"O Curdistão não existe. É um país inventado pelos curdos."
Alberta Marques Fernandes, jornal2, 22-10-07
Alberta Marques Fernandes, jornal2, 22-10-07
As notícias vindas a público nos últimos dias dão conta de uns rebeldes pertencentes a uma organização "considerada terrorista" pela UE e pelos EUA, o PKK. Acho interessante que não seja dito liminarmente terrorista, já que é entendida assim pelo mundo civilizado. Talvez o PKK seja apresentado como organização considerada terrorista porque há menos de uma década tinha relações diplomáticas com grande parte do mundo, tinha uma estação de tv em Londres a emitir para toda a Europa na língua curda-falada por milhões e não reconhecida pela Turquia.
As notícias dão-nos conta também de um ataque do PKK a uma coluna militar turca causando algumas baixas no exército deste país. Não se diz o que estava a fazer e para onde ia a coluna militar turca. Ataque que terá gerado a vontade da Turquia em fazer uma incursão no norte do Iraque para eliminiar os focos rebeldes.
O que siginifica uma língua comum, uma cultura e história conjuntas, uma religião comum, um sentimento identitário de pertença a um conjunto histórico-cultural? Sem fronteiras políticas nem interlocutoes que forçassem a sua pertença no concerto das nações para as impôr no fim do império turco-otomano o Curdistão ficou didivido entre quatro países e desde essa altura se tem batido, com inúmeros agentes em que o PKK assume um papel preponderante, pelo reconhecimento da sua identidade cultural bem como pelo reconhecimento das suas froteiras e nacionalidade.
Apresento em baixo -em alguns capítulos- um trabalho feito em 1998 sobre a emergência do nacionalismo curdo.
Fica também o link para um texto de Miguel Portas depois de visitar o Curdistão em 2005
2 comentários:
coloca-se a questão - O que é um País? E se a sua existência depende da aceitação mondial de que o é. Há tantos que o são menos e têm o tal reconhecimento. Pobreza de jornalistas e ela não é das piores, portou-se bem quando dos aumentos dos impostos aos reformados.
Também n foi minha intenção dizer que a jornalista é má ou fraca. Só sublinhar a afirmação que nos atira para esse campo vago e mítico da ideia de nacionalidade (com contornos já nada vagos no que diz respeito às condições em que se vive em territórios políticos frágeis-países ou não-veja-se massacres constantes às populações curdas por parte do IRaque e Turquia. Veja-se como isso empurrou algumas forças curdas a apoiar EUA no primeiro ataque ao Iraque...
J.
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