14 fevereiro 2006

Especial S. Valentim



Diz o Público que na India houve uma manifestação contra a celebração do S. Valentim. Não é tradição local, não tem nada que ser festejado.
Junto-me a eles. É cópia de uma festa dos EUA e é só um negócio.

Por este andar ainda vamos ter os criadores de perú a promover o Thanksgiving!

Porto uma bela ideia


Fiz este teste e deu 100% de alma tripeira. Aconselho, principalmente em tempos de choques de civilizações.

Época de saldos em Belém-S. Bento

Toma lá 30000 votos, dá cá 400 milhões de euros.

Durante um ano enfiaram na cabeça dos mais incautos que o país estava sem Segurança Social, que não ía haver reformas, espalharam o pânico pelos portugueses. É sabido que esses climas de pânico económico favorecem a direita (que é coisa que ainda não entendi, mas adiante).

De repente, o mesmo ministro que lançou esta mais recente investida quando declarou na RTP - no Prós e Contras - que não havia dinheiro para as pensões (muito a jeito, aliás, em termos de campanha eleitoral), descobre 400 milhões de euros! Um pequeno erro de contas, nada de especial... qualquer pessoa se engana nalguns tostões. Quem é que passa de um saldo negativo de 100 milhões para um positivo de 300? E ninguém lá no ministério tinha ainda dado por isso? Um pequeno erro de 400 milhões!????

Um pequeno erro que tinha dado tanto jeito descobrir para dar a vitória ao Soares ou ao Manuel Alegre, e que só é descoberto estrategicamente depois de assegurada a direita em Belém... Com amigos como o Sócrates, o Mário Soares não precisa de inimigos!

Também vem muito a calhar ter sido descoberto depois de resolvidos os aumentos para este ano... Aliás, é sempre bom saber que cumprem as metas da UE com "poupanças" nas pensões de quem já trabalhou.

Eu sempre gostava de perceber porque é o Sr. Sócrates e companhia se increveram no PS em vez do partido cujas políticas defendem e fazem. Se calhar quando lá foram inscrever-se eles tinham numerus clausus...


Quem se lixa no meio disto tudo, como sempre, é o mexilhão. Como já votaram, têm mesmo que aturar o Cavaco a representar os portugueses mundo fora durante 5 anos! E ainda apanham com o governo Sócrates cá dentro!
Isto algum dia ainda dá laranjada...



E agora, sr. ministro, já pode aumentar as pensões miseráveis dos trabalhadores, ou tem algum administrador da CGD ou RTP à espera da reforma?
Mas, olhe, sr. ministro, sobretudo não se apoquente. Os pobres assim como assim já estão habituados a passar fome, e o que é importante é cumprir as regras da UE. O melhor é continuar a poupar nas reformas. As continhas no papel antes de tudo o resto, já dizia a outra senhora. Lá para o verão há Mundial e há sempre fado no Politeama. E hoje até faz um ano que morreu a Irmã Lúcia, que parece que vai para santa. Não se apoquente, sr. ministro, que o pessoal continua contente a cantarolar. A maior parte nem lê os jornais que falam destes pequenos erros...
Tome é bem conta dos numerozinhos e da patroa UE, e, pelo sim pelo não, vá tendo cuidado com as cadeiras.

10 fevereiro 2006

A Madeira e os "jardins"

Que mais será preciso para porem estes tipos todos na linha? Afinal isto é um país com direitos, será que a Constituição caiu e ninguém nos avisou? Ainda temos PR, ainda é o Sampaio? Ou o Jardim é que é o PR e o continente uma região sub-autónoma?

Que mal fizeram os madeirenses para serem ignorados pelo poder nacional (hierarquicamente superior ao regional) e deixados à mercê da ausência de legalidade e à arbitrariedade vigentes no regime ditatorial do Jardim?


Nota: espero sinceramente uma reacção urgente do PR e que este post fique desactualizado ainda hoje.

Não há tolerância para o intolerável.

09 fevereiro 2006

Volevo commentare…

La tigre e la neve
O tigre e a neve


…ma non riesco. Sono troppo innamorata di questo film. Roberto Benigni ci fa trovare una tigre sulla neve proprio in Roma!

