02 fevereiro 2007

Finally!

É bom ver um país a acordar!



Pena é que ao fim de tantos anos e tantos tantos mortos, o movimento está ainda só a começar: um milhão nos EUA não representa muito. Impressiona o olho e o coração, mas não é grande percentagem de gente, na verdade. Finalmente, um princípio!
Pode ser que seja o início de uma tomada de consciência mais generalizada, que depois leve a uma maior mobilização. Com a sede de poder do tipinho, mais a doença mental que o põe a falar com um deus qualquer, será certamente preciso um movimento gigantesco para o tirar de lá.

4 comentários:

Anónimo disse...

Helena, parece que te esqueces que as maiores manifestações contra a guerra antes e logo a seguir a ela ela ter início foi nos EUA. Milhões e milhões e milhões pelo país todo.
Esta manifestação em Washington tem muito mais a ver com o envio prometido de mais 20 mil soldados e com a indignição com as mortes de milhares de jovens norte-americanos.
J.

Helena Romão disse...

Sim, mas os "danos" desta guerra já são quase tão grandes (ou já iguais) àqueles da guerra do Vietnam. Falo dos "danos" americanos, já nem conto com os outros, que para eles não têm qualquer importância, Falo dos mortos americanos e do desastre em que o país está por causa do dinheiro gasto na guerra e da escalada da paranóia securitária e de armamento. Juntando tudo isto é um colapso gigantesco, e nem por isso se vê uma luta contínua.

Há grandes manifestações (que em termos proporcionais não são assim tão grandes, porque eles são cerca de 300 milhões...), mas assim uma vez por ano... Não há, não se vê um movimento a trabalhar a sério para demitir o Bush.

Repara que há um ano em França, não se queria nada de tão "radical" como uma demissão, tratava-se apenas (esse era o único ponto em que havia concenso de todos os movimentos) de revogar uma lei. No entanto, foi preciso manifestações diárias, greves, universidades fechadas a cadeado e ocupadas, manifestações permanentes frente aos tribunais e prisões onde havia manifestantes presos e julgados, vigílias diárias, e mais 3 manifestações com 5% da população, não em 4 anos, mas em 3 semanas.

Anónimo disse...

comparar as manifes em França pela revogação do CPE com as manifes que tu querias ver nos EUA contra a guerra no Iraque? Não te parece comparação muito rebuscadinha? Que há a comparar?

E comparar estas manifes com as dos anos sessenta em relação ao Vietnam? Já agora porque não comparas o 1º de Maio português de 74 com o 1º de Maio de 84 ou 94?

"quase tão grandes...(ou já iguais?!?!)" então? em que ficamos?

Se não te lembras de 2004 eu relembro-te: talvez possas emendar o teu post e o título. Faz sentido uma pessoa indignar-se, mas que o faça perante factos verdadeiros. Que percentagem da população saiu à rua contra a guerra no seu início? Sabes?

Helena Romão disse...

Mas então se nada é comparável a nada, porque tudo é despropositado ou rebuscado ou o que seja, calamo-nos todos muito caladinhos, não se diz nada, e cada um na sua vidinha, que é precisamente o que tem acontecido e que nos trouxe a todos a este lindo estado de coisas!

E não, não me parece nada "rebuscadinho". Fico à espera que expliques em que te baseias para dizer isso do "rebuscadinho".


Quanto aos danos não sei se tão tão grandes ou quase tão grandes. Nem me parece que andar a contar corpos de soldados "voluntários" seja o mais importante. Falei apenas nesses, porque são esses que geralmente contam para a opinião pública americana; mas a mim interessam-me mais os números de civis iraquianos, inocentes e nada voluntários.


"E comparar estas manifes com as dos anos sessenta em relação ao Vietnam? Já agora porque não comparas o 1º de Maio português de 74 com o 1º de Maio de 84 ou 94?"

Vá, lê lá outra vez o que escreveste...

Num caso estamos a falar de uma situação de invasão e guerra (bastante semelhante, desculpa lá que repita) e do mesmo país, com 4 décadas de diferença.


Noutro estás a falar de uma comemoração anual que tem habitualmente reivindicações, mas que é feita sobretudo para assinalar a data e o seu significado.
Não vejo porque seja para aqui chamado este género de manifestação, que é diferente na mobilização, nos objectivos e na forma como decorre. Além das datas que propões, essas sim manifestamente incomparáveis, se tiveres conta da situação especial de 1974. Em 94 lá se desceu a avenida com horas marcadas, como habitualmente. Não preciso de te explicar as condições de 74, espero!?


As manifestações de 2004 tiveram 15 milhões de pessoas nos EUA? Não? Nem perto. Pois, mas era exactamente disso que eu estava a falar.

A grande mobilização foi sobretudo europeia a 15 de Fevereiro de 2003 (http://edition.cnn.com/2003/US/02/15/sprj.irq.protests.main/). Em Roma houve 3 milhões de pessoas e a manif ficou registada no Guiness.
Em Nova York, a maior manif dos EUA, teve 375 mil pessoas segundo a organização. Temos que pensar em termos proporcionais. Os EUA têm 300 milhões de habitantes e a zona metropolitana de NY tem cerca de 20 milhões.
Talvez possas emendar o teu comentário.