"...A faceta humanitária da tragédia foi explicada por Fernando Nobre, da Assistência Médica Internacional (AMI): "O povo está encurralado, sem água nem electricidade, com 700 mortos e 3.000 feridos". "Os hospitais estão com as suas capacidades esgotadas e não é um corredor humanitário aberto durante três horas por dia a poder resolver o problema", denunciou. Fernando Nobre apelou a "um cessar-fogo imediato para se poder tratar dos feridos, levar água e electricidade à população e, sobretudo, estabilidade emocional, em particular às crianças, que vivem um verdadeiro pesadelo psicológico devido ao terror instalado".
A morte de Mohammed Al-Dura em Setembro de 2006, captada em vídeo nas imagens acima, representa para mim o que é Israel. A sua violência cega, o extermínio sem pudor dos que os rodeiam e recusam entregar-lhes a dignidade. É com muita consternação que leio pessoas que prezo apresentarem o argumento de direitos históricos para ancorarem uma espécie de culpa hereditária pelo exodus judeu ao longo dos séculos. Portugal tem a esse nível uma herança pesada que creio ter pago com as consequências nefastas para a economia, para não dizer outras, da expulsão dos judeus do seu território. A história dos últimos 60 anos após a criação, imposta, daquele território, parece dizer-nos que a coexistência pacífica e livre deste país com os que o circundam não é possível. Haverá dos dois lados quem pense o contrário. Os factos demonstram o contrário. Que outra linguagem conhece Israel diferente da que tem usado nos últimos dias? Como comparar rocket`s lançados sobre territórios que Israel se comprometeu abandonar, vindos de uma população exposta à fome, ao desemprego, à indignidade da usurpação das suas casas, oliveiras, terras, água, à indignidade dos check points, com os bombardeamentos vindos de um país com todo o poderio bélico possível?
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