26 junho 2004

Paulo Sousa

Paulo Sousa foi o melhor trinco português das duas últimas décadas (do resto não falo porque não conheço). Um mestre na ocupação do espaço, no roubo de bola, no lançamento da primeira bola para os contra-ataques, um pé direito...um portento físico. Eu sempre admirei Paulo Sousa. Revelou em várias entrevistas que, se não fosse jogador de futebol, um sonho o guiava, o magistério primário numa aldeia serrana, sem dúvida em homenagem a uma infância feliz passada entre penedos e estevas. É neste bucolismo primordial que se devem buscar as causas do vulgar erro gramatical e também numa vida passada a defender vários emblemas entre a Itália, a Alemanha e a Grécia. Camarada J., vai passear por esse Portugal e diz-me quantos jogadores de futebol profissionais encontras com as aptidões linguísticas exigíveis ao jovem licenciado urbano que tenham feito a escolaridade obrigatória (se assumir-mos que a escola daria conta do recado, o que é mais que duvidoso). Paulo Sousa é autêntico. Paulo Sousa é povo na televisão, comentando futebol com sabedoria como nenhum intelectual o faria. Eu continuo a admirar Paulo Sousa.

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