A escola pública formou a geração da Ministra da Educação bem como as gerações que sairam ontem à rua demonstrando que, apesar da Educação no nosso país não ter tido um único plano continuado nos últimos 3o anos (para além da sua universalização aos níveis do básico e o alargamento do ensino obrigatóro) e ter sido constantemente sovada com reformas e mais reformas sem que houvesse o discernimento de avaliar o seu resultado, ela não deixa de ser, perante o país das desigualdades profundas que galopam as últimas décadas, para além do mais importante esteio da democracia, uma sobrevivente vitoriosa. E não seria possível não fossem os professores. A classe profissional mais heterogénea, onde se encontram todas as áreas de formação, que se relaciona diariamente com aquilo que constitui o conjunto social do país. Não existe nenhuma realidade semelhante.
E quando, ontem, ao ouvir a Ministra falar em soluções fáceis, em soluções difíceis, em soluções soluções soluções, não consegui deslindar (nem ontem nem antes) qual é o problema ou os problemas que, no entender da Ministra reclamam soluções. Escapou a este governo-como pode ter escapado ao partido do governo que se debate na vida política há mais de 3o anos?- que as soluções se encontram depois dos problemas e não há ninguém no país que tenha maior património de reflexão sobre os problemas da escola pública do que os professores.
Isto é tão evidente como evidente é hoje que, com ou sem Ministra, as "reformas" impostas estão já a caminho do eco-ponto azul mais perto da escola.
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