! Que, sem «especialização» e sem «multidisciplinaridade», vai resolvendo a sua vida sendo umverdadeiro poeta e conseguindo estar muito bem integrado no cotidiano urbano actual. Pois é, naquela mesma via que diz que viver é um estado paradoxal…O aprendiz de escritor:
- Mas Frediz Devaneio, eu sou sua namorada…
- Não. Nós somos grandes amigos e com umas histórias sexuais pelo omeio. Temos que ter consciência que as nossas histórias sexuaispoderão um dia terminar. Mas a nossa estima, nunca.
- Ah é?! Então está tudo acabado entre nós!...
- Pronto! Sou o seu namorado!....
- E sobre aquele teu novo projecto?...- Não se preocupe com isso! Coisa quente, Maria do Carmo, quentíssima,quentíssima mesmo, Maria do Carmo! Coisa grande, coisa de gente grande, Maria do Carmo! Desta vez, vai! Estou mais do que muito confiante desta vez, não vai falhar, deixa comigo! Realidade de 500,550 mil libras! É mesmo um colosso de projecto! Nunca tive um projecto tão bom em minha vida e olha que bons projectos é coisa que não faltanesta minha vida de músico e escritor azarado…
- Hum…
- Não? Você vai ver! Essa nossa jantarada de 5,50 com o vinho e o café já incluído, logo logo, vai acabar, Maria do Carmo! Coisa quente mesmo, tou falando, projectão internacional! Daqueles de Multinacional na história e tudo mais....
- Hum…
- Pronto! Se não der 500, 450… sei lá, uns cinquenta mil vai, isso eu garanto garantido! Daí, já vou ter mais tempo em pensar em um outroprojectão!...
- Hum…
- Cinco, quatro mil?!...- Hum…- Mil euros?!
- Hum…- 150 euritos e não falamos mais nisso?!
Nós que nascemos no Ocidente, somos de uma maneira ou de outra(aspecto cultural), não tem volta a dar, cristãos. A cultura está aí todos os dias e ai de quem andar pelado pela a rua! Eu que já fui índio um dia, digo-te, meu: Andar pelado, nu com a mão no bolso pelas ruas desse mundão, hospital psiquiátrico! Ah, mas na hora! É um tal de preconceito, aversão a índio que só vendo. Ah pois é, mas não sou bobo, não! Sei que xenofobia dá processo.Portanto, quero ser indemnizado pela a nossa cultura! 500 mil libras e estamos conversados.
Frederico Patasca
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