"Talvez escrever signifique colmatar os espaços em branco da existência, esse nada que imprevistamente se abre nas horas e nos dias, entre os objectos do quarto, sorvendo-os numa desolação e numa insignificância infinita. O medo, escreveu Canetti, inventa nomes para se distrair; o viajante lê e anota nomes nas estações que deixa para trás com o seu comboio, nas voltas dos caminhos por onde o levam os seus passos, e continua um tanto aliviado, satisfeito com essa ordem e escandir do nada".
Claudio Magris, Danúbio, 29
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