Com José Saramago numa manifestação contra a guerra do Iraque
Dulce Chacón publicou em 2002 um romance sobre a Espanha no fim da guerra civil. A forma brutal como o regime fascista tratou os vencidos e todos os que com eles identificava. A escritora percorreu o país durante alguns anos na recolha de depoimentos de mulheres que reuniu num conjunto de personagens que dão corpo ao livro. Esta obra não só presta homenagem à memória dos que sucumbiram e ao sofrimento dos familiares e amigos, como o faz de forma clara e vigorosa num ritmo autónomo e invulgar. A simplicidade na estrutura e na narrativa que consegue quem atingiu, depois de montanhas de pedra transportadas, um domínio da língua que nos faz chegar a La Voz Dormida. Morreu um ano depois, nova demais, como as mulheres de que nos veio falar.