03 outubro 2004

Sarrabulho



Ia pelo norte em romaria laica com o estômago apertado pela imagem de um sarrabulho limiano a fumegar, cheio de sangue cozidinho. O que não sabia era que a cidade fecha para férias depois das Feiras Novas. O desconhecimento da lei não aproveita a ninguém, estava farto de saber. Vai daí, perguntei
“- Boa noite!” (assertivo)
“- Vim cá de propósito para comer um sarrabulho mas tá tudo fechado…” (displicente)
“- A senhora sabe d’algum sítio onde se pode comer barato e bom um arroz a esta hora?” (humilde)
“ - Já procurámos mas…” (focinho de cachorro batido)
“ - Olhe, pode ir à …,… tá a ber aquela suvida? Pois bai por ali, bira à direita e bê logo o restauránte.” (evidentemente)
“ – Ah, muito obrigado!”

O arroz não deixou recordações mas ainda hoje penso naquela suvida.

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