14 junho 2007

Declaração de Voto


A política organizada em torno dos partidos encontra-nos, depois de 30 anos de democracia, tristemente incrédulos e desiludidos. Não adianta sequer chamar à equação a má qualidade dos políticos profissionais no activo. A habilitação académica do primeiro-ministro é eloquente não só da qualidade desta geração de políticos como do simulacro a que se prestam. Não adianta, porque haver gente mais competente a executar programas da mesma natureza não nos faria melhor e não adianta porque a responsabilidade do descrédito e abandono cabe a todos e a cada um de nós.
Neste contexto, da necessidade de repensar a participação política fora do contexto das máquinas partidárias oleadas e adaptadas ao sistema de representatividade e do respectivo estabelecimento de relações que faça funcionar a representação, a candidatura de José Sá Fernandes é um movimento e uma experiência interessante a seguir. Apoiada pelo Bloco de Esquerda esta candidatura é mais do que isso. Reune um conjunto de apoios que fogem aos campos eleitorais mais estanques. Como nas propostas de poder local se deveria ver. Há soluções e propostas que são transversais aos campos esquerda/direita. Apoiado pelo Bloco de Esquerda o candidato é independente. Não é porque não tenha um cartão de militante, mas porque tem uma agenda própria, uma cabeça própria. Provou nestes dois anos enquanto vereador sem pelouro que: trabalha muito e quase sempre bem e, mais importante que isso, que trabalha sem relações de representatividade a extorvar. Não há embaraços, não há rabos presos. Isso talvez explique porque o processo BragaParques, apesar de denunciado pelo PCP só tenha sido devidamente exposto pelo José Sá Fernandes (entre outras ilegalidades e zonas cinzentas).
Isto já seriam razões suficientes para ser o melhor candidato. Outras haverá a acrescentar, tem uma candidatura aberta e disponível para convergir com outras forças de esquerda (o pcp já fugiu a essa responsabilidade apesar de ter convivido bem durante muitos anos com o João Soares). Não há pessoas providenciais, nem Sá Fernandes é o Delfim da esquerda urbana na encruzilhada, nem sequer é um grande político no sentido da análise e da retórica e mesmo do mediatismo. Tem um percurso público visível (antes de ser o vereador sem pelouro na câmara de Carmona já era um homem implicado com a cidade de Lisboa e empenhado em amá-la).

1 comentário:

sm disse...

Gostei!