10 julho 2013

A crise dá muito lucro

A “crise” politica forjada por Portas/Passos que lhe permitiu obter o controlo do governo com o objetivo de levar para a frente a politica de destruição do Estado e, nomeadamente, das suas funções sociais, que é o seu grande desejo para as entregar aos privados, possibilitou aos especuladores obter elevado lucros. Como se sabe a taxa de juro dos títulos da divida portuguesa disparou com a “crise”, e o valor dos títulos, por essa razão, caiu significativamente no mercado secundário, o que permitiu aos especulares adquirirem divida portuguesa neste mercado a um preço que correspondeu, em muitos casos, apenas a 67% do preço nominal dos títulos. Para se poder ficar com uma ideia dos valores transacionados no mercado secundário basta dizer que em Maio de 2013 (ultimo dado disponível) atingiu 3.270 milhões €. E agora com a “reanimação” da coligação PSD/CDS que estava moribunda, e agora agonizante devido ao descrédito total, a taxa de juro dos títulos portuguesas baixou, e o valor dos títulos no mercado secundário aumentou, o que permite aos especuladores, se venderem os títulos que adquiriram durante a “crise” a preços muito mais baixos, embolsar milhões € de lucros especulativos (mais do que recebem milhares de trabalhadores e pensionistas durante meses), e ainda por cima sem ter de pagar qualquer imposto. Para além deste lucro especulativo, esta “chantagem dos mercados” foi depois utilizada pelos defensores da coligação (CE, BCE, troika, Barroso, presidente da República, defensores nos media, etc.) para “impor” a reconciliação entre o PSD/CDS, a fim de continuar a política de destruição da economia e a sociedade portuguesa. Os prejuízos da banca que os media falaram tanto para amedrontar a opinião pública são falsos pois não são reais mas apenas potenciais e a razão de um novo resgate só poderá ser a gigantesca divida pública que o Estado não poderá pagar e não esta crise de opereta entre Passos Coelho e Portas. Eugénio Rosa, Economista, edr2@netcabo.pt , 7.7.2013

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