11 março 2013

Os auto-golos de Daniel Oliveira

"A opção europeísta - com a qual ideologicamente simpatizo - tem o problema de depender de outros (sabendo-se que as principais mudanças dependem de uma unanimidade na Europa). Sobretudo, de conseguir convencer os eleitorados do norte da Europa, que ainda não sentem na pele a crise, de que o futuro da União depende de abdicarem da situação segura em que por enquanto se encontram. A opção soberanista tem dois problemas: não pode ignorar os riscos políticos de uma saída do euro e não pode escamotear os efeitos imediatos de tal opção, que passam pela certeza de um primeiro impacto bastante acentuado na economia e nas condições de vida das pessoas. Seja qual for a opção, ela é composta de enormes perigos. Não vejo é qual seja a terceira via. O que me parece pouco sério é que se continue a contestar o caminho da austeridade fugindo a este debate. "

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Uma pessoa lê o Daniel Oliveira sobre um artigo de Ricardo Paes Mamede e vai por ali fora acompanhando o pensamento deste economista e no fim percebe que Daniel Oliveira é aquele jogador espalhafatoso que goleia a própria baliza. Se esta conclusão fosse encontrada num blogue de um anónimo lutador anti-austeritário estaríamos todos bem, mas ela é escrita por alguém que vive disto, ou seja, o seu tempo profissional é para ler e pensar nisto. A opção europeísta tem o problema de depender dos outros? Deixa ver, antes da Europa dependíamos de nós?  Economicamente nunca e politicamente quem é este nós e os outros? A democracia tem esta chatice de depender dos outros, onde quer que eles estejam (ex: nunca um governo no nosso país dependeu de mim para ser eleito e todos fizeram a minha vida depender das suas opções, deve ser isto que DO chama de soberania, será?).  E depois a opção soberanista, que não se percebe qual é mas que acarreta os riscos de sairmos do euro. Ou seja, para Daniel Oliveira os países não podem ser soberanos e europeístas ao mesmo tempo. Talvez DO devesse chamar ao debate quem consiga ver não uma terceira mas vias de facto.

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