19 agosto 2005

E se um "bobby" lhe aparecer à frente?

Bom, o mais seguro é fugir!

É um costume da polícia e do exército. Infelizmente, já nos habituámos a imagens de marines a atirar "às cegas". Nas cidades mais violentas é um hábito diário da polícia: "Primeiro dispara e pergunta depois".

Choca-me que estes acontecimentos sejam para nós tão corriqueiros que achamos natural não haver consequências. Espero estar errada, espero que elas, as consequências, apareçam. Mas até agora o chefe da polícia não se demitiu, o ministro também não, ninguém parece ter que enfrentar um tribunal por assassinato.

E o terror que terão sentido os vizinhos de banco de Jean Charles? Sim, imaginem que estão sentadinhos descansadinhos num banco do Metro. Se forem como eu, vão a ler um jornal ou um livro e nem sequer olharam ainda à volta. De repente aparecem uma série de polícias que agarram no rapaz ao vosso lado e o prendem. Quando ele já está seguro e preso e vocês pensam que acabou tudo e que lá vai mais um carteirista, saem uma série de balas a toda a velocidade, que passam a 15 ou 20 cm da vossa cabeça (e nem sequer têm tempo de pensar se o polícia tem boa pontaria ou não...), o sangue jorra por todo o lado. É ou não é suficiente para provocar um ataque de coração aos mais fortes e para deixar, no mínimo, um trauma para o resto da vida?

Não foi o primeiro morto por engano. Não será o último. Eu bem sei que errar é humano, mas precisamente por isso, e porque a polícia também sabe disso, não se dispara sem haver uma situação inequívoca de legítima defesa, e nunca a matar! E sobretudo, não é possível disparar sobre uma pessoa que está presa, não ofereceu resistência e está perfeitamente dominada!

Enquanto a nossa polícia e o nosso exército agirem como terroristas, não sei como podemos viver descansados.

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