19 julho 2006

Pela primeira vez

estou de acordo com (quase tudo ) o que o Luís Delgado escreveu na 2ª feira no DN. (sobre as razões para o sucesso do modelo Sócrates como primeiro ministro)

13 comentários:

Rita Oliveira Dias disse...

Bolas, não li...pode ter sido a minha oportunidade perdida para concordar tambem com ele.Ouve lá vocês não comentam os comentários...que chatas!
B rita

J. disse...

só por falta de tempo mesmo mas lá irei lá irei

Ant.º das Neves Castanho disse...

Sócrates concita tanta oposição desesperada quanto ódios de estimação. E não deixa de ser curioso ver pessoas de "esquerda" rejubilarem com os sibilinos (e venenosos) ataques da Direita a Sócrates. Por mim até acho graça: é sinal de que lhes está a doer...

Mas cuidado, "camaradas", não vão um dia, toldados pela vossa cegueira complexada, perder-se de todo nesta "salada russa" mal temperada anti-P. S....

J. disse...

Camarada sem aspas Castanho (as aspas são usadas quando não encontramos a palavra certa para usar):

Quase tudo o que o Luís Delgado diz é verdade, só hesito em pensar que esta táctica-maketing esteja a resultar. Acho que resulta em não resultar, acho que quase ninguém quer saber realmente do Sócrates, do Durão ou do Blair, acho que a maioria dos portugueses já perceberam como perceberam os amigos brasileiros com o Lula, que eles também sabem que nada podem nem vão fazer. Ser o Luís Delgado a dizer isto ou qualquer outro é-me relativamente indiferente, ressalvando que ele nunca faria a mesma crítica à sua clique. Nunca fez este tipo de análise ao Santana Lopes, seu correlegionário.Mas isso não é preciso o camarada Castanho vir dizer-nos. O Sócrates está bem mais perto do Luís Delgado e dessa salada russa que refere do que próximo da normalmente designada esquerda-mesmo se resta alguma no ps

Ant.º das Neves Castanho disse...

Car@ J., a "normalmente designada esquerda" (as aspas não são por não encontrar a expressão certa, mas apenas por @ estar a citar...), "mesma se resta alguma no P. S.", já não existe no Mundo real.

O que existe, estejam próximos ou não, são dois paradigmas diferentes e que conduzem a Mundos diferentes: podemos simplificadamente designá-los pelo do Luís Delgado e o do Sócrates.

Se @ car@ J. se abstém de optar entre eles e prefere ficar a pairar na normalmente designada esquerda muito bem, é lá consigo.

Se não precisa de que eu lhe diga isto, não leia. Mas para quem lê um "blogue", que é de acesso livre, talvez seja bom descobrir alguma polémica, para não se caír na opinião única. Não concorda?

J. disse...

Castanho
Concordo.
Se, de uma forma muito genérica, encontrar dois paradigmas diferentes que conduzirão a dois mundos diferentes, que subscrevo genericamente com as devidas e múltiplas nuances que vão do mal ou bem e vice-versa, então é claro e óbvio que o Sócrates e o Luís Delgado se encontram do mesmo lado da barricada, no mesmo paradigma. Com as nuances que quiser.

Helena Romão disse...

Olhem, eu ñao leio nada do Luís Delgado há séculos... o meu tempo é demasiado curto para andar a perdê-lo assim. E assim como assim já aturei o César das Neves dois anos: deu para expiar os meus pecados, não?

De qualquer modo, a única diferença que vejo entre o Sócrates e o Santana é que o Santana é mesmo muito pouco inteligente (eu hoje até estou simpática) e nem percebe metade das baboseiras que diz e faz e que outros lhe dizem para dizer e fazer. De resto, muito circo, muitas louras, casinos, discotecas, carros, luxos.
O Sócrates sabe bem o que faz e o que fazem os ministros dele.

Quanto a paradigmas, ver o mundo a dois é pobre. Há muitos mais. Há muitas esquerdas e muitas direitas. Centros, parecem-me sempre uma desculpa para ficar bem com todos, mas essas pessoas no fundo têm as suas ideias e opções. O que existe, claro, são pessoas que em certos assuntos têm ideias mais "de esquerda" e noutros mais "de direita". Aliás, todos somos um pouco assim.

Quanto a proximidades, não vejo nas medidas tomadas diferenças substanciais entre os governos de Durão e Santana e o de Sócrates. Tudo quanto snao questões de Saúde, Ensino, Função Pública, etc, estão na mesma. A Economia não melhorou, a não ser os sinais da bolsa e a remuneração do capital. Trabalho, produção, bens, está tudo mal. Basta perguntar nas lojas (de roupa, por exemplo): vão à Zara ou à R. dos. Fanqueiros e todos vos vão dizer que a crise se nota muito. Mas pergunte-se nas lojas da Av. da Liberdade e fica a saber-se que o negócio cresce animadamente. O mesmo para carros, casas, etc.

Aliás, acho o Sócrates mais próximo destes dois do que do próprio Guterres!

Só uma nota positiva: parece haver menos incêndios e menos extensos este ano, mesmo com calor; imagino que também devido a medidas de prevenção, porque os pirómanos não devem ter desaparecido de repente.

Ant.º das Neves Castanho disse...

