28 janeiro 2010
Visita Guiada ao Jardim França Borges-Príncipe Real
Os "Amigos do Príncipe Real" consideram esta visita a melhor forma de explicar as razões que nos têm oposto e que nos continuam a opor à intervenção da CML, ao mesmo tempo que viajamos da Grécia à Nova Caledónia, visitando as árvores do jardim. Sabe, por exemplo, porque é o Cedro do Buçaco duas vezes mentiroso? E sabe que está previsto o abate de 62 árvores no jardim desde Janeiro de 2009 e que a CML quer plantar árvores ilegais em Portugal?
Venha visitar o jardim connosco. Domingo, 31/Jan/2010, às 11h30. Encontro no acesso à Esplanada do Príncipe Real.
25 janeiro 2010
Orçamento Participativo em Lisboa#2010
Não sei se existem mais experiências de orçamentos particpados ao nível autárquico. Em Palmela a Presidente tem uma iniciativa a que dá esse nome mas em que, efectivamente, não há valores afectados nem iniciativas concretas que os munícipes possam votar. O que fazem é apenas indicar a área em que gostariam de maior investimento. Saúde, cultura,estradas, transportes, etc. Votei nas duas edições do Orçamento Participativo de Lisboa, não sei qual é o valor de que estamos a falar este ano. No ano anterior foram 5 milhões de euros. E este ano houve aumento da verba? Está conluída a ciclovia, projecto vencedor em 2009?Apreciando as propostas a votação, e foram muitas, há uma sensação confrangedora. Não estamos a votar prioridade nas políticas camarárias nem escolhas políticas mas a votar medidas primárias, como uma escola que concorreu para ter uma cobertura para os alunos não se molharem quando mudam de pavilhão. Como votar não ou sim a uma proposta destas? Se que é para isto que serve um instrumento tão importante como o Orçamento Participativo? Não seria melhor reflectir nesta experiência e pensar noutro tipo de mecanismos e/ou noutro formulário para tornar efectiva a partipação no governo da cidade? Como moradora de uma freguesia interessa-me que aumentem os passeios para poder circular sem ser atropelada mas imagino que essa seja uma pretensão dos restantes fregueses da cidade. Serão eles a ter de se organizar melhor para impor propostas abrangentes e "transversais"? Serão eles a ter de organizar-se em lobbies?
15 janeiro 2010
Há mais Vida para além do PIB (no sábado pelo menos)

Gualter Barbas Baptista - activista do GAIA e investigador do ECOMAN - Centro de Economia Ecológica e Gestão do Ambiente – FCT/UNL
José Castro Caldas - CES – Centro de Estudos Sociais da Universidade de Coimbra
Luis Francisco Carvalho - ISCTE – Instituto Universitário de Lisboa
Manuela Silva - Professora Universitária (aposentada)
Susana Peralta - Faculdade de Economia da Universidade Nova de Lisboa 
Desenvolvido no contexto da Grande Depressão dos anos 30 e da II Guerra Mundial, acompanhando a ascensão da macroeconomia keynesiana, o PIB tornou-se um dos mais conhecidos indicadores económicos. O seu elevado grau de disponibilidade e de comparabilidade, entre países e ao longo do tempo, transformaram o PIB na medida privilegiada do sucesso das economias e das sociedades, em termos do discurso académico, mas também ao nível do debate político e da atenção mediática.
No entanto, há muito que foram sendo notadas as limitações do PIB, quer como medida da produção e do crescimento económico, quer, sobretudo, como indicador de qualidade de vida ou de bem-estar. A discussão sobre as insuficiências do PIB e a necessidade de o substituir ou complementar com outros indicadores tem ganho crescente relevância, tendo merecido a atenção de organizações como a ONU, a União Europeia ou a OCDE – particular destaque merece, neste contexto, a iniciativa do Governo Francês que conduziu à elaboração de um relatório sobre o tema, recentemente publicado, coordenado pelos conhecidos economistas Joseph Stiglitz e Amartya Sen. Neste âmbito, as propostas têm convergido na necessidade de incluir as dimensões da sustentabilidade social e ambiental dos processos económicos, reflectindo a crescente saliência destas questões no debate público.
A discussão sobre o PIB constitui uma oportunidade para reflectir sobre os objectivos que as nossas sociedades, mais ou menos ‘desenvolvidas’, podem e devem prosseguir, bem como sobre os valores que estão subjacentes às escolhas com que nos deparamos. Este é um debate que não pode ficar confinado à dimensão técnica dos ‘especialistas’. A participação alargada da sociedade na definição dos padrões de orientação e avaliação dos caminhos por onde passará o nosso futuro colectivo é, desde logo, uma elementar exigência democrática.
 
ATTAC abre o debate público em Portugal sobre a medida e os indicadores de desenvolvimento 
Há mais vida para além do PIB
Sábado, 16 de Janeiro, 15h30
Biblioteca Museu República e Resistência
R. Alberto Sousa, nº 10A – Bairro do Rêgo [mapa]
entrada livre
12 janeiro 2010
09 janeiro 2010
João Aguardela - Música para uma nova tradição

