Há uns tempos atrás, um par de anos, uns rapazes e umas raparigas ocuparam um pequeno palacete abandonado ali na Rua do Passadiço. Miúdos de instituições por ali a apontar às janelas, tudo partido, matagais nos jardins, lixo. Estes rapazes e raparigas limparam tudo, transformaram mais um espaço devoluto da cidade num espaço de encontro entre pessoas, num espaço de vivências, de gente. Aprenderam a organizar-se em conjunto, realizaram debates, (consegui assistir/participar num deles, sobre o projecto da Constituição Europeia) organizaram actividades abertas à comunidade, fizeram festas onde se juntaram pessoas das mais diversas origens.Tudo voluntário. O agente imobiliário representante dos proprietários visitou o palacete e disse a estes rapazes e raparigas que a sua presença até siginificava alguma protecção do imóvel e do seu património.
Um dia, acho que pela noite, um corpo especial da polícia invadiu o espaço e com armas e lanternas apontadas a quem por ali pernoitava despejou e deteve aquela gente. Ainda em tribunal correm processos contra alguns deles.
Mais de um ano depois a casa palácio da Rua do Passadiço está entaipada. Abandonada. Tijolos tapam todas as entradas. Esta é a nossa cidade. E era muito bom que os candidatos que se assomam agora tivessem algo a dizer sobre esta Casa. Sobre esta polícia. Sobre os processos em tribunal. Lisboa já nada tem de menina e moça.
Um dia, acho que pela noite, um corpo especial da polícia invadiu o espaço e com armas e lanternas apontadas a quem por ali pernoitava despejou e deteve aquela gente. Ainda em tribunal correm processos contra alguns deles.
Mais de um ano depois a casa palácio da Rua do Passadiço está entaipada. Abandonada. Tijolos tapam todas as entradas. Esta é a nossa cidade. E era muito bom que os candidatos que se assomam agora tivessem algo a dizer sobre esta Casa. Sobre esta polícia. Sobre os processos em tribunal. Lisboa já nada tem de menina e moça.