23 maio 2013

Obama e Guantánamo e o terrorismo



•Número atual de presos em Guantánamo: 166

•Presos com acusações pendentes:6
•Presos cuja liberdade imediata foi garantida, mas que continuam sob custódia: 86
•Detentos de Guantánamo em greve de fome: 103
•Detentos em greve de fome que foram forçados a comer: 30
•Prisioneiros que morreram em custódia: 9
•Crianças detidas pelos EUA em Guantánamo: 21
•Presos julgados em um tribunal civil: 1
•Presos sem direito à liberdade pois não podem ser julgados devido a falta de provas ou tortura: 50
•Prisioneiros libertados pelo governo Bush: 500+
•Prisioneiros libertados pelo governo Obama: 72
•Custo anual da prisão aos cidadãos dos EUA: US$150 milhões
•Dias passados desde que Obama prometeu fechar Guantánamo: 1580
•Dias passados desde que os prisioneiros chegaram em Guantánamo: 11 anos, 4 meses, 12 dias


Números disponíveis na petição online da Avaaz


Actualização das posições de Obama sobre a luta contra o terrorismo:
 
"Falando concretamente sobre os drones, o presidente disse que tais ataques são não apenas legais como também mais eficazes e um dos meios menos violentos de combater os terroristas que representam um perigo constante em terras remotas e sem lei, para além do alcance dos governos.
"Os drones já causaram baixas civis de "despedaçar o coração", admitiu, sublinhando que mesmo assim são mais seguros do que as alternativas, quando uma intervenção armada de tropas americanas no terreno pode causar mais mortes entre civis inocentes ou ainda desencadear uma crise internacional".
 




13 maio 2013

A lata de Helena Roseta não tem limites

A vereadora da câmara municipal de Lisboa para as áreas da Habitação; Desenvolvimento Social, Gebalis, Comissão Arbitral Municipal, escreveu um texto a semana passada no jornal Público que termina da seguinte forma: "É este o desafio que proponho para os próximos anos em Lisboa – mobilizar o município, a Rede Social, a sociedade civil, os recursos humanos, técnicos e financeiros necessários e sensibilizar as comunidades de bairro e de vizinhança para encontrar respostas dignas e humanas ao alcance daqueles de entre nós que, pelas mais diversas razões, se encontram na condição de “pessoas sem abrigo”. E não me digam que não há dinheiro: a única coisa que falta mesmo é humanidade."

Quatro anos depois de assumir funções nesta área a vereadora vem solcitar a mobilização o município (!) para a resposta a problemas que não só existiam quando esta candidata independente assumiu o lugar no executivo de António Costa como dependem de forma muito directa da sua acção à frente da Gebalis e das políticas inexistentes para a habitação em Lisboa. Helena Roseta já nos habituou a este comportamento, em alturas de recolher apoios o seu discurso inflama e comove as pedras da calçada, nas outras faz exactamente o contrário das suas pregações de esquerda e de mulher independente e, ao fazê-lo -e nisto reside uma das suas particularidades- não disfarça um certo prazer. Nunca esquecer o texto que fez acompanhar o desalojo da Rua de S. Lázaro, onde vários activistas foram detidos de forma violenta, nesse texto a vereadora dizia aos ocupantes do imóvel municipal que eles estavam a impedir que famílias verdadeiramente necessitadas fizessem uso do edifício devoluto... O imóvel em questão esteve fechado mais de dez anos até à ocupação e assim continua depois desta acção tão cínica como violenta de Helena Roseta. A alguns meses das eleições acordou para os sem-abrigo, eu não diria que a humanidade é a única coisa que (lhe) falta mas também.

03 maio 2013

Já o amava antes de chegar aqui

"O meu humanisno é socialista, o que para mim significa que é o grau mais elevado, porque universal, do humanismo; se não aceito a alienação que necessita de manter o capitalismo para atingir os seus fins, muito menos aceito a alienação que resulta da obediência aos aparelhos burocráticos de qualquer sistema, por muito revolucionária que pretenda ser. Creio, com Roger Garaudy e Eduardo Golstücker, que o fim supremo do marximo não pode ser outro que não o de proporcionar à raça humana os instrumentos para alcançar a liberdade e a dignidade que lhe são consubstanciais; isto entranha uma visão optimista da história, como se vê, contrariamente ao pessimismo egoísta que justifica e defende o capitalismo, triste paraíso de uns poucos à custa de um purgatório, quando não de um inferno, de milhões e milhões de desfavorecidos.
Em todo o caso, o meu conceito de socialismo não se dilui num humanismo tíbio tingido de tolerância; se os homens valem para mim mais do que os sistemas, entendo que o sistema socialista é o único que alguma vez pode chegar a projectar o homem no sentido do seu destino autêntico; parafraseando o famoso verso de Mallarmé sobre Poe (regozijo-me o horror dos literatos que lerem isto), creio que o socialismo, e não a vaga eternidade anunciada pelo poeta e pelas igrejas, transformará o homem no próprio homem. Por isso rejeito qualquer solução baseada no sistema capitalista ou no chamado neocapitalismo e ao mesmo tempo rejeito a solução de qualquer comunismo esclerosado e dogmático; creio que o autêntico socialismo está ameaçado por ambas, que não só não representam soluções como também adiam, cada uma à sua maneira, e com fins diferentes, o acesso do homem autêntico à liberdade e à vida".

J.Cortázar (1969), Papéis Inesperados, pp.226-227, Cavalo de Ferro, 2o10