04 janeiro 2010
Ainda Tua
 Aldeia de S.Lourenço, imagem retirada de Doggy Blogue
 Aldeia de S.Lourenço, imagem retirada de Doggy BlogueMANIFESTO PELA PRESERVAÇÃO DO PATRIMÓNIO DO VALE DO TUA
O Nordeste Transmontano tem vindo a perder população a um ritmo assustador. Uma situação que decorre do abandono ao qual a região tem sido votado pelo Poder Central e para a qual também contribuiu a decisão de encerrar, nos últimos 20 anos, cerca de 300 Km de via férrea, com promessas de desenvolvimento através de estradas como o IP4. O resultado ruinoso significou a atrofia das trocas comerciais, agravamento nos custos de transporte, obrigando pessoas e serviços a abandonarem a região.
A construção da Barragem na Foz do Tua irá agravar esta situação de isolamento, cortando a ligação desta região à rede ferroviária nacional e será mais um atentado ás potencialidades da região. A Barragem inundará uma vasta área do Vale do Tua e cerca de 17 km da Linha Férrea do Tua, obra prima do património ferroviário português e peças inseparáveis da memoria colectiva e da identidade do povo transmontano e parte integrante do Património da Humanidade do Alto Douro Vinhateiro classificado pela UNESCO.
A - QUAIS AS RAZÕES PARA DIZER NÃO À CONSTRUÇÃO DA BARRAGEM DE FOZ-TUA E SIM À REQUALIFICAÇÃO DA LINHA FERROVIÁRIA DO TUA?
1- A Barragem de Foz-Tua irá aumentar a produção de energia eléctrica do País em 0,5%, um contributo irrelevante ao nível nacional, quando apenas 23% da energia consumida é electricidade.
2- No total, as 12 novas barragens, apenas vão produzir entre 2% a 3% do total de consumos energéticos. A mesma percentagem seria obtida se houvesse um plano de poupança e eficiência energética.
3- O Ministério do Ambiente não fala no CO2 e óxido nitroso que as barragens produzem nas águas paradas com decomposição de matéria orgânica e na produção de metano 20 vezes pior do que o CO2 para o efeito de estufa e que terão consequências directas na qualidade da água.
4- As compensações financeiras que a EDP propõe não se podem substituir às inúmeras actividades ribeirinhas, à identidade e unicidade dos vales do Douro e Tua que se perdem e às extensas áreas demarcadas de Classe A e B de Vinho do Porto, que em zona classificada de Património Mundial desaparecem para sempre.
5- Acena-se às populações e aos autarcas com promessas de criação de emprego e de grande desenvolvimento, designadamente turístico, mas a verdade é que após o período inicial da construção da barragem, em que são criados postos de trabalho, muitas vezes precários e fora da região, segue-se um período estagnação económica e social.
6- Os concelhos transmontanos que já viram território seu inundado, estão entre aqueles que conheceram maior processo de despovoamento e desertificação. Miranda do Douro, concelho com duas barragens, não recebe em contrapartidas o suficiente para pagar a própria iluminação pública do concelho.
7- O turismo e a agricultura são duas actividades não deslocalizáveis e de alto valor acrescentado, que a região não pode perder; caso contrário, toda a aquela zona do país ficará mais pobre.
B - PROPOSTAS PARA UM FUTURO SUSTENTÁVEL DO VALE E LINHA DO TUA
1- Levantamento total da via: reforço da plataforma e das suas condições de drenagem, introdução de mecanismos activos e passivos de detecção/prevenção de deslizamento de terras para a via.
2 – Introduzir comboios turísticos com carruagens mistas (abertas ao ar livre e fechadas com ar condicionado), recorrendo às carruagens históricas “Napolitanas” de Via Estreita e demais material ainda em posse da CP em articulação com os actuais comboios turísticos da Linha do Douro.
3 – Implementação de vagões especialmente adaptados ao transporte de bicicletas e embarcações para a prática de desportos de águas bravas. Ex: praticantes de canoagem fazem a descida rio Tua e depois as canoas seriam transportadas para Mirandela nos vagões do comboio e vice-versa.
4 – Aproveitamento de espaços das estações para áreas comerciais/culturais, espaços esses, onde os produtos regionais fossem vendidos aos passageiros, com ganhos imediatos para freguesias e populações locais.
5 – Concepção de um projecto multi-municipal e transfronteiriço de reabertura do troço Carvalhais – Bragança e prolongamento da Linha do Tua de Bragança a Puebla de Sanábria, candidatável a fundos comunitários, para conexão ferroviária entre a futura rede transeuropeia de Alta Velocidade.
6 - Integrar o turismo ferroviário do Tua na plataforma de sucesso do turismo fluvial do Rio Douro. Ex: Saída dos turistas do Porto no sábado de manhã de barco pelo Rio Douro. Transbordo em Foz Tua para o comboio até Mirandela. Pernoita na região do vale do Tua. Regresso no dia seguinte. Todos ganham, mas mais importante, ganha a região.
7– Candidatar a da Linha do Tua a Património Mundial.
CONCLUSÃO
Trás-os-Montes está perante três novas realidades estruturantes: a futura rede ferroviária espanhola, o futuro aeroporto de Bragança, e o turismo no Douro. Nos próximos anos, Madrid vai estar a 1 hora e 40 minutos da Puebla de Sanábria, a apenas 30km de Bragança. Está também previsto o reatamento da ligação ferroviária do Porto a Salamanca via Linha do Douro, a qual abrirá uma porta directa do Douro à Espanha, aumentando de forma exponencial o potencial de atracção de visitantes. Desta forma, a Linha do Tua poderia estruturar o território ao unir a Alta Velocidade em Puebla de Sanábria à Linha do Douro, efectuando o transporte de passageiros e mercadorias e promovendo o turismo ferroviário. Se for cortado o acesso à Linha do Douro, devido à barragem, todas estas potencialidades serão perdidas.
É inaceitável condenar a região transmontana a prescindir da sua riqueza em nome de um negócio de bens não transaccionáveis – a energia eléctrica - bom para a empresa e para a faixa litoral mas mau para a região interior transmontana.
O país deve dar aos transmontanos oportunidades de desenvolvimento do seu próprio território e de articulação de interesse mútuo com outras regiões. Não percamos a esperança.
 
 
