10 janeiro 2013

O mínimo decoro

Ora quem se coloca fora da lei está a pedir um tratamento fora da lei. Mas eles não estão apenas a pedir pedradas. Estão a pedir o confisco dos seus relvados, dos seus automóveis, das suas casas, das suas piscinas, dos seus valores mobiliários, dos seus quadros, dos seus cavalos, das suas jóias e luxos e a supressão de todas as mordomias. Não que isso seja economicamente relevante. Mas significa a reposição de um mínimo de decoro.

Ser-lhes-á então tarde para perceber que numa situação de ruptura a própria polícia mudará de campo. Certos jornalistas descobrirão escrúpulos éticos insuspeitados. Economistas e contabilistas virão dizer que foram mal interpretados e nunca proferiram aquelas coisas. Irromperão múltiplos vira-casacas e desertores da tirania de mercado, dispostos a pisar a livralhada de Milton Friedman e a cuspir no retrato emoldurado da Senhora Thatcher.
E lá terão as pessoas de bom senso de arriscar a reputação e a pele para evitar que se maltratem umas dúzias de plutocratas amedrontados e seus serviçais de fatinho, rojados pelo chão, de folha de cálculo à mostra.
Mário de Carvalho,Avé Portugal Mendigo, Senhora da Linha em Maré de Pobres 20.12.12

2 comentários:

ASMO LUNDGREN disse...

óptimo então posso ir aos pombos ao estilo sírio e atirar ora na polícia ora nos manifestantes

e posso ficar com os anéis dos tutsis caídos?

ou alguém os apanha ANtes?

e a electricidade e água faltam dia sim dia não como em 75

ou faltam mês sim mês sim como nas terras de siad barre

Gostamos muito de sacar mas.... disse...

a polícia vai mudar de lado e arrombar casas e rapinar o ouro e demais bens como no império centro africano ou ao estilo da síria e iraque assaltando os museus e violando as gajas (e outros violáveis como as correspondências)

o problema das revoluções louções é que tirando o assalto à embaixada de españa nunca conseguimos sacar nada...