Uma coisa chata em se morrer, retirada a angústia de ninguém poder falar com propriedade sobre o assunto, é perder todos os capítulos seguintes da, chamemos-lhe agora assim, aventura humana. A temperatura vai continuar a subir? A Europa será alagada? Os EUA varridos por tornados? Os trabalhadores vão tomar o poder novamente em que lugar ou tempo? Não poder espreitar 3008 é um bocado chato. Daí que a ideia de fim da História (ou a ideia de que não só a partir daqui será tudo igual mas tudo até aqui foi da mesma forma), para além de um instrumento de inibição de acções ou pensamentos dramaticamente diferentes, colha qual religião e traga apaziguamento ao espírito daqueles que, como nós, um dia estarão mortos.
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