08 fevereiro 2006

Terceiro Livro à Quarta


Palestina - Na Faixa de Gaza e Palestina: Uma Nação Ocupada


Joe Sacco, um quase norte-americano, quis um dia entender o que era o conflito isarel-árabe, e quis entendê-lo visitando Israel e a Palestina e prolongando a sua estadia. Quis conhecer sem grandes mediações e tentando não levar consigo pré-juízos. O resultado foram estes dois livros. Numa linguagem de fácil apreensão, a banda-desenhada, podemos mergulhar na Faiza de Gaza atavés de um olho sem parcimónia e sem parcialidade. Os momentos são pesados. O autor crispa-se e endurece ao contar-nos sem nunca esquecer o que aí o tinha levado, sem demagogia, sem folclore nem exploração, que seria fácil, do sujeito desta história.
Joe Sacco é natural de Malta, mas vive em Nova Iorque, onde ganha a vida como quadrinista e jornalista. Sacco fez o bacharelato em Jornalismo na Universidade de Oregon, em 1981; no final de 1991 e início de 1992, passa dois meses em Israel e nos territórios ocupados, viajando e fazendo anotações. Quando finalmente regressa a Portland, em 1992, pretende divulgar o que tinha testemunhado e ouvido durante a sua aventura no Médio-Oriente, combinando as técnicas da reportagem in loco com a narrativa das histórias em quadrinhos, para explorar aquela pesada situação emocional. O resultado foi Palestina, Uma Nação Ocupada, publicado em Janeiro de 1993 nos Estados Unidos (publicado no Brasil em 2000, pela Conrad).Desde que foi publicado, Sacco tem sido elogiado pela profundidade da sua pesquisa, pela sensibilidade com que tratou um assunto tão delicado, e pela maestria exibida nos seus dinâmicos e sofisticados argumentos e narrativas ousadas. Palestina foi considerado Melhor Nova Série pelo Harvey Awards, recebeu um American Book Award e foi amplamente citado em publicações como The Utner Reader (“Sacco é um engenhoso contador de histórias”), e o Washington City Paper (“...um dos mais profundos e pungentes tratados sobre o Oriente Médio...”).

07 fevereiro 2006

À pied à l'école

Ora aqui está uma iniciativa muito gira! Aqui em Boulogne chama-se "à pied à l'école", em Genève é o "Pédibus"...

Dantes os pais escalonavam-se para levar as crianças de carro à escola. Cada dia uma família diferente enchia o carro com as crianças vizinhas e iam levá-los à escola. Ou então havia os autocarros escolares.

Esta iniciativa parte desse mesmo princípio, mas a pé. Há percursos marcados no chão, com origem nas mais diversas partes do bairro abrangidas pela escola primária. Os caminhos estão indicados com patinhas destas aves do desenho, há paragens também marcadas, e nas esquinas o percurso é indicado pelo desenho com uma seta. Os pais fazem um mapa de escalas, e cada dia um deles faz o percurso a pé com as crianças, parando como um autocarro nas paragens indicadas para apanhar os "passageiros".

02 fevereiro 2006

O violino de Cabo Verde...

...ou o princípio deste blog muito antes de haver blogs.


Travadinha
Le Violon du Cap Vert

Há alguns anos ouvíamos este disco do princípio ao fim vezes sem conta: para dançar, para falar, para beber, acompanhava-nos a toda a hora. E tínhamos um teatro todo só para nós! Qual discoteca, qual quê! Tínhamos luzes, bar (er... sim... pois... sempre se tirava qualquer coisita do bar), pista, cadeiras, jardim, um palácio, e só entravam os amigos. A única coisa que não havia era hora de fecho. Punhamos a tocar a música de que gostávamos, o que, como o grupo era relativamente grande, dava alguma luta. Mas o meu preferido era este.

Um brinde à adolescência e às boas amizades que ficam!



