Para quem comprou casa a contar os tostões rés vés contando com emprego (minimamente seguro, mais ou menos precário) nos últimos anos pode sentir-se se não no pior dos mundos bem lá perto. 4% de aumentos em menos de 2 anos significa para muitos empréstimos aumentos em mais de 100 euros mensais. E o aumento das taxas de juro não vai ficar por aqui. Claro que, se tudo o resto não compreendesse aumentos desta natureza (combustíveis, energia, alimentação)e se os aumentos salariais acompanhassem de perto a taxa de inflação a situação só estaria habitualmente má. Mas a situação está extraordinariamente má. Peres Metelo dizia hoje na TSF que o crédito mal parado até desceu o que significa que as famílias portuguesas estão a aguentar razoavelmente os aumentos da taxa euribor. Os bancos estão a ajudar com novas condições contratuais para manter a mensalidade baixa (basicamente as novas condições implicam que estamos a amortizar muito menos às nossas dívidas e pagar mais e mais juros sobre ela...) E como as pessoas tem de viver em algum lado não há grandes hipóteses a não ser cortar no que não impeça a sobrevivência mais ou menos imediata.
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