Helena Romão e J.: estamos com um grave problema de comunicação!

Ou talvez melhor, de perspectiva. E daí resulta que as linguagens estejam desfasadas.

Para não perdermos muito tempo (e encerrarmos esta discussão?): a "barricada" de que falamos não é a mesma. Na minha barricada, a que resulta da minha própria análise, os conceitos eternos de esquerda e direita continuam a opor-se, mas actualizaram os seus contornos (para já não mergulharmos na substância). Nessa barricada, que quanto a mim é a única que interessa, porque é a única real, o Sócrates está de um lado e o Luís Delgado está do outro.

Noutras barricadas, que já só fazem parte da História, poderiam estar lado a lado, que isso é profundamente irrelevante.

Perceber (ou não) isto conduz a diferentes paradigmas de esquerda e direita, um vivo e evolutivo, o outro fixo e por isso morto e enterrado.

Mas a cada um a sua escolha: quem quiser travar ainda hoje as batalhas dos séculos passados terá toda a minha compreensão enquanto romântico, mas não a minha adesão enquanto racionalista...

J. disse...

Castanho

Ideias romãnticas foram as que colocaram o ps no governo pensando, como sempre, que estes tipos, ao menos, iriam distribuir uns subsídios para a cultura, apoiar mais a investigação, mais instituições de apoio social e tal. Despenalização do aborto onde está? Essa sim é fracturante. Mas olha, como fez o Mário Soares em idos de 70 : o socialismo foi para cá chegar. O Castanho devia talvez ir ler o programa com que o actual governo foi eleito, talvez revêr até alguns discursos para percber como estamos perante uma maior fraude que a direita de Santana ou do Luís Delgado (com aquele ao menos ríamo-nos). Essa direita mostrou bem ao que vinha, mais honestos portanto que estes amigos de barricada.
Acreditar que o Sócrates se encontra num campo oposto ao de Luís Delgado isso sim é romântico, ingénuo e isso foi o que os portugueses andaram a fazer nos últimos 30 anos com a miséria que se conhece.
No fundamental basta olhar para o que de essencial fez este governo nos 2 anos de mandato:
1.aumento dos lucros dos bancos em 30% e aumentos da Galp em 10 a 15%-aumento da gasolina e das prestações da casa para todos;
2. Aumento da energia e perspectivas de privatização do sector;
3. Aumento da idade da reforma e o mais violento corte aos direitos dos trabalhadores da administração (com consequente deriva aos trabalhadores no privado);
4. Descrédito do sistema de ensino público para implementar em força o ensino privado com o correspondente subsídio do Estado-o psd começou a tarefa nas faculdades nas a mama já não dá para todos.
5.desregulação no sistema de saúde com aumento de taxas moderadoras e as especialidades continuam a pagar-se a peso de ouro;
6. arquivamento do caso sobreiros nas Lezírias do Tejo; do apito dourado, etc.
7. Simplex show off sem nada por trás que lhe dê conteúdo para lá da simplificação em fazer uma empresa na hora;
8. Encerramento de maternidades e escolas no interior do país (já tinham sido as estações dos ctt) para promover a desertificação;
9. anúncio do fim de alguns direitos dos deputados e eleitos, como o período de mandatos e o valor das reformas-para darem o exemplo e depois não houve quorum no parlamento para aprovar...
10. podemos continuar Castanho e há-de demonstrar onde é que tudo isto se encaixa em algum paradigma diverso do que defende Luís Delgado.

O futuro morto é o que representa o paradigma sócrates, blair, o que quiser. Mas a.castanho ainda vai a tempo de abrir os olhos

Helena Romão disse...

Castanho, quando explicas que "Perceber (ou não) isto conduz a diferentes paradigmas de esquerda e direita, um vivo e evolutivo, o outro fixo e por isso morto e enterrado.", queres dizer que quem não pensa como tu é burro e tem a cabeça enfiada na areia?

É mesmo isto que queres dizer?
Só para eu perceber... ou tirar as dúvidas, pelo menos.

Ant.º das Neves Castanho disse...

J.:

penso que não ando de olhos fechados. Antes pelo contrário: vejo as coisas para além das aparências. Mas de qualquer obrigado pelos votos simpáticos...

Helena Romão:

quem não pensa como eu tem apenas uma opinião diferente. O que pode acontecer por muitas e variadas razões, que não me cumpre esclarecer, entre elas ter critérios de valor diferentes, ou ter informação distinta.

Posso garantir-te que a estupidez ou a indiferença não têm nada a ver com diferenças de opinião: haverá certamente muitos burros e muitos desinteressados que, se um dia se puserem a pensar, podem concluir o mesmo do que eu.

É assim como o gosto: o importante não é o que se tem, mas saber porque se tem (ou não).

Esclareci-te as dúvidas?

Ant.º das Neves Castanho disse...

(...) de qualquer modo obrigado pelos votos (...)

J. disse...

esqueci-m de referir o aumento do iva p 21%, um imposto cego poruqe penaliza toda a gente por igual, principalmente quem já se encontra penalizado; medida de esquerda?

Claro como a água que o Castanho não ia dizer em que é que o Sócrates difere de Luís Delgado....sobre a matéria de facto nada...só cuspo p o ar