26 abril 2012
20 abril 2012
Esta é a imagem da detenção de um cidadão que actuou tendo em vista o Bem Comum
This is the image of a citizen’s detention who acted aiming for the common good
(Bairro da Fontinha, 19 de Abril de 2012)
Estas são imagens de alguns cidadãos que actuaram em seu proveito próprio contra o Bem Comum cujas detenções nunca se realizaram e cujos processos criminais ou não são executados (Isaltino/Felgueiras) ou são absolvidos por falta de elemento de prova (como quando não se descobre o cadáver não se descobre o milhão de euros que transitou do BES para o CDS) ou nem sequer têm início (Cavaco Silva/Dias Loureiro).´
These are pictures of some citizens who worked in their favour against the common good, whose arrests have never happened and whose lawsuits are not executed (Isaltino/Felgueiras) or are acquitted of lack of evidence (such as when a corpse is not found, the million euros that was transferred from BES to CDS is not found either) or haven’t even begun (Cavaco Silva/Dias Loureiro).
19 abril 2012
Despejo da Escola da Fontinha
Carta aberta ao Presidente da CMP, a propósito do despejo da Escola da Fontinha
Ex.mo Sr. Presidente da Câmara Municipal do Porto:
Não vivo nem voto na cidade cujos destinos dirige. Mas trabalho aí com frequência e conheço, por razões várias, o projecto da ES.COL.A da Fontinha, tendo trabalhado e convivido de perto com alguns dos seus colaboradores: pessoas que asseguram salas de apoio ao estudo das crianças do bairro, pessoas que asseguram o desenvolvimento de actividades de dinamização do bairro destinadas a gente de todas as idades e contextos, pessoas que participam em actividades culturais, na organização das vontades colectivas, com a simpatia, o apoio, a solidariedade e a participação da comunidade que servem.Eu sei, por isso, que interesses serve o projecto de ocupação e dinamização da Escola da Fontinha: serve os habitantes daquela área, aquela comunidade alargada e, assim, os interesses da cidade.
Por isso, desde as primeiras notícias de que a Câmara Municipal do Porto pretendia despejar a Escola e tentar acabar com esta ideia, sempre achei que só se poderia tratar de um equívoco. Na altura do primeiro despejo, a vontade das pessoas acabou por prevalecer e a CMP negociou formas que garantissem a continuidade do projecto, segundo se percebeu.Hoje, estou a receber relatos de que, depois do incumprimento sistemático por parte da CMP dos aspectos negociados, se está novamente a proceder ao despejo da Escola, com recurso a forte aparato policial, com detenções de activistas e controlo dos acessos à Rua da Fábrica Social, sem que ninguém se possa aproximar do local e verificar o que se passa.
A verificar-se esta decisão inoportuna, desenquadrada, contrária aos interesses dos moradores e da cidade, o seu Executivo transmite uma estranha mensagem: aparentemente, não querem que a sociedade civil se organize para diagnosticar e resolver colectivamente os seus problemas. Não valorizam uma cidade feita de pessoas e por pessoas que estão disponíveis a fazer algo mais do que viver as suas vidinhas individuais e, por isso, se reúnem para se apoiarem e valorizarem o espaço que habitam. Não querem uma cidade viva, resistente à crise, capaz e imaginativa.
Apesar de todas as diferenças que nos dividem, não imaginava que seja mesmo esse o seu projecto de cidade, até porque não é natural— é, aliás, um paradoxo— que um Presidente de Câmara assente as suas opções políticas na negação da urbanidade.
Peço-lhe por isso que reflicta sobre o significado profundo das decisões que está a tomar e sobre a forma como está a gerir este processo e tente distinguir entre sentimentos pessoais de desconforto face a movimento e atitudes que não compreende, protagonizados por pessoas que talvez despreze sem conhecer, e o superior interesse da cidade e de quem a habita.
O Porto dificilmente lhe perdoará se não for capaz de o fazer.
Hoje, perdoar-me-á, mas não lhe poderei dar os meus melhores cumprimentos, mas espero poder fazê-lo em breve, após uma sua demonstração de bom senso e sensibilidade.
João Martins
05 abril 2012
Foi uma história – e está sendo ainda – de confrontos entre irredutíveis, entre o Mundo e a Restante Vida. Sejam quais forem as razões e os princípios em que cada um se escuda, ambos os mundos perderam de vista a necessidade vital para cada homem de poder alimentar-se de alegria, e poder viver com sentido.
Porque neste confronto, e no cômputo final do mundo, a frustração foi quase sempre a parte que lhe coube em sorte. Ora resignando-se, aceitando ver a sua vida amputada de vibração, de intensidade e amplitude; ora revoltando-se, dando consigo a ter de enfrentar um excesso inutilizável de sentido.
Porque neste confronto, e no cômputo final do mundo, a frustração foi quase sempre a parte que lhe coube em sorte. Ora resignando-se, aceitando ver a sua vida amputada de vibração, de intensidade e amplitude; ora revoltando-se, dando consigo a ter de enfrentar um excesso inutilizável de sentido.
Maria Grabiela Llansol, «Diálogo com Lull», Lisboaleipzig 1, pp. 99; 109-110
02 abril 2012
Boas reflexões sobre o dia da greve.
Não, terá, no entanto, sido menos do que um dia para recordar. Não tanto para a central sindical, a quem foi mais difícil, desta vez, agitar a bandeira da lição exemplar dada pelos trabalhadores e a quem, no Porto, terá sido difícil engolir a percepção de que os seus próprios apaniguados achavam melhor subir aos Leões do que ficar nos Aliados. Não o terá sido também para o governo, apesar da aparente vitória perante a greve, ao reparar que o seu chefe supremo tem que esgueirar por entre aparelhos repressivos impressionantes quando se quer deslocar no país. Uma concentração marcada por facebook, sem pedidos de autorização ou qualquer tipo de enquadramento organizativo por trás, com o tipo de adesão e combatividade que a o Flash Piquete teve, nunca é uma notícia para um governo. Para a polícia, apesar da diversão de Lisboa, o dia 22 de março também passava melhor se não tivesse existido. É certo que puderam bater em quem quiseram, mas fizeram-no em frente a demasiadas câmaras, para além de que quiseram bater a gente demais, nomeadamente a jornalistas (1 e 2). Não fosse isso e talvez, em Lisboa, as forças da ordem e os seus infiltrados tivessem conseguido, com a ajuda normalmente acrítica dos média, mais um passo na criminalização do protesto.
"Sobre a Greve Geral", ler o texto completo aqui.
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