26 novembro 2006

Crónicas da Precaridade#3

O pessoal do sindicato já apareceu por lá três vezes. A primeria para deixar panfletos sobre as listas propostas à direcção. Lista única. A segunda para recolher os votos. A terceira em campanha para novos sócios. Vão até ao nosso posto de trabalho(as nossas posições)com as fichas de adesão na mão. Dizem.-nos das vantagens de se ser sócio, entre as quais descontos em viagens e em consultas médicas. E claro, estarmos unidos é melhor para nos defendermos. Um deles, homem mais velho, ainda teve a distinta lata de dizer-me a mim e a dois ou três: eu quero que vocês tenham um emprego efectivo como eu. Eu dispenso o emprego efectivo dele, claro. Não pela efectividade, mas pela dança a que o obriga do seu trabalho organizativo. Recolher opiniões; saber o que se passa com os nossos contratos de trabalho; pedir-nos para irmos ao sindicato a uma sessão de esclarecimento, convocar-nos para reuniões; dizer-nos dos nossos direitos, da falta deles, isso parece ter escapado ao camarada sindical descontente com a nossa precaridade.

24 novembro 2006

Do que eu escapei!

Isto foi quase à minha porta! Se lá estivesse estaria a chegar a casa, a sair do metro naquela praça àquela hora. Passei muitas vezes por estes grupos de claques, não sabia que eram os piores. Em dias de jogo vi estacionamento selvagem, invasão do metro... e agora que penso nisso, neste sítio nunca vi polícia.

22 novembro 2006

Nem sei que lhe chame...

Acabou a Festa da Música. Parece-me que agora sim, os neo-liberais podem dar os seus pulos de alegria. Têm finalmente o que tanto quiseram durante tanto tempo e que nenhum governo lhes deu. A Cultura está a desaparecer.

Acabam subsídios no Porto, diminuem em Lisboa. Agora os preconceituosos já podem ficar descansados com o seu preconceitozinho de que a música é só para meia-dúzia de chatos pseudo-intelectuais; a iniciativa que o deitava por terra e esgotava salas enormes com semanas de antecedência acabou.

Há quem argumente que as pessoas íam à Festa da Música pelo acontecimento em si e não pela música. Ou talvez porque era a única ocasião que tinham de ouvir aquele género de música a preços aceitáveis para salários portugueses, digo eu. Fosse pelo que fosse, iam milhares de pessoas ao CCB, assistiam aos concertos, ficavam a conhecer mais coisas, que de outra forma não conheceriam. O país dessas pessoas ficou mais rico.

Mas as lotações esgotavam, e toda a gente sabe que uma sala esgotada é que dá prejuízo! Lógicas!

Como não entendo a lógica da ministra que diz que de facto o orçamento diminuiu, mas nunca se gastou tanto em cultura como o ano passado. Um orçamento não pode diminuir aumentando! Mas ela acha-nos tão estúpidos que nos quer convencer disso mesmo.

Os neo-liberais fartam-se de dizer que a cultura é superflua, que não querem o seu dinheirinho gasto com "párias", artistas. Que quem quer, compra e paga por isso, e se não vende é porque não é bom. (Pelos vistos, se vende também não é grande coisa...) E votam em quem defende isso mesmo, para terem o que querem. Mais uma vez, é no momento do voto que estas coisas se decidem. Vota-se em quem vai fazer os orçamentos, distribuir os dinheiros e nomear os directores das organizações culturais.
Acho que não sabem no que estão a embarcar, mas espero que sejam muito felizes com os seus enlatados comerciais.

