Em Novembro passado o ps chumbou a proposta de casamento civil entre pessoas do mesmo sexo, os motivos foram ser este um tema sem o debate e o consenso social necessários. Em Janeiro Sócrates avança a mesma ideia junto do Partido para se tornar um compromisso eleitoral do próximo governo. Um mês foi suficiente ao primeiro-ministro para reflectir na proposta que obrigou os deputados do seu partido a chumbar. Isto acontece no meio de muitas notícias que relacionam o primeiro-ministro e a família no caso Freeport. Será que o assunto homossexual consegue obnubilar por momentos o que aconteceu no Montijo? Se não conseguir pelo menos há mais um Prós e Contras.
Quem cometeu a imprudência de ver o programa julgou certamente estar numa reprise do debate sobre o aborto. De um lado e do outro repetem-se os agentes. Os argumentos da direita voltam a ser os mesmos, a família, essa instituição legitimada por padres, e bispos e séculos de patriarcado vário serve para condenar as mulheres que abortam, a eutanásia e o amor que não seja entre uma mulher e um homem.
Na plateia da esquerda os mesmos do costume, Daniel Oliveira, Fernanda Câncio… não existem no país mais pessoas com os mesmos ou melhores argumentos que não transmitam a ideia de falta de pluralidade e de massa crítica? Certamente que existem, e que até estão dispostas ou a não se importar de participar neste molde de debate televisivo, mas…as agendas pessoais (ou outras) são sempre mais importantes. Depois, na mesa Miguel Vale de Almeida, o discurso limpo, claro, exemplar, pensado e oportunista. Uma das coisas mais lamentáveis que tem vindo a acontecer no associativismo (de uma forma geral e aqui o lgbt em particular) é a visão estreita dos seus objectivos como se estes pudessem atingir-se por si mesmos em qualquer contexto. Não tenho dúvidas que o acesso ao casamento pelos homossexuais é uma mudança estrondosa na dinâmica da luta dos direitos da população lgbt. Com impactos sociais significativos e cumulativos. Agora fazer a história da luta pelo casamento, como fez Vale de Almeida e não falar do chumbo da lei há dois meses, não acusar este governo de utilizar o tema de forma oportunística é também de um oportunismo que não vai bem com os argumentos emancipatórios de quem quer mudar a lei. Citando o marido de Vale de Almeida, presidente da Ilga também presente no debate, trata-se de uma questão de dignidade, de igualdade e de decência (citando Zapatero). Podemos construir uma sociedade decente e digna com políticos sem agenda e com práticas e discursos que não concordam? Não dizer nada sobre o assunto quando se representa os direitos ou o discurso de uma população não me parece nada decente nem me parece que contribua para construirmos a tal sociedade da igualdade
Na plateia da esquerda os mesmos do costume, Daniel Oliveira, Fernanda Câncio… não existem no país mais pessoas com os mesmos ou melhores argumentos que não transmitam a ideia de falta de pluralidade e de massa crítica? Certamente que existem, e que até estão dispostas ou a não se importar de participar neste molde de debate televisivo, mas…as agendas pessoais (ou outras) são sempre mais importantes. Depois, na mesa Miguel Vale de Almeida, o discurso limpo, claro, exemplar, pensado e oportunista. Uma das coisas mais lamentáveis que tem vindo a acontecer no associativismo (de uma forma geral e aqui o lgbt em particular) é a visão estreita dos seus objectivos como se estes pudessem atingir-se por si mesmos em qualquer contexto. Não tenho dúvidas que o acesso ao casamento pelos homossexuais é uma mudança estrondosa na dinâmica da luta dos direitos da população lgbt. Com impactos sociais significativos e cumulativos. Agora fazer a história da luta pelo casamento, como fez Vale de Almeida e não falar do chumbo da lei há dois meses, não acusar este governo de utilizar o tema de forma oportunística é também de um oportunismo que não vai bem com os argumentos emancipatórios de quem quer mudar a lei. Citando o marido de Vale de Almeida, presidente da Ilga também presente no debate, trata-se de uma questão de dignidade, de igualdade e de decência (citando Zapatero). Podemos construir uma sociedade decente e digna com políticos sem agenda e com práticas e discursos que não concordam? Não dizer nada sobre o assunto quando se representa os direitos ou o discurso de uma população não me parece nada decente nem me parece que contribua para construirmos a tal sociedade da igualdade