Há autores que, apesar de não fazerem nada de realmente original há quase 20 anos, têm toda a imprensa com eles, ou porque convidam estrelas da música internacional para abrilhantar o cd ou/e porque aprenderam a dominar a máquina mediata e vazia da comunicação espectáculo.
28 junho 2009
21 junho 2009
Che Guevara dois filmes piores que um
Estive a ver os filmes sobre o Che Guevara filmados ao estilo da série 24 por Steven Soderbergh. Um gangue de narcotráfico perdido na selva seria igualmente empolgante... Estes dois filmes conseguem fazer da Revolução Cubana e da guerrilha treinada por Che Guevara nas montanhas bolivianas durante um ano algo de terrivelmente chato e desafeiçoado. Apesar da vida-como-ela-é ser, com frequência, no quotidiano enquanto acontece, bastante diferente das fantasias à volta de acções plenas de significado histórico e mitológico, o merchandising não é suficiente para vulgarizar ou banalizar alguém com a envergadura do argentino Guevara. Alguém que justamente, tendo filhos e uma vida relativamente tranquila por que esperar, passa um ano no meio de uma selva com fome e sacrifícios, arriscando a vida e acabando por perdê-la num processo que dificilmente chegaremos a perceber terá perdido por dificuldade de noção ou visão política ou se foi traído -pelo abandono dos apoios-e deixado à sua sorte. Benitio del Toro, belíssimo, com a ingrata tarefa de representar uma das pessoas com a imagem mais mediatizada do planeta, é firme, talvez lhe falte o sorriso e o sonho, como faltam nos dois filmes, que ficam tão desapaixonadamente aquém. O desfecho da guerrilha de Ghe faz-me acordar para a frase sobre o comunismo e a juventude do mundo. Não no sentido ontológico do mundo, como se fosse começar de novo, uma nova cronologia a.C. e d.C., mas que o comunismo é, em tempos históricos, muito jovem. Apesar de ser tão antiga como a história dos homens, o homem predador do homem e o homem lutando contra as suas circunstâncias e contra os seus predadores. De forma consequente, coordenada, ideológica e eficaz, esta história tem pouco mais de 150 anos. Estamos no princípio.
08 junho 2009
05 junho 2009
Eleições Europeias: derrotar o real
Acho que se deve votar. O voto branco, nulo e a abstenção são ignorados pelo sistema político. O voto será sempre uma escolha relativa, táctica, prática. Se excluirmos 25% de cidadãos bafejados pela graça, a imensa maioria não se identifica com nenhum programa, líder ou sub-líder, para andar por aí em comícios ou arruadas. Deixo de lado a fauna abjecta dos directores gerais e esposas, assessores, pequenos e médios autarcas e famílias, directores de hospitais e de agrupamentos de centros de saúde, administradores delegados filhos e filhas, brochistas e esposas. Essa gente é o esteio do regime. Vive da tença. O seu entusiasmo é proporcional às ajudas de custo. Organizam-se em sociedades discretas onde tratam dos valores e da sua reprodução. Deviam ser ignorados pelas pessoas de bem.
Deixo de lado os excursionistas, os pobres de espírito, o exército de reserva, os que fazem fila para um lugar na plateia e batem palmas, sorriem, dizem ohhhh de espanto a mando dos cartazes.
Deixo de lado os rapazes de família que vêem na chatice das tarefas partidárias a tarimba para um futuro radioso.
Deixo de lado os convictos. Os militantes dos partidos minoritários. Eu tive a fé deles e a doença deles.
Mas se excluirmos os pulhas, os excursionistas e os convictos que alimentam o espectáculo do regime, o que resta é a multidão que os suporta com indulgência e agora, ao que parece, se prepara para abster.
Como tomar banho na praia, beber um copo ou dormir são actos insignificantes, é preferível a insignificância do nosso voto. Um voto contra Sócrates, que representa o pior dos últimos trinta e cinco anos: inscreveu-se no PS porque se enganou na porta, assinou projectos que simbolizam a degradação imobiliária do país interior, transformou o PS no partido dos Coelhos e dos Varas, dos Campos e dos Vitais, esteve na trapalhada do Freeport, na entrega do CCB, criou a dona Lurdes e a dona Ana, privatizou o ar e nacionalizou o BPN, foi elogiado ad nausea pelo dr. Dias Loureiro. Aos socialistas que votam nessa sêxtupla de pesadelo que assombra as rotundas da pátria- Campos e Estrela, Gomes e Estrela, Capoulas e Estrela, Vital e Estrela, Elisa e Estrela – devíamos dizer: jamais esqueceremos
Deixo de lado os excursionistas, os pobres de espírito, o exército de reserva, os que fazem fila para um lugar na plateia e batem palmas, sorriem, dizem ohhhh de espanto a mando dos cartazes.
Deixo de lado os rapazes de família que vêem na chatice das tarefas partidárias a tarimba para um futuro radioso.
Deixo de lado os convictos. Os militantes dos partidos minoritários. Eu tive a fé deles e a doença deles.
Mas se excluirmos os pulhas, os excursionistas e os convictos que alimentam o espectáculo do regime, o que resta é a multidão que os suporta com indulgência e agora, ao que parece, se prepara para abster.
Como tomar banho na praia, beber um copo ou dormir são actos insignificantes, é preferível a insignificância do nosso voto. Um voto contra Sócrates, que representa o pior dos últimos trinta e cinco anos: inscreveu-se no PS porque se enganou na porta, assinou projectos que simbolizam a degradação imobiliária do país interior, transformou o PS no partido dos Coelhos e dos Varas, dos Campos e dos Vitais, esteve na trapalhada do Freeport, na entrega do CCB, criou a dona Lurdes e a dona Ana, privatizou o ar e nacionalizou o BPN, foi elogiado ad nausea pelo dr. Dias Loureiro. Aos socialistas que votam nessa sêxtupla de pesadelo que assombra as rotundas da pátria- Campos e Estrela, Gomes e Estrela, Capoulas e Estrela, Vital e Estrela, Elisa e Estrela – devíamos dizer: jamais esqueceremos
Assino por baixo do Luís em a Natureza do Mal
Subscrever:
Mensagens (Atom)