20 novembro 2006

Dos programas mínimos e máximos

" (...) Porque a finalidade última não é um estado que espera o proletariado no fim do movimento, independentemente deste movimento e do caminho que ele percorre, um "Estado do futuro"; não é um estado que se possa, por conseguinte, esquecer tranquilamente nas lutas quotidianas e invocar, quando muito, nos sermões de domingo, como um momento de elevação oposto às preocupações quotidianas; não é um "dever", uma "ideia", que desempenhe um papel regulador em relação ao processo "real". A finalidade última é, antes, esta relação com a totalidade(com a totalidade da sociedade considerada como um processo), pela qual cada momento da luta adquire o seu sentido revolucionário; uma relação que é inerente a cada momento precisamente no seu aspecto quotidiano, o seu aspecto mais simples e mais prosaico, mas que só se torna real uma vez que dela se tome consciência e se confira assim a realidade do momento na luta quatidiana, manifestando a sua relação com a totalidade; desse modo, é este momento da luta quotidiana elevado do nível da artificialidade, da simples existência, ao da realidade. É preciso não esquecer igualmente, entretanto, que todo o esforço para conservar a"finalidade última" ou a "essência" do proletariado sem mácula nas e pelas relações com a existênica-capitalista-conduz-nos, em última análise a afastarmo-nos da apreensão da realidade, da "actividade crítica prática", a cair de novo na dualidade utópica do sujeito e do objecto, da teoria e da praxis, tão seguramente como o revisionismo a isso conduziria.



O perigo prático de todas as concepções dualistas deste género é o de fazerem desaparecer o momento que dá à acçãoa sua direcção. Com efeito, logo que abandonamos o campo da realidade, que só o materialismo dialéctico pode conquistar (mas que tem que ser incessantemente reconquistado) logo que nos confinamos, portanto, ao campo "natural" da existência, do puro, simples e grosseiro empirismo, o sujeito da acção e o terreno dos factos em que se desenrola a sua acção passam a opor-se um ao outro, como princípios separados sem mediação possível. E é tão pouco possível impôr a vontade, o projecto ou a decisão subjectivas ao estado de facto objectivo como descobriri nos próprios factos uma directiva para a acção. Nunca houve uma situação em que os "factos" se exprimissem inequivocamente a favor ou contra uma direcção determinada da acção, nem pode haver, nem haverá nunca. Quanto mais escrupulosamente examinamos os factos no seu isolamento (isto é, nas suas concepções mediatizadas) menos estes podem indicar, sem ambiguidades, uma direcção determinada. É também óbvvio que, inversamente, uma decisão puramente subjectiva deve por força entrar em choque com o poder dos factos não compreendidos e que operam automaticamente "em conformidade com as leis". Assim, o modo como o método dialéctico aborda a realidade manifesta-se no precioso momento em que se aborda o problema da acção como a única capaz de indicar uma orientação para a acção. O conhecimento de si, subjectivo e objectivo, que o proletariado tem numa etapa determinada da sua evolução é simultaneamente conhecimento do nível atingido nessa mesma época pela evolução social. Na coerência do real, na relação de cada momento particular com as suas raízes (na totalidade), raízes que lhe são imanentes-mas que apenas não tinham sido postas a descoberto-suprime-se o carácter estranho desses factos que agora compeendemos: passamos a aperceber-nos das tendências que apontam para o centro da realidade-aquilo a que se costuma chamar a finalidade última. Esta finalidade última não se opõe, porém, ao processo, como idela abstracto: como momento que é da verdade e da realidade, como sentido concreto de cada etapa atingida, é imanente ao momento concreto; por isso o seu conhecimento é precisamente o conhecimento da direcção que tomam (inconscientemente) as tendências dirigidas para totalidade, da direcção que é chamada a determinar concretamente no momento dado a acção justa, do ponto de vista e do interesse do processo de conjunto, da libertação do proletariado.


