Tenho sempre bastantes dúvidas em relação à eficácia deste tipo de iniciativas. Destas e dos abaixo-assinados. É tristemente enfadonho juntarmos o nosso nome a uma lista que será entregue a algum órgão de soberania e deixada aos bichos do papel a amarelecer dentro de um dossier arquivador negro. Uma imagem deprimente do exercício político que nos cabe por direito a todos. Com o folclore das assinaturas e do boletim de voto sancionamos de alguma maneira o sistema que impede o exercício de facto da cidadania, entendida como o governo da polis pelos seus cidadãos. Mas, no matter what, é sempre interessante assistir à tomada de consciência -ainda que no limite dos limites - da importância do poder dos consumidores. E esse poder faz efectivamente empresas mudarem políticas. Seria ainda mais interessante assistir à tomada de consciência de que o nosso estilo de vida -aquele que serviu de mote à invasão do Iraque -não pode continuar sobre rodas. Já que os povos da Europa não conseguiram impedir a(s) guerra(s) quando se juntaram nas ruas, podem ir mais longe para impedir todas as que seguirão. Ir mais longe só pode significar deixarmos de agir enquanto consumidores como cúmplices de um mundo impossível (e por isso só defensável pela via bélica).
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