25 fevereiro 2013

Governos patrioticos e Portugal soberano e desenvolvido

Miséria de tempo em que a maioria da esquerda acha que a pátriazinha e o "interesse nacional" servem de refúgio político... Pobre do Marx que, sempre que possível, era contra tudo o que pudesse desenvolver os mecanismos mais arcaicos de desenvolvimento capitalista... Miséria de tempo que à pala da justíssima luta contra a política de austeridade, há quem não se importe de aceitar "aliados" que se estiverem num governo de esquerda apostariam tudo no que chamam de "ruptura com a integração europeia" em prol de uma saída nacionalista.

E neste ponto, não sendo iguais, porque as únicas forças políticas na europa que defendem uma saída do euro e a fragmentação nacional são os fascistas e os leninistas? A esta interrogação pertinente há quem prefira dizer que tudo isto é coincidência... Outros preferem ir-se interrogando racionalmente sobre o assunto. Se não existe um livre arbítrio, o arbítrio da maioria da esquerda tem sido tudo menos racional e reflexivo sobre as tragédias do passado. Não são os erros que chateiam. É a atitude de se passarem décadas e décadas e décadas a cometer as mesmas argoladas, a apostar nos mesmos cavalos de batalha, a abandonar a análise (e a crítica) da dinâmica motriz das sociedades contemporâneas...


Joao Valente Aguiar num comentario no blogue Vias de Facto

22 fevereiro 2013

A democracia do PS

Pedro Estêvão disse...

Paulo, experimente ver a coisa por um outro ângulo: a cada vez maior dificuldade da classe política em lidar com manifestações pacíficas, como foi a do ISCTE.

Condenar uma manifestação em que nada se fez para além de cantar a Grândola, bater palmas a compasso e mandar um ou dois piropos é que não me parece muito compatível com um espírito democrático. E confesso que sinto algum desconforto por ver pessoas que me habituei a admirar seguirem essa linha de argumentação.

Uma coisa é dizer que reduzir a nossa intervenção a expressões de descontentamento deste tipo é um caminho estéril do ponto de vista político - algo com que concordo a 100%. Outra muito diferente é dizer que uma manifestação pacífica contra um ministro é um sinal de degradação da democracia - isso ultrapassa a minha compreensão.

20 de Fevereiro de 2013 à0 15:10

nos comentários do blogue de Paulo Pedroso

01 fevereiro 2013

O regresso aos mercados e o alargamento das maturidades: Perante o falhanço, a Austeridade continua


O chamado regresso aos mercados para financiamento do Estado, agora anunciado, ocorre num contexto em que a espiral recessiva da economia portuguesa se acentuou e são profundamente negativas as expectativas sobre a evolução do desemprego, das desigualdades, da colocação de muitas famílias abaixo do limiar de pobreza, da degradação salarial e da possibilidade de qualquer forma de recuperação económica.

Não se vislumbra nenhuma relação entre tal regresso e a construção de qualquer via de resposta positiva aos problemas dramáticos que afligem Portugal. Ele não resulta, muito pelo contrário, de um qualquer sucesso da política de austeridade.

Este ‘regresso aos mercados’ também não põe fim à recessão e à destruição de emprego, não assegura a sustentabilidade da dívida externa portuguesa, não reduz a chantagem sobre o Estado Social, não resolve os problemas estruturais que conduziram à atual crise e não torna a economia portuguesa menos vulnerável a choques futuros que voltem a colocar-nos na dependência da intervenção externa.

Não é causa nem será consequência de um início do fim da espiral recessiva em que vivemos.