Contudo, a evolução social incrementa sem cessar a tensão entre momentos parciais e a totalidade. É precisamente porque o sentido imanente da realidade irradia com um clarão cada vez mais forte que o sentido do devir é cada vez mais profundamente imanente à vida quotidiana e que a totalidade está cada vez mais escondida nas manifestações momentâneas espaciais e temporais dos fenómenos. O caminho da consciência no processo histórico não se aplana, pelo contrario, torna-se crescentemente mais árduo e faz apelo a uma responsabilidade cada vez maior. A função do marxismo ortodoxo -supeação do revisionismo e do utopismo-não é, pois, a de liquidar de um só golpe as falsas tendências, é uma luta constantemente reatada contra a influência perversa do pensamento burguês sobre o pensamento do proletariado. Esta ortodoxia não é a guardiã das tradições, é a anunciadora sempre alerta da relação entre o instante presente e as suas tarefas em relação à totalidade do processo histórico. E assim, as palavras do Manifesto Comunista sobre as tarefas da ortodoxia e dos seus portadores, os comunistas, não envelheceram e continuam válidas: "Os comunistas só se diferenciam dos outros partidos proletários em dois pontos: por um lado, nas diversas lutas nacionais dos proletários, avançam e fazem valer interesses comuns a todo o proletariado e independentes da nacionalidade; e por outro lado, nas diversas fases que atravessa a luta entre o proletariado e a burguesia, representam constantemente o interesse do movimento total"."
G.Lukács, "O que é o marxismo ortodoxo?" (1919) - História e Consciência de Classe, Publicações Escorpião, Porto, 1974, pp.38-40

18 novembro 2006

Ensaio sobre a falta de lucidez

Deixei de ler o José Saramago depois do ensaio sobre a cegueira. Não por nenhum outro tipo de motivo que a falta de interesse. Para além de considerar o Levantado do Chão um dos melhores romances portugueses não posso pronunciar-me muito em relação aos escritos pós-nobel. Mas a julgar pelas intervenções públicas suspeito fortemente que um prémio deste tipo não deve fazer bem a ninguém. É verdade que é difícil a um comunista prescindir de um palanque mas Saramago devia saber melhor que ninguém que a humildade tem que ser um caminho para a lucidez.
Confesso que tenho dificuldade em compreender: "o 25 de Abril é uma data, apenas. Já o disse em público e repito:eu já não celebro o 25 de Abril (..) Há um ante-25 de Abril que eu celebraria, se fosse disso que se tratasse, que é justamente o movimento que levou ao 25 de Abril. Feito por esses militares que a democracia liquidou, na maior parte dos casos, passando-os à reforma, perseguindo-os. A esses eu tiro o meu chapéu." Também tirou o chapéu ao Soares e ao Sampaio quando os apoiou. E, já agora, ao povo não?
E como comentar o "pacto de não agressão entre cristãos e muçulmanos" sem ver neste tipo de posições uma tremenda capitulação, uma incapacidade de ver que o futuro pode abrir-se de novo?

17 novembro 2006

Bolkenstein

Este nome foi muito pouco falado por cá, quase ninguém soube de nada. Mas vem de longe, atravessou três governos nacionais, todos sempre de acordo, como convém à boa direita ultra liberal, seja lá PS ou PSD ou outra sigla qualquer...

Em França e noutras partes da Europa a luta foi longa, mas agora está perdida. A directiva Bolkenstein foi aprovada pelo Parlamento Europeu, depois de mastigada e ruminada, orientada pelos governos europeus (em Portugal o processo atravessou 3 governos!).

Na realidade trata-se "apenas" da liberalização dos serviços. Traduzindo: um português que vá trabalhar em França, a partir de agora, em vez de amealhar uns trocos, vai ganhar em França o ordenado português; mas vai pagar o supermercado francês, o passe social francês, a casa francesa, tudo como dantes.

O ordenado passa a ser determinado pelo país de origem do trabalhador e não pelo país onde trabalha.
Horários de trabalho, férias, condições em geral, determinados pelo país de origem e não pelo país onde trabalha e com cujos horários tem que viver diariamente.

Inimaginável, não é? Não faz sentido, pois não? Mas é a lei feita pelos governos eleitos e aprovada pelos deputados europeus eleitos. Se calhar é a parte das eleições que está mal feita: é mesmo preciso votar com a cabeça!!!

15 novembro 2006

Esta vida é diabólica!

