Em fase de preparação da quinta edição do Orçamento Participativo da Câmara Municipal de Lisboa, e desconhecendo o balanço político feito pela autarquia das duas primeiras edições, cabe numa primeira e rápida análise às propostas apresentadas, tanto este como em anos anteriores, alguma inquietação. Se propostas como "Retirar os ares condicionados das fachadas da baixa-pombalina" ou "Construir um acesso entre a Av. Mouzinho de Albuquerque e o Alto de S.João", "Contruir parques-infantis aqui e ali", "Campos de jogos", "Flores nos canteiros da cidade", "Arranjos urbanísticos daquele passeio, daquela praça", se este tipo de propostas, que são a grande maioria, se enquadram nas tarefas normais de orçamento ordinário da Câmara, se algumas delas são apresentadas pelas juntas de freguesia, se este orçamento é estilo o QREN -tudo cabe aqui, faz sentido pensar que um milhão de euros do orçamento da câmara de Lisboa é colocado ao serviço de um debate público em torno da cidade para além do que já existe (devia/podia) em torno de um programa eleitoral e do cumprimento e aprovação das contas?
Quando surgem propostas como a criaçao de um"Centro Intercultural da Língua Portuguesa", ou "Barbearias de Lisboa", elas parecem aproximar-se mais daquilo que são projectos que ultrapassem a agenda municipal nalgumas áreas e de projectos que pudessem fazer sentir uma grande área ou tema onde se concentrasse o interesse da população. Como na primeira edição a construção da ciclovia. Podendo ser um projecto de qualquer agenda política é também um projecto Público, com dimensão suficiente para agregar num determinado ano, o interesse maioritário das pessoas que particparam, acelerando desde modo a sua concretização.
"OP em 2010"
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