Hoje tinha que ser, não podia passar mais tempo: o eterno Eça, e Lisboa.
Ora, acontece que eu tinha lido a Tragédia há pouco tempo, quando entrei na ESML. A Rua das Flores passou a ser local de passagem diário. E que rua! O movimento fica ao lado, na Rua do Alecrim (estes nomes de ruas, não são lindíssimos?). Ainda hoje me delicio a descer a Rua das Flores ao fim da tarde. Junto ao Camões vê-se apenas o casario, as varandas desalinhadas na descida, algumas (poucas, é pena) flores a enfeitar os gradeamentos, os candeeiros.
Depois, numa ligeira curva, o Tejo vai aparecendo ao fundo, lá em baixo.
Todos os dias, quando lá passava quotidianamente, eu olhava para as varandas a ver se adivinhava, mas todas as outras ruas do bairro mudaram de nome entretanto, e era impossível localizar a casa propriamente dita.
Voltei ao livro. E voltei a gostar, voltei a ver toda a história desenrolar-se e a mesma Lisboa. O amor que ele tinha pela cidade e o carinho com que a descreve são maravilhosos. E a ironia na descrição dos figurões que já na altura se passeavam no Chiado!
Bom, mas eu continuava sem saber qual era o prédio, até que consultei o Dicionário de Eça de Queiroz, da Caminho. A casa da Genoveva é uma das quatro que ficam no cruzamento com a actual Rua do Ataíde. Tudo se passa naquela esquina.
Mas a história é inspirada num caso verdadeiro passado um pouco mais acima, num palacete do Largo Barão de Quintela, onde está a estátua do autor por entre as musas.
Ora, acontece que eu tinha lido a Tragédia há pouco tempo, quando entrei na ESML. A Rua das Flores passou a ser local de passagem diário. E que rua! O movimento fica ao lado, na Rua do Alecrim (estes nomes de ruas, não são lindíssimos?). Ainda hoje me delicio a descer a Rua das Flores ao fim da tarde. Junto ao Camões vê-se apenas o casario, as varandas desalinhadas na descida, algumas (poucas, é pena) flores a enfeitar os gradeamentos, os candeeiros.
Depois, numa ligeira curva, o Tejo vai aparecendo ao fundo, lá em baixo.
Todos os dias, quando lá passava quotidianamente, eu olhava para as varandas a ver se adivinhava, mas todas as outras ruas do bairro mudaram de nome entretanto, e era impossível localizar a casa propriamente dita.
Voltei ao livro. E voltei a gostar, voltei a ver toda a história desenrolar-se e a mesma Lisboa. O amor que ele tinha pela cidade e o carinho com que a descreve são maravilhosos. E a ironia na descrição dos figurões que já na altura se passeavam no Chiado!
Bom, mas eu continuava sem saber qual era o prédio, até que consultei o Dicionário de Eça de Queiroz, da Caminho. A casa da Genoveva é uma das quatro que ficam no cruzamento com a actual Rua do Ataíde. Tudo se passa naquela esquina.
Mas a história é inspirada num caso verdadeiro passado um pouco mais acima, num palacete do Largo Barão de Quintela, onde está a estátua do autor por entre as musas.
Voltar ao Eça, a este ou outro livro, é perceber como se vivia no Séc. XIX, e Lisboa amada, com o Tejo ao fundo...
7 comentários:
Obrigada pelo apontamento, desconhecia a casa.
Gosto muito de Eça,obrigado.
Estou a ler o Mandarim, neste momento, por algum motivo nunca o tinha lido, e confirmo: Falar do Eça é mesmo inevitavel.
Confesso que ainda não li este livro, mas gosto bastante de Eça e das suas descrições...
Interessante essa coisa de visitar os espaços físicos (e alguns mundos humanos, apesar do tempo que passou) protagonistas nos livros. Já quando li os Maias também senti a curiosidade de conhecer as casas que ele descreve e que existem (existiam?) mesmo.
É engraçado esse post e surpreende-me a escolha, embora te refiras à rua e tudo isso.. Eu li quase todos ou mesmo todos os seus livros e acho curioso que se escoha a tragédia da Rua das Flores em vez dos Maias. Sem pretensões literárias é como escolher entre uma obra em bruto e uma obra acabada. Do que li e aprendi o incesto materno da tragédia da R. das Flores foi transformado, nos Maias, em incesto de dois irmãos; o romance é diferente mas os Maias são um livro "melhor", de que gosto muito. No meu blog fiz um post já há bastante tempo sobre a estátua do Eça....a estátua de pedra e a de bronze pois a de pedra está em bocados e exibe um símbolo anarquista nas mamas-podes ver a foto das duas no post) (a de pedra estava no museu da cidade, penso que ainda lá está.). quem era a mulher etc. Se quiseres espreita.
Confesso que tenho vontade de explorar com atenção as semelhanças e as diferenças entre ambos.
merdinhas, a escolha teve a ver com o facto de eu conhecer melhor a Tragédia. Só li os Maias uma vez (por enquanto), e a Tragédia, como disse, duas. Além disso, há uma ligação afectiva por causa da rua e de ter lá passado quase diariamente durante 5 anos.
Não é só uma questão literária, nem eu tenho conhecimentos para fazer uma avaliação crítica. Sou "só" leitora, não sei mais de literatura do que ler e apreciar. E os Maias seria a escolha óbvia... já deve haver dezenas de posts sobre os Maias...
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