Isto anda tudo num virote. Ou estou a trabalhar ou a ensaiar... Entre a minha falta de tempo e a da J., venha o Diabo e escolha!
Daqui até à estreia hei-de cá vir assim esporadicamente entre a 00h30 e a 1h20, e é tempinho roubado às 8h de sono!

Se me acham demasiado mal disposta, tenho a alegar que hoje de manhã ao pequeno-almoço, pior, antes do meu café(!), o que a tv tinha para me apresentar era o Santana Lopes com a Zita Seabra (o que esta mulher andou...). Parece-me desculpa mais do que suficiente para andar de candeias às avessas durante vários dias.
A polícia confirma o racismo já existente e os boatos lançados pelos neo-nazis, e decide fazer inspecções em lojas segundo a nacionalidade dos respectivos donos. Até o nome da operação indica exactamente que tipo de critérios estão por detrás: Lavandaria Oriente.

O BES parece que dá cobertura a certas contas pouco claras em Espanha, mas cá não, claro! Quem se lembraria de tal ideia? Pensar que o mesmo banco agiria da mesma forma em dois países diferentes é completamente descabido!
Devem andar a ver se entram para o guiness: já andam nesta lufa-lufa pelo menos desde o ouro nazi!

Mas não se pense que Portugal não sai do sítio. Se considerarmos a África do Sul um país do terceiro mundo, nós acabámos de passar para o quarto ou quinto.

11 novembro 2006

Vatican strikes again




O Vaticano apelou para a anulação do "Gay Pride" previsto para
sexta-feira em Jerusalém para não ferir "os sentimentos de milhões de
crentes judeus, muçulmanos e cristãos".

O Vaticano indica num comunicado ter sabido "com amargura" da
organização em Jerusalém "de uma das chamadas `manifestações de orgulho
homossexual`" e exprime "a sua mais viva desaprovação por uma iniciativa
que constituirá uma grave afronta aos sentimentos de milhões de crentes
judeus, muçulmanos e cristãos", para quem a cidade "tem um carácter
sagrado" e "que pedem que as suas convicções sejam respeitadas".

O Vaticano espera assim "que a questão seja reconsiderada", acrescenta o
comunicado, que precisa que uma nota nesse sentido foi transmitida ao
Ministério dos Negócios Estrangeiros israelita pela Nunciatura
Apostólica em Israel.

Nesta nota em inglês publicada em anexo ao comunicado, a Santa Sé
sublinha que "o direito à liberdade de expressão está submetido a justas
limitações, em particular quando o exercício desse direito ofende
crentes".

Pede ainda ao Ministério dos Negócios estrangeiros israelita "para usar
de toda a sua influência" de forma que a decisão de autorizar a
manifestação seja reexaminada.

O Gay Pride de Jerusalém foi autorizado domingo pelo Procurador Geral do
Estado de Israel, Menahem Mazouz, apesar das violentas reacções que
suscita o projecto.

O presidente ultra-ortodoxo de Jerusalém, Uri Lupolianski, foi agredido
terça-feira à noite por ultra-ortodoxos que se opõem à organização desta
manifestação.

Em 2000, o Vaticano protestou igualmente pela organização de uma marcha
de Orgulho Gay em Roma.

O comunicado divulgado hoje pelo Vaticano afirma que nas anteriores
manifestações deste tipo, "os valores religiosos foram sistematicamente
ofendidos".

Agência LUSA
2006-11-08 21:31:52

Mais uma vez do lado dos fracos e oprimidos!

Para ler uma leitura sobre este gay pride e uma visita à faixa de Gaza ir ao Arrastão de Daniel Oliveira. O relato faz recordar muitos dos episódios de que dá testemunho Joe Sacco num livro que já passou por aqui. A questão dos recursos como a água e a energia mereciam uma aproximação melhor. Daniel Oliveira dá quase a entender quando fala na energia elécrica por exemplo que a maior atrocidade é Israel vendê-la por um preço exorbitante quando a questão fundamental é a apropriação indevida dos mesmos recursos através da anexação de zonas estratégicas.

