Os resultados dos candidatos independentes Carmona e Roseta não significam nenhuma ruptura com o sistema/modelo político-partidária na medida em que não prefiguram nenhuma candidatura realmente autónoma das estruturas e organizações ligadas aos partidos (neste caso aos dois partidos que partilham alternadamente a governação há 31 anos).
Helena Roseta, à semelhança de Manuel Alegre, não gerou nem representa um movimento de cidadania, representa o rearrumar de forças internas dentro de um Partido. Se o Partido Socialista deixou de ter espaço de afirmação para algumas tendências (e isso é significativo e expressivo do alcance ideológico que deixaram de querer ao menos subscrever-leia-se a assim a demissão de Ferro Rodrigues e a eleição de José Sócrates) essas tendências, por não estarem convocadas, realinham-se (com este insuportável concurso de egos - Alegre e Roseta são quanto a isso tão iguais aos partidos que até dói). E o eleitorado entende estas candidaturas, os 63% de abstenção não são disso alheios. Claro que isto não é um mal em si, haver Partidos com mais do que um candidato por estarem em causa disputas internas, desafios à liderança. Só não é legítimo que Roseta ou Carmona reinvindiquem ser a voz daqueles que estão fartos dos partidos porque não há quem melhor faça o papel triste dos partidos do que as suas próprias candidaturas. Aliás, eles representam bem a falência dos partidos. Falência da direcção de um partido quando quer afastar um presidente de câmara arguido num caso de corrupção (não é novo, Autárquicas de 2005-Felgueiras, Isaltino e Valentim Loureiro). A votação elevada nestes dois candidatos não representa nada de positivo (pese embora as boas intenções de esquerda de Roseta) porquanto não representam nenhuma ruptura com o sistema vigente nem são votos em nenhum programa essencial. São votos do eleitorado PS descontente (e Roseta e amigos canalizam isso ainda não se sabe para quê como no caso de Alegre) e são votos do eleitorado PSD descontente. São menos de metade da população votante lisboeta.
Helena Roseta, à semelhança de Manuel Alegre, não gerou nem representa um movimento de cidadania, representa o rearrumar de forças internas dentro de um Partido. Se o Partido Socialista deixou de ter espaço de afirmação para algumas tendências (e isso é significativo e expressivo do alcance ideológico que deixaram de querer ao menos subscrever-leia-se a assim a demissão de Ferro Rodrigues e a eleição de José Sócrates) essas tendências, por não estarem convocadas, realinham-se (com este insuportável concurso de egos - Alegre e Roseta são quanto a isso tão iguais aos partidos que até dói). E o eleitorado entende estas candidaturas, os 63% de abstenção não são disso alheios. Claro que isto não é um mal em si, haver Partidos com mais do que um candidato por estarem em causa disputas internas, desafios à liderança. Só não é legítimo que Roseta ou Carmona reinvindiquem ser a voz daqueles que estão fartos dos partidos porque não há quem melhor faça o papel triste dos partidos do que as suas próprias candidaturas. Aliás, eles representam bem a falência dos partidos. Falência da direcção de um partido quando quer afastar um presidente de câmara arguido num caso de corrupção (não é novo, Autárquicas de 2005-Felgueiras, Isaltino e Valentim Loureiro). A votação elevada nestes dois candidatos não representa nada de positivo (pese embora as boas intenções de esquerda de Roseta) porquanto não representam nenhuma ruptura com o sistema vigente nem são votos em nenhum programa essencial. São votos do eleitorado PS descontente (e Roseta e amigos canalizam isso ainda não se sabe para quê como no caso de Alegre) e são votos do eleitorado PSD descontente. São menos de metade da população votante lisboeta.
2 comentários:
Só falta insultares a Roseta, como pretendia o Jeronimo ao lembrar que ela não é independente,mas sim uma dissidente! Deve ser uma palavra feia para estes comunistas.
Apesar de tontinha, a Roseta ainda é uma socialista de esquerda e tenho simpatia por todos os xutados do partido centro-direita que é hoje o P.S.
Não vejo em como criticar uma candidatura é insultar a Roseta, por quem também posso ter as minhas simpatias (muito mais do que com a Alegre seguramente) mas isso não impede a crítica feroz a este independentismo de tipo novo reclamado de cidadania e porta voz do povo cansado dos partidos. O povo está cansado dos partidos da mesma maneira que está cansado de Roseta (ou Alegre) estamos cansados deles. Eles são os partidos. É esse o meu apontamento-face ao que para aí vai de conversa sobre o perigoso declinar dos partidos e do nosso sistema eleito-partidário a propósito dos resultados desta candidatura.
E, a ver vamos, talvez seja interessante o Costa não ter maioria e ter de negociar soluções com Roseta, ou Sá Fernandes ou Ruben. Esperemos que seja com eles.
J.
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