Nota da editora: esta rubrica fica apenas à minha responsabilidade. Assim, vai ser quinzenal, e fica à sexta. Não é para ser do contra, mas porque me é realmente mais fácil garantir a sua edição sem falhas.

01 fevereiro 2006

Casamento entre homossexuais

As reacções à tentativa do casamento das duas raparigas têm sido várias nos últimos dias:

BE - agir, apresentar um projecto de lei para modificar o Código Civil. É pena ser só agora, uma vez que eles estão na AR já há alguns anos, mas mais vale tarde que nunca. Além disso, mesmo tarde, continuam sozinhos.

PCP - apela à discussão do tema, quer debater. Não falam directamente em mudar a lei. No fundo, parece é que querem adiar o processo ou mesmo pará-lo.

PS - não acha importante. Manda dizer que a lei da descriminalização do aborto é mais urgente. Urgente, urgente, não foi até agora. Oportunidades e apoios para mudar a lei não lhes falta. Tudo o que vimos desta grande urgência foram adiamentos e desculpas esfarrapadas para a inacção. Ora, se nem pelo que dizem urgente começam... quando chegarão ao que não acham urgente?
Além disso, uma votação na AR despacha-se nalguns minutos. Quase todo o resto do processo se passa nos bastidores do hemiciclo. Numa tarde faziam as duas votações e ainda tinham tempo para muita outra coisa.

PSD - não está na agenda, ou de como se declara o cinismo numa conferência de imprensa.

CDS - pelo menos não é cínico como os dois anteriores, honra lhes seja feita. Só que de 1910 até hoje ainda não entenderam que a República é laica, e que o respeito pelos outros é o fundamento da sociedade.

João César das Neves - está para este pessoal todo como o Manelinho estava para o resto da turma, na BD da Mafalda: um dia a professora perguntou-lhe o que é que não estava a perceber; o Manelinho respondeu "de Outubro até hoje, nada." No último artigo no DN, o sr. César das Neves revela finalmente qual é o seu medo. É que desde o início deste debate (que se perde nos tempos) até hoje, ele não percebeu nada. Nem um niquinho, coitado. Não chegou ainda a perceber que ninguém o vai obrigar a tornar-se homossexual!
Verdade, verdadinha? Eu acho que ele só quer desconversar para bloquear o debate. À mistura, claro, com algum trauma por causa da história das moedas e do Sexta-feira 13 com o Crusoe lá sozinhos na ilha.


Bem pode espernear... Bom o importante, mais até que qualquer debate pontual, era a mudança de mentalidade, a educação para a igualdade e a liberdade, a cidadania de todos. Isso sim, era necessário. Aliás, esta é uma mudança que não altera nem obriga a nada a vida de quem tem opiniões diferentes. Nem sequer os obriga a mudar de opinião... A sua mudança não muda a vida de ninguém, a sua inalteração, sim.

Mude-se a lei, e é para ontem!

Olhe, era uma bica, se faz favor!

Aqui nesta terra, e por uma qualquer razão insondável, a maior parte dos cafés não serve café depois das 19h. Talvez sirvam no fim de uma refeição completa, mas a quem pedir apenas a bicazinha não. No entanto, posso ocupar a mesa e pedir outra coisa qualquer (água, sumos, cerveja, vinho...), só café é que não!

Alguém conhece as razões insondáveis dos cafés parisienses?

A Guidinha

A Guidinha é uma miúda que escreve como fala. Sem noção do que diz (as crónicas foram escritas em 69 e 70) e do perigo que isso representa, vai criticando com ingenuidade - e muita pontaria - a sociedade que a rodeia e os costumes da família, ou seja, das famílias portuguesas.

Na realidade são crónicas de Luís de Sttau Monteiro, publicadas em 69 e 70 no Diário de Lisboa, e que foram depois reunidas num livro intitulado "As redacções da Guidinha". As palavras postas assim na caneta de uma adolescente inconsciente e irreverente são uma forma muito engenhosa de fazer passar as críticas que o autor queria fazer.

Além do mais, são todas muito cómicas para o leitor! Para a Guidinha, talvez nem tanto... ela arranja sempre forma de sair com o "toutiço dorido".