09 novembro 2006

Reinícex de actividadex profissionalex

Alguém me explica o que é que isso tem de Simplex? Mas será possível que a única coisa decente que estes tipos se propõem fazer, e que que gastam fortunas a apregoar aos sete ventos, é tão miragem como todos os outros avanços nacionais?

Já sei... estamos a criar outro mito para as manhãs de nevoeiro: em vez do D. Sebastião, vem o Simplex!


Eu explico: pois, se eu fui às finanças entregar o papel, e o senhor que me atendeu pôs diligentemente os dados todos no computador, num formulário externo (alojado algures e preenchido por internet); esse mesmo formulário não podia ter seguido directamente para a Segurança Social? Para quê fazer-me preencher um formulário parecido, com os mesmíssimos dados eternamente repetidos - nome, morada, data de nascimento, estado civil, número de BI, data, arquivo, número fiscal, número de segurança social, freguesia de nascimento, concelho de residência, distrito, naturalidade, nacionalidade, telefone, código postal, etc, etc, etc - para perder outro dia a entregar tudo noutro guichet onde outra senhora/ senhor vai repetir para um formulário informático exactamente igual os mesmíssimos dados?

Mais, com esse sistema de comunicação ficava logo cruzada a informação das finanças com a da segurança social. Os problemas de confidencialidade resolvem-se com senhas e contra-senhas, com acessos limitados apenas para funcionários específicos a determinados servidores, etc.

E depois a questão dos próprios formulários: com uma coisa daquelas à frente, qualquer não jurista se sente analfabeto. Certas perguntas podem mesmo levar-nos a pensar que virámos analfabrutos, diria até analfabrutamontes! Como se qualquer um tivesse o código do IRS em casa à mão de semear, e entendesse os termos jurídico-financeiros usados nos formulários.


Da precariedade nem vale a pena dizer mais nada... sou "independente", é o que é... Mas ainda um há-de ser diferente, só precisamos de acabar com os velhos do Restelo e com aquela do "Sempre foi assim"... eles "dizem sempre foi assim", e nós puxamos do SG e respondemos "sempre foi assim, mas está a ser diferente". Será assim tão complicado?

07 novembro 2006

Agora é que eles miam


Ainda não percebi o que fazem sentados ao vivo a passar piadas em diferido. Nem que raio de genérico é aquele. Piadas à própria rtp? Como o grande Júlio Isidro. O que é definitivo é o grande regresso e a coragem de mexer com a actualidade de forma (quase sempre) genial. Não digo sempre porque a reportagem sobre o pior hospital e os fabulosos Saraiva estiveram ali a mais. Digo eu, não sei, eles é que nos tornam muito exigentes.

02 novembro 2006

Estatuto da Carreira Docente

Alberta Marques Fernandes pegou nos argumentos do( representante de 14 sindicatos) Mário Nogueira que arrancou à força de o contradizer e fez com eles o seu contraditório à Ministra da Educação. Apesar do espanto da jornalista do jornal2 perante as respostas no final elogiou a convicção da Ministra. Convicta parece de facto. Faltou perguntar se a exclusão de 2/3 dos professores dos três últimos escalões da carreira se devia entender à luz dos cortes orçamentais e da diminuição das despesas do Estado. Porque a convicção da Ministra não convence. Necessário introduzir nas escolas um modelo de gestão das organizações (onde muito menos do que 1/3 chega a chefe) que premeie a excelência e responsabilize os que ganham mais. Ou seja, diz a ministra, os professores em fim de carreira ganham o dobro dos que iniciam [grande coisa, deve ser isso que a carreira tem de aliciante] mas não fazem nem metade. Sim, é verdade que as turmas bicudas se atiram aos recém-chegados em muitas escolas. Mas parece-me perfeitamente razoável que um professor a dar aulas há 20 anos possa ver reduzido de alguma forma o seu tempo de desgaste, seja na componente lectiva seja na atribuição de cargos vários. E se é avaliar e obrigar a trabalhar que se pretende em que é que a desvalorização salarial proposta neste projecto de governo contribui?